Carvalho-negral
Quercus pyrenaica
Família e descrição
Da família Fagaceae, o carvalho-negral é uma árvore de folha caduca que pode alcançar 25 m de altura.
O seu tronco é direito com casca cinzenta, baça e gretada em placas. A copa é arredondada.
As folhas são simples, alternas, fendidas em lóbulos profundos e irregulares, variando muito quanto ao recorte e dimensão. A página inferior da folha é felpuda, assim como o seu pecíolo.
A floração ocorre entre abril e junho. As flores masculinas são as mais evidentes, amarelas e agrupadas em amentilhos compridos, pendentes. As flores femininas são esverdeadas e muito discretas, surgindo separadamente no mesmo pé.
Os frutos são bolotas com uma cúpula com escamas curtas. Amadurecem entre outubro e novembro.
Origem e habitat
É uma árvore originária da Península Ibérica, Oeste e Sudoeste da França e Norte de Itália. Pertence à associação Carvalhal da zona continental, seca e fria.
Em Portugal é muito abundante no norte e centro, sendo comum nos cumes das serras, encostas e planaltos, predominando nos solos graníticos e de xistos.
Suporta muito bem o frio, a neve e as geadas, bem como períodos secos, e chuva intensa.
Utilizações e curiosidades
Árvore muito procurada para obtenção de lenha, usada em marcenaria, carpintaria e cascas para curtimento de peles. As folhas eram usadas como forragem verde para o gado.
É uma árvore com a capacidade de produzir rebentos a partir da base do tronco, podendo também rebentar a partir das raízes. Propaga-se bem por semente (bolota). Os gaios, muito apreciadores das bolotas na sua alimentação, têm o hábito de as enterrar como reserva alimentar durante o inverno, sendo responsáveis pelo nascimento de muitos jovens carvalhos.
Esta espécie de carvalho, como muitos outros de folha caduca, produzem, como defesa contra a picada de uma vespa, esferas esponjosas conhecidas por bugalhos. Estes bugalhos, que não são frutos, têm a particularidade de poder ser usados para o fabrico de tinta castanha, já que a árvore, no seu todo, é rica em taninos.