Espólio constituído por documentos relativos a 667 projetos de arquitetura – plantas, alçados, memórias descritivas – elaborados pelo arquiteto Raul Lino entre 1902 e 1974, ano do seu falecimento.

Constitui um conjunto de especial relevância para o estudo da história da arquitetura e da cultura arquitetónica em Portugal no século XX. Foi doado à Fundação Calouste Gulbenkian pela família do arquiteto em 1989.

Raul Lino (1879-1974) fez os seus estudos, primeiro em Inglaterra e depois na Alemanha, onde trabalhou com o arquiteto e historiador Albrecht Haupt. Do conjunto da sua produção arquitetónica, o período mais fecundo foi entre 1900 e 1920, quando projetou alguns dos seus edifícios mais emblemáticas, como as designadas “casas marroquinas”, realizadas entre 1901 e 1903 – a casa Montsalvat, para o pianista Alexandre Rey Colaço, a casa de Jorge O’Neill, a casa Silva Gomes e a vila Tanger -,  a casa dos Patudos (Alpiarça, 1904), a quinta da Comenda (Outão, 1909), a casa do  Cipreste, que projetou para sua habitação, em Sintra (1913) e a loja Gardénia, no Chiado (1917).

Foi também o autor do cinema Tivoli (1924) e do Pavilhão do Brasil na Exposição do Mundo Português (1940). Escreveu importantes textos teóricos sobre a problemática da arquitetura doméstica, como A nossa casa (1918), A casa portuguesa (1929), Casas portuguesas (1933) e L’évolution de l’architecture domestique au Portugal (1937).