A exposição «Artistas Catalães do Fundo de Arte da Generalitat de Catalunya» esteve patente na Galeria do piso 1 do Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian, de 18 de setembro a 20 de outubro de 1990. Foi realizada no âmbito da visita a Lisboa do presidente da Generalitat de Catalunya, Jordi Pujol, que visitou a Fundação a 1 de outubro de 1990, acompanhado por várias personalidades do Departamento de Cultura, nomeadamente Joan Guitart, Xavier Bru de Sala e Valentí Sallas.

A exposição foi uma iniciativa dos Serviços Culturais da Generalitat de Catalunya, e permitiu ao público português conhecer um conjunto de obras representativo da arte catalã do século XX, apresentando pintura, desenho, gravura, escultura e instalação. O Fundo de Arte da Generalitat de Catalunya era constituído pelo trabalho de vários artistas catalães, desde os primeiros anos da década de 30 até aos anos 80, e esteve na origem da formação da coleção do MACBA – Museu d'Art Contemporani de Barcelona, fundado em 1988 e aberto oficialmente no dia 25 de novembro de 1995.

José Sommer Ribeiro, diretor do CAM, foi responsável pela organização da exposição em Lisboa, em colaboração com Jorge Molder, seu assessor. Para Sommer Ribeiro, «a apresentação no Centro de Arte Moderna (CAM) de uma selecção do Fundo de Arte da Generalitat de Catalunya permitir-nos-á analisar os caminhos trilhados por artistas catalães desde os anos 30 até aos nossos dias. Tal Fundo, que tem vindo a ser inteligentemente completado, quer por aquisições quer por doações, constitui já um núcleo demonstrativo da criatividade dos seus artistas e destina-se principalmente a difundir a arte catalã das últimas décadas no estrangeiro» (Artistas Catalães do Fundo de Arte da Generalitat de Catalunya, 1990, p. 7).

A exposição foi comissariada por Josep Miquel Garcia, historiador de arte. Apesar de o projeto inicial ter sofrido algumas alterações, a museografia da exposição manteve a intenção de, em vez de apresentar o conjunto de obras de forma cronológica, dar a conhecer a história da coleção. Como tal, a primeira sala foi dedicada à apresentação do núcleo fundador da coleção, constituído pelas obras de Antoni Clavé (1913-2005), Apel-les Fenosa (1899-1988), Joan Junyer (1904-1994), Josep M. de Sucre (1886-1969) e Leandre Cristòfol (1908-1998).

Depois desta primeira secção, a museografia organizou os objetos em dois momentos temáticos: «Geração da Segunda Vanguarda, 1950/1960» e «Novas Propostas Criativas, 1970/1980». A primeira sala era introduzida pela pintura Deessa repenjant-se al seu colze (1960), doada por Salvador Dalí (1904-1989) ao presidente da Generalitat, seguindo-se os trabalhos de Josep Guinovart (1927-2007), Marcel Martí Alvear (1925-2010), Francesc Todó (1922-2016), Albert Ràfols-Casamada (1923-2009) e Hernandez Pijuan (1931-2005).

A exposição terminava com a sala «Novas Propostas Criativas, 1970/1980», onde o público português pôde apreciar trabalhos de pintura e escultura de artistas como Xavier Medina Campeny (1943), Antoni Miralda (1942), Frederic Amat (1952), Sergi Aguilar (1946), Susana Solano (1946) e José Manuel Broto (1949).

O catálogo da exposição foi da responsabilidade do Departamento de Cultura da Generalitat de Catalunya e desenhado por Sebastià Duatis. Contém duas notas de apresentação de Joan Guitart i Agell, conselheiro de Cultura, e de José Sommer Ribeiro, uma introdução à coleção, assinada por Josep Miquel Garcia, e um ensaio intitulado «Fundo de Arte da Generalitat de Catalunya: Bases de uma Colecção», assinado por Conxita Oliver, coordenadora do projeto.

O catálogo é ainda constituído pela reprodução a cores das obras expostas e termina com a biografia dos artistas representados.

A exposição foi divulgada na Colóquio/Artes, revista de artes visuais, música e bailado.

Carolina Gouveia Matias, 2018