Mozart: Sinfonia n.º 40
Orquestra Gulbenkian / Álvaro Albiach
A Sinfonia n.º 40, em Sol menor, K. 550, foi composta em 1788 e terminada em julho desse ano, tratando-se da penúltima sinfonia de Mozart. Em pouco mais de dois meses compôs, para além da Sinfonia n.º 40, as Sinfonias n.º 39 e n.º 41, muitas vezes visitadas e analisadas em conjunto. Mozart terá ouvido a Sinfonia n.º 40 num concerto privado, não tendo apreciado alguns detalhes musicais, resultando em algumas mudanças como a adição de clarinetes e consequentes alterações da secção de sopros. A obra seria ainda dirigida por Antonio Salieri (1750-1825), em abril de 1791, em Viena.
A Sinfonia n.º 40 está dividida em quatro andamentos. O primeiro, Molto allegro, inicia-se com o acompanhamento, servindo logo de base a um dos mais conhecidos temas mozartianos, nos violinos, criando alguma tensão antes da apresentação do segundo tema, nas cordas e madeiras. Mozart opta por repetir os temas antes do desenvolvimento, no qual nos conduz por várias modulações até à reexposição, desaguando então numa coda. O segundo andamento, Andante, é pautado por um ambiente sereno, com uma nota pedal nas trompas, seguindo-se uma melodia de maior lirismo, contrastando, até certo ponto, com o contraponto do segundo tema. O terceiro andamento, Menuetto (Allegretto), é iniciado com os ritmos sincopados, contrastando depois com a simplicidade e delicadeza do trio, que remete claramente para um episódio de dança, retomando depois a secção inicial. O último andamento, Allegro assai, apresenta um primeiro tema enérgico, traduzindo-se numa orquestração viva e densa, que contrasta com a melancolia e doçura do segundo tema. O desenvolvimento é marcado por vários efeitos dramáticos, incluindo uma secção em estilo fugado. Depois da reexposição, Mozart conclui a sinfonia com uma coda intensa e vibrante.
Intérpretes
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Orquestra Gulbenkian
Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de sessenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de cerca de sessenta instrumentistas, que pode ser expandido de acordo com as exigências de cada programa. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório, do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas podem também ser interpretadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório, em Lisboa, em cujo âmbito colabora com os maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos nacionais, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas. No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio. O finlandês Hannu Lintu é o Maestro Titular da Orquestra Gulbenkian, sucedendo a Lorenzo Viotti.
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Álvaro Albiach
Maestro
O maestro espanhol Álvaro Albiach foi distinguido com o Grande Prémio do Júri e o Prémio do Público na 46.ª edição do Concurso Internacional de Direção de Orquestra de Besançon (1999). A sua carreira profissional recebeu então um forte impulso, permitindo-lhe estrear-se à frente da Orquestra Nacional do Capitólio de Toulouse. A partir de então, tem sido um convidado regular de importantes orquestras com a Wiener Kammerorchester, a NDR Radio Philharmonie de Hanôver, a Staatskapelle Halle, a Sinfónica de Trondheim, a Orchestre d'Auvergne, a Orquestra da Rádio Flamenga, a Würtembergische Philharmonie ou a Orquestra Nacional de Lyon, bem como as principais orquestras espanholas.
Em setembro de 2012, foi designado Diretor Artístico e Maestro Titular da Orquestra da Estremadura, agrupamento que dirigira pela primeira vez em junho do mesmo ano em dois concertos da temporada, em Cáceres e Badajoz. Até 2021, desenvolveu uma intensa atividade que muito contribuiu para uma maior projeção artística e musical desta orquestra. Atualmente é Maestro Convidado Principal da Orquestra de Valência e da Orquestra da Estremadura.
Álvaro Albiach complementa a sua atividade de direção de concertos sinfónicos com uma importante presença no domínio da ópera, tendo trabalhado em prestigiados teatros e festivais como, entre outros, o Teatro Real de Madrid, o Gran Teatre del Liceu de Barcelona, o Festival Rossini de Pesaro, o Teatro Comunale de Bolonha, o Teatro Comunale de Treviso, o Festival de Schleswig-Holstein, o Festival de Granada, o Festival de Peralada, o Festival de Verão de El Escorial, o Teatro Campoamor de Oviedo, o Teatro Villamarta de Jerez ou o Teatro de la Zarzuela de Madrid.
Programa
Wolfgang Amadeus Mozart
Sinfonia n.º 40, em Sol menor, K. 550
1. Molto allegro
2. Andante
3. Menuetto: Allegretto
4. Finale: Allegro assai