Carvalho-negral © Paula Côrte-Real

Carvalho-negral

Quercus pyrenaica

Família e descrição

Da família Fagaceae, o carvalho-negral é uma árvore de folha caduca que pode alcançar 25 m de altura. 

O seu tronco é direito com casca cinzenta, baça e gretada em placas. A copa é arredondada.

As folhas são simples, alternas, fendidas em lóbulos profundos e irregulares, variando muito quanto ao recorte e dimensão. A página inferior da folha é felpuda, assim como o seu pecíolo.

A floração ocorre entre abril e junho. As flores masculinas são as mais evidentes, amarelas e agrupadas em amentilhos compridos, pendentes. As flores femininas são esverdeadas e muito discretas, surgindo separadamente no mesmo pé.

Os frutos são bolotas com uma cúpula com escamas curtas. Amadurecem entre outubro e novembro.

Origem e habitat

É uma árvore originária da Península Ibérica, Oeste e Sudoeste da França e Norte de Itália. Pertence à associação Carvalhal da zona continental, seca e fria.

Em Portugal é muito abundante no norte e centro, sendo comum nos cumes das serras, encostas e planaltos, predominando nos solos graníticos e de xistos. 

Suporta muito bem o frio, a neve e as geadas, bem como períodos secos, e chuva intensa.

Utilizações e curiosidades

Árvore muito procurada para obtenção de lenha, usada em marcenaria, carpintaria e cascas para curtimento de peles. As folhas eram usadas como forragem verde para o gado.

É uma árvore com a capacidade de produzir rebentos a partir da base do tronco, podendo também rebentar a partir das raízes. Propaga-se bem por semente (bolota). Os gaios, muito apreciadores das bolotas na sua alimentação, têm o hábito de as enterrar como reserva alimentar durante o inverno, sendo responsáveis pelo nascimento de muitos jovens carvalhos.

Esta espécie de carvalho, como muitos outros de folha caduca, produzem, como defesa contra a picada de uma vespa, esferas esponjosas conhecidas por bugalhos. Estes bugalhos, que não são frutos, têm a particularidade de poder ser usados para o fabrico de tinta castanha, já que a árvore, no seu todo, é rica em taninos.

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