• França, c. 1770
  • Óleo sobre tela
  • Inv. 436

A Ilha do Amor

Jean-Honoré Fragonard

Descrita como «vista de um jardim pitoresco» por ocasião da sua primeira venda pública, em 1784, a pintura foi durante muito tempo identificada com o parque de Rambouillet, então propriedade do duque de Penthièvre, parecendo apresentar também semelhanças com outros jardins contemporâneos, de que Chantilly se afigura o exemplo mais aproximado. Acredita-se atualmente que Fragonard não procurou representar nenhum local topográfico específico, devendo-se antes a composição, uma renovação do tema da festa galante inserida num jardim irreal, à imaginação do artista.

Num cenário exuberante e teatral, de dimensão fantástica, a paisagem transfigurada impõe-se como o verdadeiro tema desta obra fascinante e misteriosa, reduzindo a uma menor expressão a presença da aristocracia galante em festa. A pintura constitui por certo uma homenagem a Antoine Watteau, quer através do pormenor da gôndola, presente numa obra da sua autoria, Le Printemps [A Primavera] (Royal Collection Trust, Londres), quer na evocação galante de Pélegrinage à l’île de Cythère [Peregrinação à Ilha de Citera] (Musée do Louvre, Paris). O pormenor da árvore retorcida à esquerda parece entretanto derivar da arte chinesa, enquanto a escadaria animada por pequenas figuras lembra um desenho de Gabriel de Saint-Aubin intitulado A Garden Fete at Saint-Cloud (National Gallery of Scotland, Edimburgo).

Coleção Jean-Benjamin Delaborde; Coleção Duclos-Dufresnoy, Paris; Coleção Villeminot, Paris; Coleção Guérin; Coleção Marquês de Sayve, Paris. Adquirida por Calouste Gulbenkian, Wildenstein, Nova Iorque, 15 de maio de 1928.

A. 71 cm; L. 90 cm

Washington D. C. 1950

European Paintings from the Gulbenkian Collection, catálogo de exposição. Washington D. C.: National Gallery of Art, 1950, p. 32-33, cat. 11.

Nova Iorque 1988

Pierre Rosenberg, Fragonard, catálogo de exposição. Nova Iorque: The Metropolitan Museum of Art, 1988, p. 355-358.

Sampaio 2009

Luísa Sampaio, Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa/Milão: Museu Calouste Gulbenkian/Skira, 2009, pp. 92-93, cat. 36.

Lisboa 2011

Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2011, p. 150, cat. 126.

Atualização em 15 junho 2022

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.