Exposição da coleção de obras de arte, manuscritos, livros, fotografias e outros objetos inéditos de Alberto de Lacerda, inserida no ciclo «Poetas e as suas Colecções de Arte» e reflexo das amizades que o poeta estabeleceu ao longo da sua vida, com artistas como Vieira da Silva, Arpad Szenes, Paula Rego e Victor Willing.

Foi a primeira exposição do ciclo, que incluiu também a coleção de Murillo Mendes, tendo estado previsto que incluísse igualmente as coleções de Sophia de Mello Breyner Andresen e José Régio. A ideia de expor a coleção de Alberto de Lacerda partiu de Luís Amorim de Sousa, que, conhecendo a coleção do poeta, a propôs à Fundação Calouste Gulbenkian.

A exposição esteve patente ao público na Galeria de Exposições Temporárias do Centro de Arte Moderna (CAM), de 21 de maio a 11 de junho de 1987, com organização do CAM e do ACARTE – Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte.

A coleção de Alberto de Lacerda é fruto das relações que o poeta estabeleceu ao longo da sua vida, e não de uma atitude consciente e orientada de colecionar. Com efeito, Lacerda não é um colecionador ortodoxo, nem a sua coleção resulta de uma busca especificamente orientada ou de uma atividade deliberadamente aquisitiva. Por essa razão, não se verifica na coleção de Alberto de Lacerda uma tendência geracional, admitindo o poeta que não conhece tão bem como gostaria a produção artística nacional mais recente (Pitta, JL. Jornal de Letras, Artes e Ideias, 6 jun. 1987).

O catálogo da exposição, além de conter a reprodução dos trabalhos expostos, compreende textos assinados por Luís Amorim de Sousa, Eduardo Lourenço, António Ramos Rosa e John McEwen (em português e inglês).

Um artigo do Diário de Lisboa descreve-a como «mostra sui generis, com quadros que pintores foram oferecendo ao poeta» («Centro de Arte Moderna (Gulbenkian)», Diário de Lisboa, 2 jun. 1987).

Carolina Gouveia Matias, 2017