Elizabeth Price. User Group Disco

IndieLisboa

Exposição individual da artista britânica Elizabeth Price (1966), vencedora do Prémio Turner em 2012, que resultou da colaboração entre o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e o festival de cinema IndieLisboa, no âmbito de um programa paralelo de homenagem à imagem em movimento.
Solo exhibition of work by British artist Elizabeth Price (1966), winner of the Turner Prize in 2012. The show, held simultaneously with a programme dedicated to image in motion, resulted from a collaboration between the Calouste Gulbenkian Foundation’s Modern Art Centre and the IndieLisboa film festival.

De 24 de abril a 4 de maio, o Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) apresentou na Sala Polivalente a instalação User Group Disco (2009), da artista britânica Elizabeth Price (1966). A iniciativa resultou da colaboração com o festival de cinema IndieLisboa.

A apresentação de User Group Disco inseriu-se numa secção paralela do festival, intitulada Indie Moving Image, que teve a sua primeira edição em 2013, no âmbito das celebrações do décimo aniversário do IndieLisboa, com o objetivo de, através da apresentação de filmes e vídeos em formato de instalação, homenagear a imagem em movimento em diversos espaços de Lisboa.

Em 2014, esta secção contou com a curadoria de João Laia e contemplou instalações na Galeria Zé dos Bois, onde foi apresentado The Crystal Ball (2013), de Basim Magdy (1977); na Galeria Graça Brandão, onde esteve exposto Mondial 2010 (2014), de Roy Dib (1983); na Cinemateca Portuguesa, onde estiveram Beams of Cathodic Rays Shooting (2013), de Pedro Neves Marques (1984) e Mariana Silva (1984), e Hoods Up! (2012), também de Pedro Neves Marques; no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, que apresentou Untitled (Almost Lost) (2010), The Siberian Girl (2012) e You must believe it to see it (Le Tempestaire) (2012), de Anna Franceschini (1979); na Culturgest, onde foi apresentado Catoptrophilia (2013), de David Ferrando Giraut (1978); e no Museu da Electricidade – Fundação EDP, onde Sophie Michael (1985) apresentou 99 Clerkenwell Road (2010).

User Group Disco (2009) é o título do segundo momento de uma série criada por Elizabeth Price intitulada New, Ruined Institute (2008-). Em diferentes episódios, a artista explora distintos ambientes de um edifício fictício por ela imaginado. Este segundo projeto vídeo desenrola-se num espaço apelidado de «Hall das Esculturas», uma sala escura, sem presença humana, que reúne um diversificado conjunto de ferramentas e objetos banais do dia-a-dia. Em seguida, tornava-se percetível, através de imagens que remetem para alucinações, que estes objetos, pelo contexto em que se inseriam, eram na verdade categorizados como objetos de arte e artefactos históricos. Por intermédio da associação de imagens, refletidas em superfícies como um leitor de discos, vidros e cerâmicas, o espectador era impelido a entender a razão de ser destes objetos e o seu propósito.

Através desta malha de imagens, Elizabeth Price explorava as várias formas de expressão e técnicas associadas ao vídeo, no qual se reúnem arte, ficção, publicidade e documentário. Este modus operandi denota a influência de artistas como Jean Painlevé (1902-1989), Alain Resnais (1922-2014) ou John Carpenter (1948).

A sonoplastia do vídeo foi concebida por Jem Noble (1974) e partia de um conjunto de sons preexistentes para a construção de uma paisagem sonora eletrónica.

O artigo publicado pelo Jornal i por ocasião da mostra na Sala Polivalente do CAM descreve User Group Disco como uma «deriva num vazio negro, num espaço repleto de objectos comuns, utensílios e ornamentos», na qual o espectador ficava entregue à sua sorte («Indie Lisboa. Música e vídeo para o fim da festa», Jornal i, 30 abr. 2014).

O mesmo jornal elogiou esta secção do festival, por promover a relação entre vídeo e arte contemporânea nacional e internacional através da instalação, sem exigir a compra prévia de bilhetes, embora a divulgação tenha extrapolado as fronteiras nacionais. Esta iniciativa seria igualmente divulgada na Plataforma de Arte Contemporáneo: «Descrito como un espacio de investigación sobre el futuro de la imagen en movimiento, tiene como objetivo central el análisis de la relación entre el cine y el arte contemporáneo. Bajo la curaduría de João Laia, en siete espacios diferentes se presenta una selección ecléctica de trabajos de ocho artistas que exploran diferentes dimensiones de la imagen en movimiento.» (Pérez Pastor, PAC. Plataforma de Arte Contemporáneo, 25 abr. 2014)

Carolina Gouveia Matias, 2019


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