Propostas de Desenho Têxtil

Exposição coletiva de obras de design têxtil, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian e desenvolvida por Ernesto de Melo e Castro e pelo Grupo de Desenvolvimento do Desenho Têxtil. A exposição procurou realizar uma reflexão sobre o processo criativo da arte do azulejo português, apresentando diversos desenhos e padrões têxteis, estampagens artesanais em serigrafia e artes finais.
Collective textile design exhibition organised by the Calouste Gulbenkian Foundation and designed by Ernesto de Melo e Castro and the Grupo de Desenvolvimento do Desenho Têxtil. The show reflected on the creative process of the art of the Portuguese azulejo, displaying various drawings and textile patterns, artisanal screen prints as well as the final artworks.

Exposição coletiva de design têxtil, que resultou de um projeto desenvolvido por Ernesto Manuel de Melo e Castro com um grupo de antigas alunas, o Grupo de Desenvolvimento do Desenho Têxtil (GDDT), organizada pelo Centro de Arte Moderna (CAM) e pelo Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte (ACARTE) da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG).

Em carta dirigida ao administrador da FCG, Pedro Tamen, um grupo de ex-alunas da Escola António Arroio (Adelaide Borges, Beatriz Martins, Catarina Gonçalves, Clara Afonso, Júlia Vareda e Teresa Cortez), com trabalho desenvolvido na área do desenho têxtil, submete uma proposta de concessão de um subsídio para a continuação destas pesquisas, sob orientação do antigo professor Ernesto Manuel de Melo e Castro. Este apoio tinha como objetivo «influenciar a produção industrial dos têxteis portugueses» (Apontamento do Serviço de Belas-Artes, 13 fev. 1985, Arquivos Gulbenkian, CAM 00029).

O projeto previa três fases: a pesquisa e realização dos trabalhos culminaria com uma apresentação pública/apresentação. Depois de analisada a proposta, o Serviço de Belas-Artes entendeu merecer todo o interesse, uma vez que incidia sobre o «domínio bastante abandonado» do design têxtil, que tinha como inspiração o azulejo português, especificidade artística reconhecida internacionalmente, «cuja linguagem específica seria transposta para a dos objectos têxteis» (Ibid.).

Por decisão de Pedro Tamen, numa primeira fase o Serviço de Belas-Artes concedeu subsídios para as pesquisas e prosseguimento dos trabalhos, aguardando pela posterior conclusão para averiguação da viabilidade da sua apresentação pública, numa exposição organizada pela FCG (Ibid.). Foram então realizados diversos desenhos e padrões têxteis, estampagens artesanais em serigrafia e artes finais. Dada a qualidade dos trabalhos, avançou-se para a programação da exposição, para a qual foi necessário recorrer à estampagem profissional de alguns desenhos em tecidos de qualidade selecionados.

O projeto da exposição foi desenhado para apresentar todos os desenhos têxteis produzidos em relação com os azulejos que os inspiraram e com os tecidos já estampados. Aos organizadores, mais que o resultado final, interessava que o público valorizasse o processo criativo, o «processo de produção do próprio desenho têxtil», desde a «fonte» ao «módulo» de reprodução, e que posteriormente é aplicado à indústria têxtil «nas suas diversas formas de vestuário, decoração ou uso utilitário» (Propostas de Desenho Têxtil, 1986).

Para o GDDT, esta exposição tinha como intuito «demonstrar publicamente» que era «possível produzir em Portugal desenho têxtil de qualidade, quer estética quer técnica» (Ibid.). O diretor do Centro de Arte Moderna, José Sommer Ribeiro vincaria esta mesma necessidade: «A cerâmica, o azulejo, os têxteis e o vidro são indústrias cujo desenho, em Portugal, precisa necessariamente de ser actualizado, se quisermos competir, em qualidade, com outros países europeus. Para tal, é forçoso que se criem grupos de trabalho em que artistas e técnicos colaborem intimamente.» (Propostas de Desenho Têxtil, 1986)

Cada artista do grupo apresentou na Galeria de Exposições Temporárias do CAM um conjunto de trabalhos que integravam as várias fases do processo individual, mas também coletivo, que contou com a colaboração de técnicos de várias áreas. A pesquisa em torno dos azulejos portugueses foi orientada por José Meco; a cozedura e vidração ficou a cargo das Cerâmicas Santa Rufina. Para os processos de estampagem artesanais, as artistas contaram com o apoio da Escola António Arroio e do técnico José Lucas; as experiências com sprays foram orientadas por Emília Santos; e a estampagem industrial foi executada pelas Malhas Almagre.

Filipa Coimbra, 2017


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00029

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convite, correspondência recebida e expedida, ofícios internos, orçamentos, seguros. 1985 – 1987


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