André Kertész. La Biographie d'une Œuvre

Resultante de uma parceria entre a Association Française pour la Diffusion du Patrimoine Photographique e a Fundação Calouste Gulbenkian, foi organizada a exposição itinerante do artista húngaro André Kertész (1894-1985), por ocasião do centenário do seu nascimento. A curadoria da exposição foi assegurada por Pierre Borhan.
Travelling exhibition of work by Hungarian artist André Kertész (1894-1985) resulting from a partnership between the Assocation Française pour la Diffusion du Patrimoine Photographique and the Calouste Gulbenkian Foundation. The show, held on the centenary of the artist’s birth, was curated by Pierre Borhan (1947).

A exposição retrospetiva do fotógrafo húngaro André Kertész (1894-1985) foi organizada por iniciativa da Association Française pour la Diffusion du Patrimoine Photographique, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG). Esteve patente, entre maio e agosto de 1996, na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da FCG (piso 0).

Esta mesma exposição já havia estado patente no Pavillon des Arts, em Paris, entre 25 de outubro de 1994 e 29 de janeiro de 1995, por ocasião da comemoração do centenário do nascimento de André Kertész, autor que Jorge Molder, então diretor do CAMJAP, considerou relevante trazer à Fundação Calouste Gulbenkian. A curadoria da exposição foi comum em ambas as edições (Paris e Lisboa), ficando à responsabilidade do escritor e historiador Pierre Borhan, então diretor do Patrimoine Photographique de França.

Segundo Rui Tavares, na crítica que dedica à exposição, André Kertész consagrou-se como um notável artista e fotógrafo surrealista, além de «uma das figuras mais influenciais da fotografia do século XX» (Tavares, , 16 mai. 1996), cuja carreira veio a influenciar decisivamente fotógrafos tão conhecidos como Cartier-Bresson (1908-2004) ou Robert Doisneau (1912-1994). Na Europa deprimida e decadente do pós-Primeira Guerra, os seus temas recorrentes refletiam-se nos «cânones pictorialistas e pitorescos da fotografia do início do século: crianças em ambientes bucólicos, a vida da aldeia, o famoso violinista cego de 1921» (Ibid.).

Acerca da exposição, o texto do folheto informava: «It give us the chance to follow his work's progress throughout its initial phase in Hungary (1912-1925), its flourishing period in Paris (1925-1936), its years of relative isolation in New York (1936-1962) and finally, its international acclaim as from the 1960s.» (July. August. September. 1996 [folheto], 1996)

Com o objetivo de ilustrar esse percurso artístico, a exposição reuniu 216 fotografias e 12 cartazes de Kertész. Francisco Feio, reconhecido fotógrafo português, orientou várias visitas guiadas à mostra.

O catálogo da exposição, que é também uma extensa monografia da vida e obra do artista, foi editado em 1994 pela instituição organizadora, a Association Française pour la Diffusion du Patrimoine Photographique, tendo sido posteriormente reproduzido e distribuído na exposição em Lisboa. A publicação contém uma introdução e um texto sobre a obra de André Kertész na exposição, assinado por Pierre Borhan, textos dos autores László Beke, Dominique Baqué e Jane Livingston, e a reprodução da algumas das fotografias apresentadas.

A receção da exposição por parte da imprensa especializada produziria opiniões divergentes entre os críticos. A título exemplificativo, recolhemos as apreciações de dois autores.

Rui Tavares consideraria a mostra «uma oportunidade rara» de se conhecer a obra de «um dos fotógrafos essenciais do século». De acordo com este autor, «não é todos os dias que temos oportunidade de ver uma exposição assim, com todas as fases de uma obra notável e de enorme talento, transversal a estilos e géneros. Na excelente retrospectiva […] encontraremos toda a sua arte, feita da inteligência da forma e da sensibilidade do fundo» (Tavares, , 16 mai. 1996).

Alexandre Pomar, por seu turno, entende que «não é o melhor Kertész que está na Gulbenkian, mas vale a pena vê-lo e pôr em discussão os modos de mostrar fotografias». O autor chamava também a atenção para um assunto à data amplamente discutido por diretores e curadores europeus e americanos, que punha em causa o recurso sistemático a novas impressões, de formato, suporte e tonalidade uniformizados em exposições fotográficas. Nesse sentido, Pomar concluía que, no caso das reproduções de Kertész apresentadas em Paris e Lisboa, o recurso escolhido transformava a obra de «um dos mais admiráveis fotógrafos do século num percurso estereotipado e fatalmente monótono» (Pomar, Expresso, 18 mai. 1996, p. 13).

Joana Brito, 2019


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Visita(s) guiada(s)

[André Kertész. La Biographie d'une Œuvre]

jul 1996
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal

Publicações


Periódicos

Lisboa, 16 mai 1996


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00378

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência oficial e orçamentos. 1996 – 1996


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