Estudo para Tau ou os Porcos do Retábulo de Issenheim

N.º Inv.
ADD554
Data
c. 1989 – 1990
Materiais e técnicas
Caneta de tinta da china sobre papel
Medidas
21 x 29,3 cm
Proveniência
Col. Família Dacosta
Inscrições

«Tau vermelho»
[frente, margem superior esquerda]

«3 = Trípticos só com o Tau
1 = central com o porco»
[frente, margem superior esquerda]

«(Isabel)
branca lascada a gesso e lixada»
[frente, margem superior direita]

«3 traços do mesmo vermelho»
[frente, quadrante superior direito]

«(Isabel)
Tela branca passada a gesso e lixada»
[frente, quadrante superior direito]

«40 cm
O Tau é propocionalmente desta largura»
[frente, margem inferior]

«Nota
Moldura verde
maçã
A moldura corre todo o tríptico,
que é inteiriço.
Fazer 6 trípticos»
[frente, quadrante inferior direito]

«Porco marcado com
T vermelho [?]»
[frente, canto inferior direito]

«molduras verde maçã»
[verso, margem superior]

«II»
[verso, margem superior]

«Tríptico
do Porco
Central»
[verso, canto superior esquerdo]

«I Telas passadas
a gesso fino
e lixadas. (Isabel)
II Tudo a
– Vermelho e branco
Isabel e mol-
dura verde maçã.
(A tentação fica
na moldura em
todo um [ilegível]
filosófico para
ti.
A.»
[verso, margem esquerda]

«A cruz
atravessa o porco.
Que é tracejado
a vermelho
O T vermelho.
O tracejado
lateral também
como em I»
[verso, margem direita]

«Tau»
[verso, quadrante inferior direito]

Este é um dos vários estudos que António Dacosta realizou para um projeto em torno do Retábulo de Issenheim, que ficaria inacabado. A obra Tau ou os Porcos do Retábulo de Issenheim [ADPP327] foi postumamente concretizada por Bernardo Pinto de Almeida para o Museu de Serralves, tendo sido apresentada em 1992 na exposição «Há um minuto do Mundo que passa – Obras da coleção da Fundação de Serralves», através dos estudos deixados pelo pintor, em particular um deles [ADD324].

Após ter visitado o Retábulo de Issenheim (c. 1512-1516), famosa obra encomendada a Mathias Grünewald (c. 1470-1528) pelo Mosteiro de Santo Antão (ou Santo António Abade) de Issenheim para a capela do seu hospital – destinado a doentes do fogo sagrado ou fogo de Santo António -, Dacosta terá começado a projetar o complexo instalativo de pintura numa reflexão sobre estruturas retabulares, desenvolvido a partir da marcante série Tau, que pensava para uma exposição na Galeria 111.

O Retábulo de Issenheim vinha sendo uma referência central para a série do Tau. O «T» da crucificação associava-se ao «T» que os monges cosiam nas suas vestes e que imprimiam nas coxas dos porcos que tratavam, porcos estes que eram uma das suas principais fontes de autossubsistência e riqueza. Por seu lado, o porco era um dos símbolos de Santo Antão e era a forma do seu bastão.


Antologia Crítica


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