
- França, c. 1897-1898
- Ouro, esmalte, crisoprásio, calcedónia, pedras de lua e diamantes
- Inv. 1197
Peitoral «Libélula»
Sem dúvida uma das joias mais espetaculares alguma vez criada por René Lalique, o grande criador da joalharia moderna, este peitoral «mulher-libélula» foi apresentado com enorme sucesso na Exposição Universal de Paris de 1900, onde o artista viu consagrada a sua obra de joalheiro Arte Nova. A figura híbrida, simultaneamente bela e horrível, é constituída por uma enorme libélula em ouro e esmalte, de asas abertas articuladas, com finíssima decoração de esmalte vitral enriquecido por diamantes, esmaltes e pedras de lua.
Da boca escancarada do inseto com garras de grifo sai um busto de mulher em crisópraso, cuja cabeça é coberta por um elmo decorado com duas figuras de escaravelhos em ouro esmaltado. O corpo longilíneo do inseto, também em ouro esmaltado, apresenta ainda calcedónias em cabuchão. Combinando a figura feminina com o inseto, que simultaneamente atrai e repele ao tornar-se uma criatura híbrida com ferozes garras de grifo, este mundo de contrastes e opostos, tão típico do gosto da época, encontra nesta joia o seu verdadeiro paradigma.
Adquirida por Calouste Gulbenkian a René Lalique, 1903.
Ferreira 1999
Maria Teresa Gomes Ferreira, Lalique. Jóias. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 1999, p. 57, pp. 202-205, cat. 51.
Lisboa 2011
Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2011, p. 193, cat. 172.