Giulio Paolini. Múltiplos e Obra Gráfica, 1969 – 1995

Exposição individual de Giulio Paolini (1940), nome central da Arte Povera italiana. De caráter antológico, a mostra centrou-se em trabalhos produzidos entre 1967 e 1993, nomeadamente múltiplos e obra gravada. Foi organizada em parceria com a Galeria Noire (Turim).
Solo exhibition of Giulio Paolini (1940), a central figure in Italian Arte Povera. The retrospective show centred on works produced between 1967 and 1993, namely art multiples and prints, organised in partnership with the Noire Gallery, Turin. The artist led a conversation with the public on the morning following the opening.

Giulio Paolini (1940) esteve entre o primeiro grupo de artistas convocados pelo crítico e curador Germano Celant para o que viria a ficar conhecido como Arte Povera italiana.

À semelhança de alguns desses seus pares, Paolini tem vindo a conciliar, desde o final dos anos 60, uma forte tónica na instalação, aliada a uma exploração constante da reprodutibilidade da imagem nas suas várias tecnologias. Foi esse o âmbito específico das 96 peças incluídas nesta sua antológica no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP), em 1995 (Folheto-póster, Arquivos Gulbenkian, CAM 00368). Os trabalhos apresentados expressam o quanto a imagem, encarada como enigma histórico e cultural, é um dos principais vetores de questionamento na obra do autor, conduzindo-o frequentemente à apropriação de referências da história da arte. Essas citações começam por ser problematizadas através da colagem e intervencionadas com desenho e com palavra. Entram depois nos terrenos da montagem fotográfica, da litografia, da fotolitogravura, da serigrafia, muitas vezes ensaiando formatos híbridos que cruzam o póster, o postal, o livro de artista e que testam os limites entre a arte e o design gráfico e editorial.

Na senda dos conceptualismos, tendências que Paolini acompanha desde o surgimento, muitos desses objetos reenquadram os valores plásticos e funcionais da ephemera (cartazes, panfletos, desdobráveis); outros desconstroem a ideia do livro enquanto símbolo do conhecimento. Exercitam esse jogo crítico através da sua morfologia e do modo como são instalados no espaço expositivo.

Para a produção dos seus múltiplos e edições, Paolini tem contado com a colaboração da galeria e editora Marco Noire Editore, entidade que coorganizou esta exposição em Lisboa. O próprio Noire assina a curadoria da mostra em conjunto com Silvia Chessa, conforme já tinha acontecido em 1989 na exposição «Impressions Graphiques. Progetti e collaborazioni editoriali di Giulio Paolini» (Salone del Libro – Castello di Rivoli Museo d'Arte Contemporanea, Turim, Itália). Também editados pela Marco Noire, o catálogo dessa exposição e a monografia Giulio Paolini. Impressions Graphiques. L'opera gráfica 1967-1992 (1992) seriam adotados como materiais bibliográficos associados a esta antológica de 1995 na Fundação Calouste Gulbenkian e disponíveis na receção do CAMJAP (Comunicado à imprensa, Arquivos Gulbenkian, Dossiê do Serviço de Comunicação 139). A Fundação editou também um desdobrável para o qual foram transpostos e traduzidos para português alguns dos conteúdos dessas edições. Entre eles, uma lista de obras, em parte coincidente com a daquela monografia de 1992 e que remonta a 1967, contrariando o nome dado à exposição de Lisboa (Folheto-póster, ibid.). A essa lista base, acrescenta mais 14 obras posteriores a 1992 que terão sido expostas em Lisboa.

«Giulio Paolini. Múltiplos e Obra Gráfica, 1969-1995» terá sido, até hoje, a primeira e única exposição individual de Paolini em Portugal de que há notícia. Para a sua realização, o CAMJAP pôde contar com a consultoria de Julian Scholl, que deu o seu apoio à produção.

A inauguração ocorreu a 16 de março de 1995, na Galeria do CAMJAP (piso 01), onde a exposição ficou patente até 29 maio de 1995. A convite de Rui Sanches, então diretor-adjunto do CAMJAP, Paolini voltaria ao espaço expositivo, na manhã seguinte à inauguração, para um encontro com o público. Seria o primeiro momento de uma programação paralela que contou com várias visitas orientadas.

Na imprensa escrita, destaca-se uma interessante entrevista com o artista, conduzida por João Pinharanda e publicada no jornal Público a 20 de março de 1995.

Daniel Peres, 2019


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Visita(s) guiada(s)

Encontro com Giulio Paolini

17 mar 1995 – 17 mar 1995
Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

[Giulio Paolini. Múltiplos e Obra Gráfica, 1969 – 1995]

17 mar 1995 – 28 mai 1995
Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna – Galeria Piso 01
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Jorge Molder (à esq.) e Giulio Paolini (ao centro)

Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00368

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência interna e externa, textos para folheto-póster editado pela Fundação Calouste Gulbenkian e plantas do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. 1994 – 1995

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/044-D02923

Coleção fotográfica, cor: inauguração (FCG-CAMJAP, Lisboa) 1995


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