Jacques Callot

Exposição itinerante de gravuras do artista francês Jacques Callot (1592-1635) provenientes de museus franceses e de instituições portuguesas, como o Museu Nacional de Arte Antiga e a Biblioteca Nacional de Portugal. Esta mostra visou complementar a Coleção Calouste Gulbenkian, relacionando-a com o núcleo de obras francesas do Museu.
Travelling exhibition on French artist Jacques Callot (1592-1635) with works from French museums and Portuguese institutions, including the National Museum of Ancient Art and the National Library of Portugal. The show sought to complement the Calouste Gulbenkian Collection, linking it with the Museum’s section of French artworks.

A exposição de gravuras de Jacques Callot (1592-1635) reuniu obras das coleções do Museu Nacional de Arte Antiga e da Biblioteca Nacional de Portugal, que foram incorporadas no núcleo central de trabalhos vindos do Musée des Beaux-Arts Jules Chéret (instituição também referida na documentação como pertencente aos «Museus de Nice»). Decorreu entre 30 de março e 6 de maio de 1984, na Galeria de Exposições Temporárias do Museu Calouste Gulbenkian.

A iniciativa partiu da Alliance Française de Coimbra, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian. Às obras de Callot, já apresentadas em Coimbra e na Figueira da Foz, juntaram-se as das coleções portuguesas já referidas, de acordo com o texto de introdução ao catálogo da exposição, assinado por Maria Teresa Gomes Ferreira, diretora do Museu Calouste Gulbenkian, e José Sommer Ribeiro, diretor do Serviço de Exposições e Museografia, dando assim «expressão concreta às relações culturais entre os dois países e garantindo ao público o acesso a obras de arte habitualmente guardadas nas reservas» do MNAA e da Biblioteca Nacional.

Neste texto está também expresso um dos objetivos da mostra: complementar a Coleção Calouste Gulbenkian, relacionando-a com o núcleo de obras francesas do Museu. O catálogo da exposição contém, além da reprodução de algumas das gravuras expostas, um prefácio (em português e francês) da responsabilidade de Maria Alice Beaumont, diretora do Museu Nacional de Arte Antiga.

A exposição regressou ao museu de Nice, depois de uma longa itinerância por Coimbra, Figueira da Foz, Lisboa e Porto. Em Lisboa, a exposição contabilizou 2716 visitantes. Na sua itinerância pelo Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, a inauguração da exposição de gravuras de Jacques Callot teve lugar no dia 10 de janeiro de 1984 e contou com a presença do ministro da Cultura, Coimbra Martins, do embaixador da República Francesa em Portugal, Jacques Chazelles, da diretora do Museu Machado de Castro, Matilde Pessoa, e do diretor da Alliance Française, Gérard Geist. Nesta cidade, a exposição teve a colaboração do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, da Direção dos Museus de Nice, da Câmara Municipal de Coimbra, dos Serviços Culturais da Embaixada de França e da Fundação Calouste Gulbenkian. O conjunto de gravuras do mestre francês esteve exposto na Igreja de São João de Almeida, anexa ao museu. 

Na documentação relativa à produção da exposição encontram-se sobretudo artigos de divulgação, os quais assinalam ocasionalmente a relevância da exposição e do seu catálogo. Num artigo não assinado da revista ABC, publica-se uma pequena biografia de Jacques Callot, referindo-se à mostra como «importante exposição de gravuras e desenho», constituída por «216 gravuras pertencentes ao Museu de Nice e a colecções existentes em Portugal, na Biblioteca Nacional e no Museu Nacional de Arte Antiga, num total de cerca de 70 gravuras e desenhos» («A gravura e o desenho de Jacques Callot», ABC, mai. 1984).

Num registo mais apologético, A. Lopes de Oliveira, em artigo publicado num jornal de Fafe, faz alusão a esta e a outras exposições presentes na Gulbenkian – «Vladimir Dimitrov», «Arte Búlgara Contemporânea», «Tapeçaria Polaca Contemporânea» e «Margarida Kendall» –, referindo-se a esta programação como uma «série bem alta, de expoente elevado, que a Gulbenkian apresenta aos olhos gulosos dos amantes das artes plásticas». Não poupando em elogios, Lopes de Oliveira salienta a «valiosa dádiva cultural que a Fundação Gulbenkian tem dado ao país, através das letras, das artes e das ciências, e em outros domínios [em que é] sobejamente conhecida e estimada por todos os portugueses» (Oliveira, O Desforço, 20 dez. 1984).

As atividades realizadas no âmbito da exposição em Coimbra foram noticiadas no Diário de Coimbra: «Esta exposição […] será complementada com um ciclo de conferências em que participarão Andrée Crabbé Rocha, catedrática da Faculdade de Letras, e Ayres de Carvalho, presidente da Academia de Belas-Artes de Lisboa. Ainda no mesmo âmbito, haverá dois concertos de música coral francesa e portuguesa e será editado um catálogo bilingue.» («Conferência sobre Jacques Callot hoje no Museu Machado de Castro», Diário de Coimbra, 17 jan. 1984)

Carolina Gouveia Matias, 2017


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Conferência / Palestra

Gravura em Portugal no reinado de D. João V

11 jan 1984
Museu Nacional Machado de Castro (MNMC)
Coimbra, Portugal
Ciclo de conferências

Conferências

17 jan 1984
Museu Nacional Machado de Castro (MNMC)
Coimbra, Portugal
Concerto

Música Coral Antiga

14 jan 1984 – 21 jan 1984
Museu Nacional Machado de Castro (MNMC)
Coimbra, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Museu Calouste Gulbenkian), Lisboa / MCG 03070

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém orçamentos, convite, um programa de conferências e concertos, correspondência interna e externa, recortes de imprensa e um dossiê com informações sobre a produção da exposição no Museu Nacional de Machado de Castro, com organização da Alliance Française de Coimbra. 1984 – 1985

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00288

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convite, um programa de conferências e concertos, orçamentos, correspondência interna e externa e recortes de imprensa. 1984 – 1984


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