Exposição individual de Antoni Peyrí (1924-2017), organizada pela Embaixada do México em Portugal, com o apoio da Direção-Geral para os Assuntos Culturais do Ministério dos Negócios Estrangeiros do México, em parceria com o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.

Com um reconhecido percurso no campo da arquitetura e do ensino, Peyrí decide dedicar-se quase exclusivamente à pintura a partir de 1980, atividade que iniciara em 1959. O artista de origem catalã, radicado no México desde 1941, expôs individualmente o seu trabalho pela primeira vez em 1961, mostrando-o com regularidade em galerias e museus do México, Barcelona e, pontualmente, nos Estados Unidos da América (São Francisco e Nova Iorque).

A mostra, que ocupou a Galeria de Exposições Temporárias da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian (piso 01), dava a conhecer a sua produção mais recente através de uma seleção significativa de trabalhos realizados entre 1990 e 1992. Organizada cronologicamente, esta exposição começava com um conjunto de pinturas, de 1990, com uma forte dimensão onírica e fantástica, seguindo-se as séries Bañistas Nocturnos (1991), Los Sueños del Cazador (1992) e El Arco del Destino (1992). Estas mostram cenas enigmáticas em cenários naturais, de cores escuras mas vibrantes. Após a inauguração, teve lugar no Auditório 3 a conferência «El Misterio de una Poética Pictórica. Reflexiones sobre la obra de Antoni Peyrí», proferida por Daniel Giralt-Miracle, historiador de arte e então diretor do Museu d'Art Contemporani de Barcelona.

A propósito desta exposição, Alexandre Pomar critica o facto de a Fundação Calouste Gulbenkian se manter recetiva à apresentação de exposições diplomáticas, afirmando: «Do México […] chega-nos uma obra de restrito alcance regional […] por iniciativa diplomática – da qual é pena que a Fundação ainda não se tenha já definitivamente libertado.» (Pomar, Expresso, 27 fev. 1993)

Mariana Roquette Teixeira, 2018