Arquiteto, cenógrafo e pintor. Doutorado em Cenografia e Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, onde é professor desde 1982. Tem atividade multifacetada que oscila entre a arquitetura, as artes plásticas, a cenografia e a museologia. No teatro, realizou a sua primeira cenografia em 1973, e conta com mais de 280 cenografias realizadas em 15 países. Trabalhou com 98 encenadores diferentes, como Rogério de Carvalho, Sergi Belbel, Jorge Listopad, João Mota, Aderbal Freire-Filho, Artur Ramos, Ignacio García, João Lourenço, Graziella Galvani, Carlos Fernando, Juan Carlos Pérez de la Fuente, João César Monteiro, José Luis Goméz, María Ruiz, Rosario Ruiz Rodgers, Joaquim Benite, Fernanda Lapa, Helena Pimenta, José Sanchis Sinisterra, Gastão Cruz, Carlos Avilez, José Carlos Plaza, Ricard Salvat, Yannis Kokkos e Christiane Jatahy.
Em 1993, o Centre Georges Pompidou, em Paris, e o Festival Internacional de Teatro de Almada, em 2015, exibiram exposições retrospetivas da sua obra. Em 1995, foi convidado para membro do júri mundial da Quadrienal de Praga, dedicada à cenografia e à arquitetura teatral, e, em 2001, pela Union des Théâtres de l'Europe, para orientar o terceiro workshop dos Mestres da Cenografia (Barcelona). Recebeu vários prémios, nomeações e distinções nacionais e internacionais. Dirigiu ações de formação, estágios e seminários em universidades e outras instituições, em Portugal em muitos outros países, como Espanha, Bélgica, França, República Checa, México, Grécia, Itália, Cuba, Suíça e Brasil. Desde 2017, integra o júri de doutoramento em Estudos Teatrais da Universidade Sorbonne Nouvelle, em Paris.
Na cenografia de exposições, concebeu dispositivos para exposições como: «Pavilhão de Portugal: Expolangues» (Paris, 1989-1992); «No tempo em que os animais falavam: Fábulas de La Fontaine na Colecção Calouste Gulbenkian» (Museu Gulbenkian); «A Viagem» (Pavilhão de Portugal, EXPO'98), «Anti-galeria» (Arco, Madrid, 2001); «É proibido proibir!» (MUDE, Lisboa, 2009); «Um homem chamado Romeu Correia» (Museu de Almada, 2017); «O Pomar das Romãzeiras para Yvette Centeno» (Festival de Almada, 2018) e «Catorze Histórias Incríveis ou o Fabuloso Imaginário das Lendas da Beira Baixa» (espaço A Moagem, Fundão, 2017). Em 2002, faz a cenografia para o filme de João César Monteiro, Vai e Vem.
É membro eleito da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, em Espanha (2010), e da Academia de las Artes Escénicas de España (2019). É membro fundador da Associação Portuguesa de Cenografia (de que foi o presidente eleito entre 2012 e 2016). É o coordenador para a Europa do projeto «TELA: Theatres of Latin America», liderado pela International Organisation of Scenographers, Theatre Architects and Technicians (OISTAT). Foi diretor técnico, diretor artístico adjunto e administrador do Teatro Nacional D. Maria II.
Entre 1990 e 1995, foi assistente de direção do Serviço de Animação, Criação Artística e Educação pela Arte (ACARTE) da Fundação Calouste Gulbenkian, onde trabalhou, entre outros, no primeiro Colóquio sobre «Arqueologia e Recuperação dos Espaços Teatrais», na exposição «Projeto de Reabilitação dos Teatros do Século XIX em Espanha», na exposição-cenografia «O Espaço Memória», nos «Encontros ACARTE», no Festival Nórdico, no Festival Renânia do Norte-Vestfália, e na exposição «Fragmentos da Memória: Teatro Independente em Portugal 1974-1994».
É autor dos livros: Castanheira: Cenografia, Desenhar Nuvens, Viriato Rey, O Tempo das Cerejas, Frei Luís de Sousa (pintura), e coautor de Catorze Histórias Incríveis ou o Fabuloso Imaginário das Lendas da Beira Baixa (com Fernando Paulouro) e Viagem a Itália (com Pedro Castanheira).