Exposição integrada nas comemorações do 20.º aniversário (1956-1976) da Gravura – Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses, cuja iniciativa contou com a colaboração e organização da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG).

Além da FCG, várias instituições nacionais, como a Sociedade Nacional de Belas-Artes (SNBA) e a Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (ESBAL), participaram num programa mais amplo de comemorações, promovido pela Gravura, que integrou a realização de eventos, de exposições e de publicações, durante todo o ano de 1976 e início de 1977, e que terminou com a realização da «I Exposição Nacional de Gravura», também realizada na FCG.

A colaboração da FCG com a Gravura, estreitada, desde o 1956, pela concessão de importantes subsídios para a beneficiação das instalações da cooperativa e realização de cursos, concretizou-se nestas comemorações pela apresentação de três exposições dedicadas à gravura. Autónomas, mas integradas e apresentadas em complementaridade e com o propósito de assinalar os vinte anos de atividade da Gravura, Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses, estas exposições procuraram abranger a produção contemporânea nacional («20 Anos de Gravura»), a produção internacional («Gravura Estrangeira») e a produção nacional anterior à constituição da Gravura («Gravura Antiga»).

Esta última exposição, organizada pelo Serviço de Exposições e Museografia da FCG e com o objetivo de dar a conhecer ao público a evolução da gravura em Portugal durante os séculos XVIII e XX, procurou estabelecer ainda uma cronologia assente nos principais artistas e processos organizacionais da produção nacional durante o período em análise, desde a fundação da Academia Real de História Portuguesa, em 1729, ou da criação da Alta Gravura da Impressão Régia, em 1768, passando pela importante Escola de Gravura do Arco do Cego e pela Real Academia de Belas-Artes de Lisboa, já no século XIX, até ao século XX com as gravuras do pintor Adriano Sousa Lopes (1879-1944) relativas à Primeira Guerra Mundial.

A mostra contou com 26 gravuras dos artistas mais representativos e ativos em Portugal neste período, como Gaspar Fróis Machado (1759-1796), Vieira Lusitano (1699-1783), Domingos Sequeira (1768-1837), Francisco Tomás de Almeida (1778-1866), Tomás de Anunciação (1818-1879) ou Francisco Metrass (1825-1861), entre outros.

Integrada nestas comemorações foram ainda realizadas diversas atividades complementares, como visitas guiadas à exposição e uma conferência dedicada à atividade da Tipografia Calcográfica, Tipoplástica e Literária do Arco do Cego, proferida por Mário Barata, professor doutor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Ainda durante o período de exibição das três exposições, foi montado na FCG um ateliê de gravura, que elucidava os visitantes sobre as várias fases de execução dos trabalhos de gravura e as suas especificidades técnicas, projeto que atesta os pressupostos didático-participativos dos seus organizadores.

Filipa Coimbra, 2016