Mostra individual dedicada à obra da artista sueca Teresa Wennberg (1944), promovida e organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), com o apoio da artista.

A exposição resultou de uma visita ao ateliê da artista pelo diretor do Serviço de Exposições e Museografia da FCG, José Sommer Ribeiro, ainda durante o ano de 1981, que manifestaria nessa ocasião o interesse da FCG em apresentar individualmente as obras desta artista sueca a residir em Paris (Carta de Teresa Wennberg para a Fundação Calouste Gulbenkian, set. 1981, Arquivos Gulbenkian, SEM 00263).

Na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da FCG (piso 01) foram apresentadas 60 pinturas e desenhos e ainda seis vídeos, escolhidos pela artista para o efeito, e que correspondiam aos seus trabalhos mais recentes, realizados entre os anos de 1978 e 1982. A documentação fotográfica mostra como as pinturas conviviam, no mesmo espaço, com o ecrã de visualização dos vídeos, nos quais a artista jogava com a experimentação espacial, mas também com o fator temporal, quer pela imagem em movimento, quer pelo som.

Relativamente às experiências visuais de Teresa Wennberg em torno da figuração e da abstração, o pintor Fernando de Azevedo encontra uma definição transversal do espaço, sintetizando assim o trabalho da artista: «Excelentes reflexões visuais sobre as linhas ondulantes e as arestas vivas e as sensações do corpo no espaço e no tempo.» (Azevedo, Colóquio/Artes, dez. 1982, p. 71)

Outra constante no conjunto de obras apresentado era a utilização de um «vocabulário mínimo», marcado por linhas e planos oblíquos e perpendiculares, diagonais, uns perenes e outros efémeros (Teresa Wennberg, 1982).

É interessante notar que no início dos anos 80 as apresentações da FCG começam a integrar novas técnicas e suportes (vídeo, instalação…), procurando uma atualização próxima dos modelos expositivos internacionais, ainda que continuasse evidente a prevalência de manifestações artísticas dedicadas aos suportes tradicionais.

Foi no âmbito da organização do certame que a FCG adquiriu junto da artista a obra Lignes Verticales + Bleu (n.º inv.: DE133), para incorporar o acervo da Coleção Moderna, obra que esteve exposta por ocasião desta exposição.

Filipa Coimbra, 2017