Flaubert na Coleção Gulbenkian

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No âmbito do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, encontra-se em exposição no Museu uma seleção de livros de Gustave Flaubert, refletindo sobre o poder ilustrativo das edições de luxo, que tanto atraíram Gulbenkian na sua vertente de bibliófilo.

Numa carta de 12 de junho de 1862, o escritor francês Gustave Flaubert (1821-1880) confessa-se resistente face à ilustração das suas obras ao seu notário Ernest Duplan: «Nunca, enquanto for vivo, serei ilustrado, pois a mais bela descrição literária é devorada pelo mais mísero desenho.»

Sabemos, contudo, que, após a morte do escritor, se multiplicaram as edições de luxo dos seus contos e romances. Enriquecidas por composições criadas e executadas por importantes ilustradores, gravadores ou encadernadores da transição do século XIX para o século XX, estas produções destinavam-se a um público bibliófilo que pretendia rechear as suas bibliotecas de exemplares únicos, contendo muitas vezes cartas ou bilhetes manuscritos dos autores ou aguarelas e desenhos originais dos artistas que nelas participavam.

Colecionador eclético, Calouste Gulbenkian (1869-1955) também se interessou por este tipo de publicações, dos mais variados autores. No caso de Flaubert, encontram-se hoje dez exemplares na coleção do Museu, que servem de ponto de partida a uma pequena mostra, no âmbito do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, celebrado a 23 de abril.

Apresentando-se em três momentos nas galerias do Museu, esta seleção organiza-se de acordo com as temáticas que inspiraram o escritor: Antiguidade, imaginário cristão e medieval e o século XIX, o seu próprio tempo. Com este percurso, pretendemos evocar o papel que as fontes artísticas e documentais das épocas que Flaubert revisitou nas suas narrativas assumiram no processo criativo da sua produção literária. Tal importância permite-nos também reconhecer que, embora recusando a ilustração das suas obras, o escritor foi sempre influenciado pelo poder da imagem.


Ficha técnica

Curadoria

Ana Maria Campino – Museu Calouste Gulbenkian

Imagem de topo

Gustave Flaubert, «Par les Champs et par les Grèves» (pormenor). Ilustrado com aguarelas originais e gravuras a água-forte de Henri Jourdain. Exemplar único, impresso para o comprador dos desenhos originais. Paris: L. Carteret, Éditeur, 1924. Impresso sobre papel. Museu Calouste Gulbenkian

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