Exposição itinerante organizada por iniciativa do Museu do Azulejo, com o patrocínio e apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e da Secretaria de Estado da Cultura. Visava assinalar a decisão oficial de conceder ao Museu do Azulejo o estatuto de Museu Nacional, autonomizando-o do Museu Nacional de Arte Antiga.

O discurso expositivo sediava-se no estudo do percurso histórico e da evolução do azulejo em Portugal ao longo de 500 anos, e a montagem destacou-se, do ponto de vista técnico e museográfico, por ter estabelecido o exemplo de um método «inédito» na apresentação de azulejos: «Foi devidamente estudado e apreciado por directores, conservadores e técnicos de restauro de alguns dos mais importantes museus da Europa. […] Unanimemente está considerada uma inovação técnica segura e perfeita.» (Azulejos. Cinco Séculos do Azulejo em Portugal, 1980)

Antes de ser inaugurada em Lisboa, esta exposição foi apresentada em Itália (Florença, Siena, Nápoles e Roma), Polónia (Torun e Varsóvia), Paris e Madrid. Esta importante itinerância internacional foi instigada pela primeira montagem da exposição, em Florença, no âmbito das comemorações da «Semana da Cultura Portuguesa»: a cobertura dada pela imprensa e o avultado número de visitantes suscitaram o vívido interesse pela sua montagem noutros locais, nomeadamente várias cidades italianas e diversos países, entre os quais Alemanha, Polónia, Holanda, Bélgica, Inglaterra, França e Espanha. Porém, depois de organizada nas cidades de Torun e Varsóvia, as instituições portuguesas decidiram que a sua apresentação em Paris seria prioritária, no âmbito do acordo cultural luso-francês, o que levou ao abandono de algumas das outras propostas. Por sua vez, a montagem em Espanha enquadrou-se no contexto da celebração do centenário de Camões.

Segundo o catálogo da exposição, publicado por ocasião da sua montagem em Lisboa, a edição de Paris «ultrapassou largamente os 10 000 visitantes, para além do entusiasmo manifestado por notáveis artistas contemporâneos, tais como Joan Miró, Arpad Szenes, Vieira da Silva, Júlio Pomar, Manuel Cargaleiro, Paulo Ferreira, Jorge Martins, entre outros. Sobre ela foram feitos dois programas na televisão francesa e um excelente documentário do realizador Mário Barroso com texto de Liberto Cruz» (Azulejos. Cinco Séculos do Azulejo em Portugal, 1980).

As diversas montagens da exposição e as sucessivas adaptações aos diferentes espaços expositivos, durante a sua itinerância pelas várias cidades europeias, foi assegurada por uma equipa de técnicos do Museu Nacional de Arte Antiga.

Finalmente em Portugal, a exposição foi apresentada não só em Lisboa (na Fundação Calouste Gulbenkian), mas também noutras cidades do país.

Joana Brito, 2015