René Bertholo (Alhandra 1935 - Vila Nova de Cacela, 2005) realizou a sua primeira formação artística na Escola de Artes Decorativas António Arroio (1947-1951), frequentando depois a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1951-1957).
Nestes anos começou a participar em exposições coletivas, realizou a sua primeira individual, na Galeria Pórtico (1956) e partilhou o ateliê com os amigos José Escada, Gonçalo Duarte e João Vieira (1956). Este ateliê ficava por cima do Café Gelo, no Rossio, onde se reuniam artistas e escritores como Mário Cesariny, Luiz Pacheco, Herberto Helder.
Na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa conheceu Lourdes Castro, com quem casou (1956) e com quem partiu, primeiro para Munique e, depois, para Paris (1958). Em Paris, iniciaram a publicação da revista KWY, que esteve na origem do grupo KWY (acrónimo de Ká Wamos Yndo) constituído por Bertholo, Lourdes Castro, Costa Pinheiro, Gonçalo Duarte, José Escada, João Vieira, pelo alemão Jan Voss e pelo búlgaro Christo.
A Fundação Calouste Gulbenkian concedeu-lhe uma bolsa para a estadia em Paris (1959-1960).
Expôs individualmente no estrangeiro pela primeira vez na Galerie Dragon (Paris, 1963). Ao longo da década de 1960 participou em diversas exposições coletivas – em Portugal e no estrangeiro - que o vão ligar ao desenvolvimento da Nouvelle Figuration.
A partir de 1966, René Bertholo começou a experimentar outras formas de criação artística, com a construção de modelos de pequenos objetos, movidos mecanicamente, quase que abandonando a pintura, que viria a retomar nos anos de 1970.
Regressou definitivamente a Portugal em 1981. Está representado na coleção do Centro de Arte Moderna, e o Museu de Serralves dedicou-lhe uma exposição retrospetiva (2000).