John Baldessari. This Not That

Exposição itinerante organizada pela Cornerhouse (Manchester), dedicada ao artista norte-americano John Baldessari (1931-2020). Com curadoria-geral de Stephen Snoddy, em Lisboa a curadoria esteve a cargo de Alexandre Melo.
Travelling exhibition dedicated to American artist John Baldessari (1931), organised by Cornerhouse (Manchester) and curated by Stephen Snoddy (1959). The Calouste Gulbenkian Foundation brought the show to Lisbon where it was co-curated by Alexandre Melo.

Exposição itinerante dedicada ao artista conceptual norte-americano John Baldessari (1931-2020), realizada por iniciativa do Cornerhouse (Manchester, Inglaterra). Comissariada por Stephen Snoddy, então diretor de exposições da Cornerhouse, e organizada conjuntamente por diversas instituições europeias, a exposição percorreu vários pontos na Europa entre 1995 e 1996, num trajeto de que fizeram parte as cidades de Manchester, Londres, Estugarda, Liubliana, Oslo e Lisboa – seu último destino.

Não obstante o comissariado-geral de Stephen Snoddy, foi necessário integrar para cada edição um curador associado, com o objetivo de apoiar e estruturar a exposição nas suas várias remontagens. Assim, a exposição «John Baldessari» contou com os seguintes curadores locais: na Serpentine Gallery (Londres), Julia Peyton-Jones; na Württembergischer Kunstverein (Estugarda), Uta Nusser; na Moderna Galerija (Liubliana), Igor Zabel; no Museet for Samtidskunst (Oslo), Jørgen Lund. Em Lisboa, a curadoria ficou a cargo do crítico de arte Alexandre Melo.

A obra de John Baldessari definiu-se no final dos anos 60, na costa californiana. Recusando a pintura, o artista enveredou pelo uso do texto e da fotografia. Ao mesmo tempo, afirmou o seu fascínio pelas imagens da cultura popular americana.

Numa entrevista concedida pelo artista ao jornal Público, conduzida por João Pinharanda, este referia-se assim à obra de John Baldessari: «Entre a arte conceptual e a pop, a obra de Baldessari instaurou um território de ironia e desconstrução, uma atitude crítica que se afirma no interior das próprias imagens, pelo modo como as usa e associa.» (Pinharanda, Público, 11 jun. 1996)

Segundo o texto introdutório do catálogo da exposição, o trabalho de John Baldessari inscreve-se na arte conceptual, «comunicada por meio de um espírito acerbo e irreverente», que recorre «à imagética e linguagem colhida da cultura popular do século XX» (John Baldessari, This Not That, 1996, p. 9). O texto assinala alguns marcos importantes: «Em finais da década de 60, a tónica do seu trabalho inflectiu, privilegiando a ideia – ou conceito – em detrimento da execução. Nos anos 70 continuou a questionar as convenções e limitações impostas à arte, caracterizando-se a década de 80 pela abertura emocional, complexidade psicológica e narrativa humanística.» E acaba concluindo: «Em certa medida, cada trabalho é um fragmento de uma história ou sonho ao qual o espectador empresta significados literais e simbólicos próprios.» (Ibid.)

Neste sentido, a exposição pretendeu refletir sobre este amplo espectro de abordagens e práticas de Baldessari. Para isso, o curador-geral, Stephen Snoddy, colaborou intimamente com o artista na seleção das obras a apresentar.

Leonor Nazaré, num artigo publicado no semanário Expresso, refere-se igualmente à amplitude da obra de Baldessari, assinalando «as iniciativas conceptualizantes e as lúdicas, a exploração formal e a temática». E continua: «Temas ligados à vida selvagem e à vida civilizada, aos bichos e aos homens; à comida e à roupa, ao quotidiano, aos lugares públicos e privados, ao corpo, à violência, como a alegorias efémeras, são facilmente retiráveis das imagens de cinema e são explorados de forma afinal tão liberta e inconsequente que se torna complicado definir os graus de “seriedade”, intencionalidade crítica ou diversão com que o faz.» (Nazaré, Expresso, 1996) E alude ainda ao sentimento desconcertante com que associamos alguma «facilidade compositiva» a certos trabalhos de Baldessari de manifesta «sedução imagética» (Ibid.).

O catálogo da exposição foi editado em conjunto por todas as instituições e galerias organizadoras da exposição. A publicação contém textos da autoria de alguns dos curadores, entre os quais Stephen Snoddy, Alexandre Melo, Uta Nusser e Igor Zabel. Além dos textos, o volume compreendeu uma biografia do artista, a lista de obras apresentadas e a reprodução fotográfica das mesmas.

A mostra foi acompanhada de programação associada, tendo sido realizadas várias visitas guiadas, orientadas por Helena Lisboa, e ainda um «Encontro com o Artista», no qual esteve presente John Baldessari acompanhado por Alexandre Melo.

A exposição «John Baldessari. This Not That» no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão motivaria a realização simultânea e independente de uma outra mostra dedicada a John Baldessari, apresentada na Galeria Pedro Oliveira, no Porto, de 1 de junho a 13 de julho de 1996.

Joana Brito, 2019

Touring exhibition dedicated to the North American conceptual artist John Baldessari (1931-2020), staged on the initiative of Cornerhouse (Manchester, England). Curated by Stephen Snoddy, then head of exhibitions at Cornerhouse and organised jointly with various European institutions, the exhibition toured several European locations between 1995 and 1996, an itinerary that included Manchester, London, Stuttgart, Ljubljana, Oslo and Lisbon – its final port of call.

Despite the curatorial oversight of Stephen Snoddy, it was also necessary to bring on board an associate curator for each showing, in order to support and structure the exhibition each time it was reassembled. Thus, the local curators of the John Baldessari exhibition were Julia Peyton-Jones at the Serpentine Gallery (London); Uta Nusser at the Württembergischer Kunstverein (Stuttgart); Igor Zabel at the Moderna Galerija (Ljubljana); and Jørgen Lund at the Museet for Samtidskunst (Oslo). In Lisbon, the exhibition was curated by art critic Alexandre Melo.

John Baldessari developed his style in the late 1960s, on the Californian coast. Turning his back on painting, the artist began to employ text and photography. His work also revealed a fascination with imagery from American pop culture. 

In an interview with the artist in the newspaper Público, João Pinharanda referred to the work of John Baldessari in the following terms: “Somewhere between conceptual art and pop art, the work of Baldessari carved out its own space of irony and deconstruction, his critical eye patent in the images themselves, and the way he deploys and combines them.” (Pinharanda, Público, 11 Jun 1996)

According to the introductory text in the exhibition catalogue, John Baldessari’s work is conceptual art, “conveyed through an acerbic and irreverent spirit”, employing “imagery and language that draws from 20th century popular culture” (John Baldessari, This Not That, 1996, p. 9). The text identifies key moments in his career: “in the late 1960s, the focus of his work shifted, the idea – or concept being foregrounded at the expense of execution. Throughout the 1970s, he continued to call into question the conventions and limitations imposed upon art, while the 1980s was characterised by emotional openness, psychological complexity and a humanist narrative.” It concluded by saying: “To a certain extent, each work is a fragment of a story or a dream to which the viewer lends their own literal or symbolic meanings.” (Ibid.)

Consequently, the exhibition sought to encompass Baldessari’s vast spectrum of approaches and practices. In order to do so, lead curator Stephen Snoddy worked closely with the artist when selecting the works to display.

In an article published in weekly newspaper Expresso, Leonor Nazaré also stresses the breadth of Baldessari’s work, pointing to his “conceptual endeavours and playful ones, formal and thematic exploration”.  She continues “Themes related to wildlife and civilisation, man and beast; food and clothing, daily life, public and private space, the body, violence, and ephemeral allegories, are easily drawn from the imagery of cinema and explored so freely and impulsively that it becomes hard to determine the degree of “seriousness”, critical intent or fun with which he does so.” (Nazaré, Expresso, 1996). She also refers to the disconcerting feeling with which we attribute an “ease of composition” to certain Baldessari pieces with clear “seductive appeal as images” (Ibid.).

The catalogue was produced jointly by all of the institutions and galleries involved in organising the exhibition. The publication contains texts by some of the curators, including Stephen Snoddy, Alexandre Melo, Uta Nusser and Igor Zabel. In addition to these texts, the volume included a biography of the artist and a listing and photographic reproductions of the works featured.

The exhibition was accompanied by a programme of events, including several guided tours by Helena Lisboa and a “Meet the Artist” session, attended by John Baldessari, accompanied by Alexandre Melo.

The exhibition “John Baldessari. This Not That” at the Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão [José de Azeredo Perdigão Modern Art Centre] would provide the impetus for another simultaneous but independent John Baldessari exhibition, which took place in the Galeria Pedro Oliveira in Porto, from 1 June to 13 July 1996.


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Visita(s) guiada(s)

[John Baldessari. This Not That]

20 jun 1996 – 1 ago 1996
Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna – Galeria Piso 01
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

Encontro com o Artista. John Baldessari e Alexandre Melo

5 jun 1996
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00387

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convite, correspondência oficial, orçamentos da exposição e seguro das obras. 1993 – 1996

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 115005

Coleção fotográfica, cor: aspetos (FCG-CAMJAP, Lisboa) 1996


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