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Ana Hatherly
Associando-se ao programa Ecologias Imateriais, que o Centro de Arte Moderna (CAM) apresenta com a curadoria de Alejandro Alonso Díaz (fluent) e Rita Fabiana (CAM), a Biblioteca de Arte propõe uma seleção de títulos do seu acervo.
A mostra bibliográfica pretende fomentar a descoberta, a investigação e a reflexão crítica sobre temas que analisam as relações das artes com a natureza, com as condições ambientais e com a sustentabilidade e, de igual modo, ajudar a “pensar as práticas extrativistas para lá do seu significado material, criando um espaço para a partilha e para a discussão de dimensões imateriais e invisibilizadas que nos permitam imaginar outros mundos possíveis”.
Esta seleção bibliográfica apresenta-se dividida em duas partes.
Na primeira parte concentram-se os títulos de participantes no programa Ecologias Imateriais, como Emanuele Coccia, Rita Natálio, Michael Marder e Denise Ferreira da Silva – e também Ana Hatherly e Lourdes Castro. É um conjunto de obras que cruza disciplinas várias e práticas artísticas diversas, com abordagens estéticas e teóricas que têm vindo a ser objeto de reflexão de filósofos, artistas, poetas, cientistas e paisagistas dos vários continentes, procurando “a partilha de formas invisibilizadas de conhecimento e de relação com o mundo, baseadas em ontologias não-produtivistas, indígenas, matriarcais, queer, campesinas e orientadas para as plantas”, como escrevem Alejandro Alonso Díaz e Rita Fabiana no texto de apresentação de Ecologias Imateriais.
Na segunda parte, apresenta-se uma seleção de obras que têm vindo a ser publicadas a partir do final da última década do século XX, com diferentes perspetivas das questões relacionadas com a Natureza, a Ecologia e a Sustentabilidade nos campos das artes visuais, da arquitetura e da arquitetura paisagista, do design e do urbanismo.
Com esta bibliografia temática a Biblioteca de Arte assinala ainda os 50 anos da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em junho de 1972, em Estocolmo. Sob o tema “Uma só Terra”, a Conferência de Estocolmo foi a primeira tomada de consciência global da urgência de medidas políticas e económicas para a harmonização das relações das comunidades humanas com o “meio ambiente”, numa altura em que a exploração em larga escala dos recursos naturais do planeta ameaçava já a sua sobrevivência.