Henry Moore

25.º Aniversário da Fundação Calouste Gulbenkian

Primeira retrospetiva do trabalho de Henry Moore (1898-1986) em Portugal, integrada nas comemorações dos 25 anos da Fundação Calouste Gulbenkian. Esta exposição surge na sequência de uma itinerância internacional iniciada em Madrid pela Fundação Henry Moore e que em Lisboa cumpriu o objetivo de documentar os 60 anos de produção do artista.
Retrospective exhibition of artist Henry Moore (1898-1986), the first to be held in Portugal, staged during the 25th anniversary celebrations of the Calouste Gulbenkian Foundation. The exhibition was one in a series of international shows, launched in Madrid by the Henry Moore Foundation and hosted in Lisbon by the Calouste Gulbenkian Foundation.

A primeira retrospetiva do trabalho de Henry Moore (1898-1986) em Portugal, foi, à época, a maior e mais ambiciosa exposição dedicada ao artista, desde a grande retrospetiva de 1972, apresentada em Forte Belvedere, Florença. Integrada nas comemorações do 25.º aniversário da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), foi uma iniciativa conjunta da FCG e do British Council. Antes de ser montada em Lisboa, foi apresentada em Madrid, no Palácio de Velázquez e no Palácio de Cristal, no Parque del Retiro (maio de 1981), sob a orientação da Henry Moore Foundation (Much Hadham, Reino Unido).

Na exposição esteve patente uma seleção de 587 obras de Henry Moore, entre as quais 228 esculturas (6 esculturas monumentais, 15 em tamanho natural e as restantes de dimensão média) e vários exemplares de obra gráfica. As esculturas, gravuras e desenhos do artista foram apresentados nas galerias e no Jardim Gulbenkian, com o duplo objetivo de documentar os 60 anos da produção artística daquele escultor e de salientar a sua importância na história da arte mundial. Segundo Leslie Martin, na introdução do catálogo da exposição: «O interesse desta exposição não é meramente o da sua grandeza ou da revelação de novos trabalhos ou ainda por dela fazerem parte algumas daquelas emocionantes e monumentais obras agora tão largamente divulgadas como obras-primas. Tudo isto é verdade. Mas o valor desta exposição contém mais qualquer coisa. Aquilo que se nos apresenta é o esforço de uma vida por um artista cuja reputação e estatura foram firmemente cimentadas ao longo de muitos anos até aos nossos dias. Podemos apreciar o profundo empenhamento e a absoluta consistência do homem em si e podemos experimentar o alcance e a exaltação que ele explora continuamente.» (Henry Moore, 1981)

A exposição foi inaugurada no dia 22 de setembro de 1981, na presença do ministro das Artes do Reino Unido, Paul Channon, do diretor do British Council, Tony Sherwood, e dos representantes da Embaixada do Reino Unido, do British Council em Portugal e da Henry Moore Foundation. Devido a problemas familiares, o escultor não pôde deslocar-se a Lisboa para o evento. Neste mesmo dia, a Galeria Sesimbra, situada nas Galerias Ritz em Lisboa, inaugurava também uma exposição de litografias de Henry Moore.

A produção e a montagem desta mostra na FCG, que muitos jornais intitularam como o «grande acontecimento cultural em Lisboa», foram objeto de grande cuidado e atenção por parte dos responsáveis da Fundação e, em particular, do Serviço de Exposições e Museografia. Foi nomeadamente considerado indispensável que o desenhador-projetista Fernando Libório, coordenador da montagem da exposição, se deslocasse a Madrid, a fim de compreender e delinear a dimensão que a exposição deveria ter em Lisboa (Apontamento do Serviço de Exposições e Museografia, 7 mai. 1981, Arquivos Gulbenkian, SEM 00227). Por sua vez, uma comissão constituída por Ian Barker (British Council, Londres), Juliet Wilson-Bareau e David Mitchinson (da Henry Moore Foundation) e Leonard Read (conselheiro de seguros do British Museum) faria uma visita técnica a Lisboa, com o propósito de abordar questões e detalhes referentes à produção da exposição em Lisboa.

A Fundação Calouste Gulbenkian, que pela primeira vez recebia uma exposição desta envergadura, adotou um novo esquema expositivo: em vez do habitual levantamento cronológico, as peças foram escolhidas de modo a ilustrarem alguns dos temas-chave da obra do escultor, transversais à sua atividade. No catálogo, Leslie Martin menciona que «a parte interessante desta exposição é a sua distribuição, especialmente concebida para ajudar o visitante a apreciar e a corresponder a todas estas coisas. A obra não está tratada por ordem cronológica, a qual poderia tornar-se confusa. Foi agrupada por temas principais que ocuparam muitas vezes a imaginação do artista e às quais voltou sempre através de toda a sua produção» (Henry Moore, 1981).

A seleção das peças, extremamente criteriosa, foi feita pelo próprio Henry Moore e por Ian Barker (seleção de escultura e gravura), assistidos por David Mitchinson e por Juliette Wilson-Bareau (seleção de desenho). Das esculturas, destaque-se a grande peça Three-Piece Reclining Figure: Draped, exposta no Jardim. As célebres King and Queen e Family Group figuraram entre as principais esculturas expostas no interior, juntamente com uma seleção de esculturas iniciais do artista, tanto figurativas como abstratas.

A seleção de esculturas e a sua disposição pelas galerias e jardins da Fundação foi largamente aplaudida pelos técnicos da exposição e por críticos e visitantes, que, unanimemente, consideraram mais feliz a mostra em Lisboa do que a anterior montagem, no Parque del Retiro. Para tal, terão sido determinantes as possibilidades arquitetónicas, espaciais e paisagísticas da Fundação Calouste Gulbenkian: «Quer o responsável pela Fundação Henry Moore quer os responsáveis do British Council afirmam que o conjunto de obras que integra a retrospectiva é muito valorizado pelas condições existentes na Gulbenkian, que, com as suas grandes janelas de vidro, permite estabelecer uma relação de continuidade entre as esculturas que se encontram nos jardins e as que são expostas no interior.» (O Primeiro de Janeiro, 21 nov. 1981)

Também o crítico Michael Shepherd comentaria: «But the Lisbon presentation, which has been planned since 1979 is a magnificent presentation in its own right, unlikely to be surpassed; the combination of sculpture, architecture surrounding gardens and light being just about ideal. […] certainly Moore’s bronzes, in particular, have never looked better or more at home than in Lisbon; the more sad that, since his wife has broken her hip again, Moore himself may not get to see his most artistic international triumph.» (Sunday Telegraph, 1981)

E Teresa Mendes viria a sublinhar a vantagem dos edifícios e Jardim Gulbenkian para a exposição da obra de Moore, espaços capazes de «conceder o relevo à monumentalidade, ao mistério e à sensualidade das obras» (Portugal de Hoje, 19 set. 1981).

Além das esculturas, estiveram patentes 121 gravuras (que não só representavam a pesquisa das várias possibilidades técnicas da litografia e da água-forte, como também as férteis ligações que se cruzam entre gravura, desenho e escultura) e 240 desenhos, escolhidos pela sua estreita relação com a escultura, e por ilustrarem o desenvolvimento do artista enquanto desenhador. O período do conflito mundial de 1939-45, durante o qual a atividade de escultura de Moore foi mais restrita, foi ilustrado por uma notável seleção dos seus famosos desenhos de abrigos e minas de carvão. Por fim, toda uma secção foi dedicada aos seus, então, mais recentes desenhos, nos quais são explorados temas como as árvores, paisagens e formas primitivas.

No âmbito da exposição organizada pela FCG, foi publicado o livro Henry Moore: Escultura, de edição espanhola, sobre a obra do artista. A FCG responsabilizou-se pela tradução para português (feita por Ana Hatherly) e a publicação nacional requereu a autorização do próprio artista e da Ediciones Polígrafa, de Barcelona, proprietária dos direitos do livro (Nota para o Senhor Presidente: Exposição Henry Moore, 9 jan. 1981, Arquivos Gulbenkian, SEM 00227). Este livro foi abundantemente ilustrado, incluindo algumas reproduções a cores.

No catálogo da exposição, foi inserida uma nota introdutória da autoria de José Sommer Ribeiro, acompanhada pelo prefácio de Ian Barker e David Mitchinson, comissários. O catálogo integrava também reproduções de vários estudos e obras do escultor, bem como algumas observações e comentários do artista aos seus próprios trabalhos, o que lhe confere um valor documental acrescido.

Devido à sua integração no programa das comemorações dos 25 anos da FCG, esta exposição beneficiou de uma maior verba, facultada pelo Serviço da Presidência, o que reflete por si só a perceção de que se inscreveria como um marco no historial de exposições da Fundação Gulbenkian. Isto mesmo está patente num apontamento de José Sommer Ribeiro: «Ainda que o custo da presente iniciativa seja muito elevado, julgo que será das exposições mais notáveis que foram apresentadas nesta Fundação.» (Apontamento do Serviço de Exposições e Museografia, 19 nov. 1980, Arquivos Gulbenkian, SEM 00227)

O orçamento aprovado para a exposição viria a suportar quer os custos e despesas da sua produção, quer as iniciativas complementares então organizadas pelo Serviço de Exposições e Museografia (Ata do Conselho de Administração n.º 20/81, 1981, Aquivos Gulbenkian, SEM 00227). E foram várias as atividades educativas e lúdicas complementares à exposição dignas de nota, destacando-se em especial a projeção de filmes sobre a vida e obra do escultor Henry Moore; a organização de visitas guiadas por críticos e escultores portugueses (Sílvia Chicó, Fernando Pernes, Lagoa Henriques, Jorge Vieira e João Cutileiro), as quais foram organizadas na sequência de inúmeros pedidos por parte do público; e uma conferência de Alan Bowness (diretor da Tate Gallery entre 1980 e 1988) acerca da obra recente de Henry Moore, proferida no dia seguinte à inauguração. Reconhecido mundialmente como uma autoridade académica sobre o trabalho de Moore, Bowness foi o autor do prestigiado catálogo raisonné da escultura do artista. Esta conferência, que foi acompanhada por slides e traduzida para português, contou com uma considerável participação por parte de artistas, professores, alunos de belas-artes e público em geral. Uma nota curiosa: a Escola de Belas-Artes do Porto (ESBAP) manifestou grande interesse em que os seus professores e alunos de escultura se deslocassem à exposição e assistissem a esta conferência. Por questões de agenda, os alunos não puderam deslocar-se a Lisboa no dia 23 de setembro e assistir ao evento. Porém, a FCG viria a subsidiar a visita dos alunos da ESBAP à exposição, suportando os encargos do aluguer de dois autocarros para a viagem e o almoço na cantina da Fundação para todos os visitantes associados àquela escola. A visita de estudo realizou-se no dia 3 de novembro (Apontamento do Serviço de Exposições e Museografia, 27 out. 1981, Arquivos Gulbenkian, SEM 00227; Carta da ESBAP para o Serviço de Exposições e Museografia, 29 out. 1981, Arquivos Gulbenkian, SEM 00227).

Além destas atividades, a FCG subvencionou a vinda a Lisboa de dois críticos britânicos de renome internacional: William Feaver (à data, crítico de arte no jornal The Observer) e Michael Shepherd (à data, crítico de arte no jornal Sunday Telegraph).

Ainda no campo das ações relacionadas com a exposição, refira-se a deslocação à FCG, no dia 2 de outubro, de uma equipa técnica da RTP1, para filmar as esculturas ao ar livre da exposição; a recolha de imagens seria reproduzida no magazine televisivo Muito, Pouco, Tudo ou Nada. No mesmo dia, o repórter Rui Pacheco, do jornal Diário de Lisboa, dirigiu-se também à FCG, para fotografar as obras de Henry Moore. A exposição foi ainda eleita para integrar um programa da série Magazine de Artes Plásticas, que a RTP2 exibia todos os sábados. Na emissão dedicada a esta mostra, foram divulgados depoimentos dos escultores João Cutileiro e Jorge Vieira, do crítico José Luís Porfírio e de José Sommer Ribeiro (cf. Diário de Notícias, 24 out. 1981).

O público da exposição «Henry Moore» atingiu números inéditos: com um total de 75 217 visitantes, sagrou-se a exposição mais concorrida no historial de exposições da FCG até então. De acordo com os registos em arquivo, foram confirmados, no dia da inauguração, 1180 visitantes, o que, segundo Sommer Ribeiro, nunca teria acontecido em exposições realizadas na Fundação. Nos primeiros cinco dias «verificou-se […] uma excepcional afluência de público […]. Neste curto espaço de tempo contam-se cerca de 10 000 visitantes» (Apontamento do Serviço de Exposições e Museografia, 27 e 29 set. 1981, Arquivos Gulbenkian, SEM 00227). Em virtude da forte afluência de visitantes, a tiragem inicial de 1500 exemplares do catálogo revelou-se insuficiente, tendo-se procedido à sua reedição por duas vezes.

Depois do encerramento da exposição, José Sommer Ribeiro informaria o Gabinete da Presidência de que: «Apesar do elevado encargo desta iniciativa, integrada nas comemorações do 25.º Aniversário, registamos com satisfação que os nossos objectivos foram conseguidos e que do bom entendimento entre a Fundação Henry Moore, o próprio artista e a Fundação Gulbenkian resultou a obtenção do depósito permanente de uma escultura de grande porte e redução de preço na compra de outras duas» (Apontamento do Serviço de Exposições e Museografia, 1 fev. 1982, Arquivos Gulbenkian, SEM 00227). Em relação a estes dados, comprova-se a aquisição, à Henry Moore Foundation, das esculturas Spindle Piece (Inv. 82EE18) e Animal Carving (Inv. 82EE17).

Apesar do êxito deste grande evento, foram registados dois episódios insólitos, mas que rapidamente foram esclarecidos e resolvidos. O primeiro ocorreu durante os últimos momentos da montagem da exposição, no dia 19 de setembro, por volta das 18.30, hora a que foi dado o alerta de furto de três obras de arte da exposição de Henry Moore. O furto terá sido praticado por um «indivíduo estrangeiro», desconhecido do pessoal. Porém, com o apoio da Polícia Judiciária, a situação foi rapidamente noticiada e controlada, sendo o suspeito intercetado e as peças, que haviam sido escondidas no Jardim da Fundação, recuperadas (Apontamento do Serviço de Exposições e Museografia, 21 set. 1981, Arquivos Gulbenkian, SEM 00227).

O segundo episódio deu-se mais tarde, quando, já durante a abertura da exposição ao público, foram efetuadas duas queixas isoladas por parte de dois visitantes. As queixas, dirigidas aos responsáveis pela vigilância das galerias da exposição, prendiam-se com a não-autorização do uso de flash na captação de imagens fotográficas. O assunto não demorou a ser esclarecido e, num dos casos, o visitante viria a redigir uma declaração em como não iria utilizar as fotografias senão a título particular (Apontamento do Serviço de Exposições e Museografia, 5 nov. 1981, Arquivos Gulbenkian, SEM 00227).

Depois de ter estado em Madrid e em Lisboa, a exposição foi apresentada em Barcelona (novembro de 1982), seguindo depois para a Coreia do Sul e para o México (Carta de James Herbert para Sommer Ribeiro, 21 out. 1981, Arquivos Gulbenkian, SEM 00227). Durante a preparação destas novas montagens, vieram a Lisboa os seus futuros responsáveis: K. J. Yoo (Coreia do Sul) e Flores Castro (México).

Joana Brito, 2015

First retrospective of Henry Moore's work in Portugal that was, at the time, the largest and most ambitious exhibition dedicated to the artist since the great retrospective held in 1972 at Forte Belvedere in Florence.
The exhibition was included in the commemorations of 25 years of the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG), and was a joint FCG and British Council initiative. Originally organised by the Henry Moore Foundation (Much Hadham, United Kingdom) before coming to Lisbon, the exhibition was held in Madrid, at the Palacio de Velázquez and the Palacio de Cristal in El Retiro park (May 1981).
A selection of 587 pieces by Henry Moore were shown, 228 of which were sculptures (six monumental sculptures, 15 life-sized sculptures and the rest of medium size), along with several examples of his graphic work. The artist's sculptures, drawings and prints were displayed in the galleries and gardens of the FCG, and the main aim was to document 60 years of the sculptor's art production and underline his importance in the world's history of art. According to Leslie Martin, in the introduction to the exhibition catalogue: (...) this exhibition is interesting not only because of its size or the introduction of new works or even because it includes some of the most moving and monumental works now largely understood to be masterpieces. All this is true. But the value of this exhibition contains something else. What we are shown is a lifetime's effort by an artist whose reputation and status have been firmly established over many years and to the present day. We can see his deep commitment and absolute coherence of the man himself and we can experience the reach and praise that he continuously explores (Henry Moore, 1981).
The exhibition opened on 22 September 1981 in the presence of the UK Minister for Arts, Paul Channon (1935-2007), British Council director Tony Sherwood, and representatives of the UK Embassy, the British Council in Portugal and the Henry Moore Foundation. Due to some family issues, the sculptor was unable to come to Lisbon for the event. That same day, Galeria Sesimbra, located in the Galerias Ritz in Lisbon, also opened an exhibition of Henry Moore's lithographs. The date was set precisely to coincide with the exhibition on the artist being held at the FCG.
Great care and attention was given to producing and setting up the event at the FCG, and many newspapers called it the great cultural event in Lisbon. Those in charge at the FCG and the Exhibitions and Museography Department therefore believed that it was necessary for the designer-planner Fernando Libório who was coordinating the assembly of the exhibition to go to Madrid so he could understand and study the size of the exhibition that would later be held in Lisbon (Note by the Exhibitions and Museography Department, 7 May 1981, Gulbenkian Archives, SEM 00227). In turn, a committee formed of Ian Barker (British Council, London), Juliette Bareau and David Mitchinson (of the Henry Moore Foundation) and Leonard Read (insurance adviser at the British Museum) made a technical visit to Lisbon to discuss questions and details concerning the exhibition's production in Lisbon.
At the FCG, receiving an exhibition of this size for the first time, a new exhibition scheme was adopted: rather than the usual chronological survey, the pieces were chosen to illustrate some of the sculptor's key themes that cut across his work. In the exhibition catalogue, Leslie Martin mentions this issue: (...) the interesting thing about this exhibition is how it is distributed, especially designed to help visitors appreciate and observe all these things. The work is not displayed chronologically, which could make it confusing. It has been grouped into key themes that have often occupied the artist's imagination, themes to which he has always returned in all his work (Henry Moore, 1981).
The extremely meticulous selection of pieces was made by Henry Moore himself and by Ian Barker (sculpture and printmaking selection), aided by David Mitchinson and Juliette Bareau (drawing selection). Of the sculptures, the large work on display in the garden, Three Piece Reclining Figure: Draped, stands out. The famous King and Queen and Family Group were among the main sculptures exhibited inside, together with a selection of the artist's first sculptures, both figurative and abstract.
The sculptures selected and the way in which they were arranged in the Foundation's galleries and gardens was largely praised by the exhibition's technical staff, critics and visitors who unanimously preferred the exhibition in Lisbon over the previous one held in El Retiro park. The opportunities offered by the architecture, space and landscape at the FCG were key features for this:
The people involved from the Henry Moore Foundation and the British Council say that the works included in the exhibition are enhanced by the conditions at the Gulbenkian which, with its large glass windows, are able to establish continuity between the sculptures in the gardens and those exhibited inside (O Primeiro de Janeiro, 21 Nov. 1981).
Critic Michael Shepherd wrote: But the Lisbon presentation, which has been planned since 1979 is a magnificent presentation in its own right, unlikely to be surpassed; the combination of sculpture, architecture surrounding gardens and light being just about ideal. (...) certainly Moore's bronzes, in particular, have never looked better or more at home than in Lisbon; the more sad that, since his wife has broken her hip again, Moore himself may not get to see his most artistic international triumph (Sunday Telegraph, 1981).
Teresa Mendes also underlined the advantage of the FCG's buildings and garden for the exhibition of Moore's work, since they are able to give prominence to the monumental nature, mystery and sensuality of the works (Portugal de Hoje, 19 Sept. 1981).
As well as sculptures, 121 prints were also shown (which not only represented experiments with the different technical possibilities of lithography and etching, but also created fertile connections between printmaking, drawing and sculptures). A further 240 drawings were also displayed, chosen for their close relationship with sculpture and because they illustrated the artist's development as a draughtsman. The 1939-1945 period of world conflict, when Moore's sculptural work was more limited, was illustrated with a considerable selection of his most famous drawings of shelters and coal mines. Finally, an entire section was dedicated to his most recent drawings at the time, in which he explored themes like trees, landscapes and primitive forms.
Alongside the exhibition organised by the FCG, a book on the artist's work, Henry Moore: Escultura was published, based on the Spanish edition. The FCG was responsible for translating the book into Portuguese (the translation was done by Ana Hatherly (1926-2015)) and its publication in Portugal required the permission of the artist and Ediciones Poligrafa/SA, of Barcelona, which held the rights to the book (Note to the president: Henry Moore Exhibition, 9 Jan. 1981, Gulbenkian Archives, SEM 00227). The book was profusely illustrated and included some colour reproductions.
The exhibition catalogue included an introductory note by José Sommer Ribeiro, together with a preface by Ian Barker and David Mitchinson, the curators. The catalogue also included reproductions of several of the sculptor's studies and works, including some observations and comments by Henry Moore on his own works. For that very reason, it is an excellent and interesting bibliographic resource for analysing and studying the artist's work.
Since it was included in the events to celebrate 25 years of the FCG, the exhibition received greater financial support, granted by the president's office. However, planned as a landmark in the history of exhibitions shown at the FCG, José Sommer Ribeiro commented that: Although the cost of this initiative is high, I believe that it will be one of the most remarkable exhibitions ever put on at the Foundation (Note by the Exhibitions and Museography Department, 19 Nov. 1980, Gulbenkian Archives, SEM 00227).
The budget approved for the exhibition included the costs and expenses for putting on the event and the complementary initiatives organised by the Exhibitions and Museography Department (Minutes of the Board of Administration no. 20/81, 1981, Gulbenkian Archives, SEM 00227).
The educational activities running in parallel with the exhibition included:
- projection of films on the life and work of sculptor Henry Moore;
- guided tours by Portuguese critics and sculptors: Sílvia Chicó, Fernando Pernes, Lagoa Henriques, Jorge Vieira and João Cutileiro. These tours were organised following numerous requests by the public;
- conference given the day after the opening by Alan Bowness (director of the Tate Gallery between 1980 and 1988) on Henry Moore's recent production. Recognised throughout the world as an academic authority on Moore's work, Bowness wrote the prestigious catalogue raisonné on the artist's sculptures. The conference was accompanied by slides and was translated into Portuguese; it saw extensive participation by artists, teachers and students of fine arts and the general public. One curious point: the Fine Arts School of Porto (ESBAP) showed a great interest in its sculpture teachers and students going to the exhibition and attending the conference. The students were not able to come to Lisbon on 23 September and watch the event, however. But the FCG subsidised a visit by ESBAP students' to the exhibition, paying the costs to hire two buses for the journey and lunch at the Foundation's canteen for all the visitors from the school. The study trip took place on 3 November (Note by the Exhibitions and Museography Department, 27 Oct. 1981, Gulbenkian Archives, SEM 00227; Letter from ESBAP to the Exhibitions and Museography Department, 29 Oct. 1981, Gulbenkian Archives, SEM 00227).
As well as these actions, the FCG also funded travel for two internationally renowned British critics to come to Lisbon: William Feaver (art critic for The Observer at the time) and Michael Shepherd (art critic for the Sunday Telepraph at the time).
There were other actions related to the exhibition, such as a visit by a technical team from the RTP1 Television channel to the FCG to film the exhibition sculptures in the open air so they could be shown on magazine programme Muito, Pouco, Tudo ou Nada. On the same day, reporter Rui Pacheco of the Diário de Lisboa newspaper also went to the FCG to photograph Henry Moore's works.
The exhibition was chosen to be included in the television series Magazine de Artes Plásticas, broadcast on RTP2 every Saturday. The broadcast on the exhibition included statements by sculptors João Cutileiro and Jorge Vieira, critic José Luís Porfírio and José Sommer Ribeiro (see Diário de Notícias, 24 Oct. 1981).
The Henry Moore exhibition achieved record numbers of visitors: a total of 75,217. It was the most visited exhibition in the FCG's history at the time.
According to archive records, 1,180 visitors were confirmed on the day of the opening, the largest number for any exhibition held at the Foundation before, according to Sommer Ribeiro. There was an exceptional number of visits (...) in the first five days. In this short period of time, there have been more than 10,000 visitors (Note by the Exhibitions and Museography Department, 27 and 29 Sept. 1981, Gulbenkian Archives, SEM 00227).
Due to the large number of visitors, the initial print run of 1,500 catalogues was not enough, and it had to be reprinted twice.
After the exhibition closed, José Sommer Ribeiro informed the president's office that: Despite the high costs of this initiative, part of the commemorations of the 25st Anniversary, we are pleased to note that our goals have been met and that the good understanding between the Henry Moore Foundations, the artist himself and the Gulbenkian Foundation have led to the permanent deposit of a large sculpture and a reduced price for the purchase of another two (Note by the Exhibitions and Museography Department, 1 Feb. 1982, Gulbenkian Archives, SEM 00227). Regarding this information, the acquisitions of the sculptures Spindle Piece (inv. no. 82EE18) and Animal Carving (inv. no. 82EE17) are proven.
Despite the success of this great event, two unusual events took place, but these were quickly remedied and resolved.
During the final moments of setting up the exhibition, on 19 September around 18:30, the alarm was raised that three pieces of art had been taken from the Henry Moore exhibition by a foreign individual who was not known to staff. However, with the help of the criminal police, the situation was quickly reported and controlled: the suspect was intercepted and the pieces were found hidden in the Foundation's garden (Note by the Exhibitions and Museography Department, 21 Sept. 1981, Gulbenkian Archives, SEM 00227).
Later, during the exhibition's opening to the public, some isolated complaints were made by two visitors to the people in charge of supervising the exhibition galleries because photography was not permitted. The matter was quickly cleared up and in one of the cases the visitor wrote a declaration stating that the photographs were for private use only (Note by the Exhibitions and Museography Department, 5 Nov. 1981, Gulbenkian Archives, SEM 00227).
After Madrid and Lisbon, the exhibition was put on in Barcelona (November 1982) and later went to South Korea and then to Mexico (Letter from James Herbert to Sommer Ribeiro, 21 Oct. 1981, Gulbenkian Archives, SEM 00227). The people in charge of setting up these new exhibitions K. J. Yoo (South Korea) and Flores Castro (Mexico) came to Lisbon during the preparation stage.

Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Conferência / Palestra

[Henry Moore]

23 set 1981
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 2
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

[Henry Moore]

out 1981 – nov 1981
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
Ciclo de cinema

[Henry Moore]

set 1981 – nov 1981
Fundação Calouste Gulbenkian
Lisboa, Portugal
Visita oficial

[Henry Moore]

29 set 1981
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
[Em revisão]

[Henry Moore]

18 set 1981
Fundação Calouste Gulbenkian
Lisboa, Portugal
Visita oficial

[Henry Moore]

25 out 1981
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
25 out 1981
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria de Exposições Temporárias (piso 01)
Lisboa, Portugal
25 out 1981
Fundação Calouste Gulbenkian / Jardim
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Visita guiada. Sílvia Chicó (ao centro)
Visita oficial. Francisco Pinto Balsemão, Primeiro-ministro de Portugal, (à esq.), António Ferrer Correia e Victor Sá Machado (ao centro), Pedro Tamen (atrás, ao centro) e José Blanco (atrás, à dir.)
Visita guiada. Jorge Vieira (à esq.)
Visita guiada
José Pina Martins (ao centro) e José de Azeredo Perdigão (atrás, ao centro)
Exposição «Henry Moore»
José de Azeredo Perdigão (à dir.)
Montagem da obra «Hill Arches» (1973), da coleção da National Gallery of Australia

Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00227

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência e documentação interna, convites, recortes de imprensa, planta topográfica da exposição e lista de obras. 1979 – 1983

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02126

12 provas, p.b.: aspetos e conferência de imprensa (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02127

15 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02128

4 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02129

8 provas, p.b.: visita oficial (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02130

2 provas, p.b.: visita guiada (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00172

9 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00173

65 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00174

8 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00175

5 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00178

18 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00179

23 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00180

Coleção fotográfica, p.b.: conferência de imprensa (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00181

Coleção fotográfica, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00182

1 prova, p.b.: visita oficial (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00186

Coleção fotográfica, p.b.: visita guiada por Jorge Vieira (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00187

Coleção fotográfica, p.b.: visita guiada por Sílvia Chicó (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00188

Coleção fotográfica, p.b.: visita guiada por Lagoa Henriques (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00189

Coleção fotográfica, p.b.: visita guiada por Fernando Pernes (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00190

Coleção fotográfica, p.b.: visita guiada por João Cutileiro (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00191

Coleção fotográfica, p.b.: conferência de Alan Bowness (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02131

4 provas, p.b.: visita guiada (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02132

3 provas, p.b.: visita guiada (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00176

45 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00177

17 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00184

13 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0053-D00183

Coleção fotográfica, p.b.: visita oficial (FCG, Lisboa) 1981


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