Sergi Aguilar. Zul, Papéis e Cartões, 1974 – 1994

Exposição itinerante e individual do artista catalão Sergi Aguilar (1946), organizada pelo Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão em parceria com a Sala Rekalde (Bilbau). Comissariada por Teresa Blanch, a exposição apresentou um conjunto de 151 desenhos, fruto de uma tradução metafísica dos elementos da natureza e dos sinais geográficos.
Travelling retrospective exhibition of work by Catalan artist Sergi Aguilar (1946) organised by the Modern Art Centre José de Azeredo Perdigão in partnership with the Sala Rekalde (Bilbao). Curated by Teresa Blanch, the exhibition included a selection of 151 drawings, which were the result of a metaphysical transition of elements of nature and geography.

«Zul, Papéis e Cartões, 1974-1994» foi o nome da exposição de desenho do artista catalão Sergi Aguilar (1946) que esteve patente na Galeria do piso 01 do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP) da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), de 22 de junho a 24 de setembro de 1995.

Comissariada por Teresa Blanch, historiadora de arte e curadora de arte contemporânea, a exposição contou com uma seleção de 151 desenhos anteriormente apresentados na Sala Rekalde, de Bilbau, de 6 de outubro a 13 de novembro de 1994. O extenso número de desenhos selecionados levou a que o plano inicial de expor algumas esculturas de Aguilar não tomasse forma.

O trabalho escultórico de Sergi Aguilar já antes fora apresentado no CAMJAP, entre 18 de setembro e 20 de outubro de 1990, no âmbito da exposição coletiva «Artistas Catalães do Fundo de Arte da Generalitat de Catalunya». Esta exposição fora realizada por ocasião da visita a Lisboa do presidente da Generalitat de Catalunya, Jordi Pujol, que visitou a FCG no dia 1 de outubro de 1990, acompanhado por Joan Guitart, Xavier Bru de Sala e Valentí Sallas, todos eles ligados ao Departamento de Cultura. O trabalho de Aguilar foi apresentado no núcleo de Novas Propostas Creativas 1970/1980, ao lado de artistas como Xavier Medina Campeny, Antoni Miralda e Frederic Amat.

Na exposição de 1995, os trabalhos submetidos por Sergi Aguilar não estavam vinculados à sua atividade escultórica, tratando-se antes de obras autónomas que se desenvolvem nos mesmos temas e preocupações trabalhados espacialmente. Os desenhos dão pistas sobre o seu pensamento, que, na linguagem específica do desenho, são o resultado de um campo de experimentação e investigação de situações e simulação de espaços.

O trabalho de Sergi Aguilar é fruto da sua relação com as forças naturais, que o artista transforma em ideias abstratas e que, partindo do plano das experiências físicas, do mundo natural e da paisagem, passam a viver num plano metafísico. O resultado desta transição, a passagem da dimensão física para outra eminentemente teórica, é um conjunto de desenhos que, segundo a comissária da exposição, se inserem na tipologia do «minimalismo topográfico»: «Sergi Aguilar usa os papéis e cartões como uma autêntica dimensão plana onde desenvolve, de forma directa e desvinculada da escultura, a sua filosofia pessoal de moderações territoriais, que provoca uma sintaxe variada de marcas naturais pressentidas no espaço real, configurando assim, ao longo de toda a sua trajectória, um singular "minimalismo topográfico".» (Sergi Aguilar. Zul, Papéis e Cartões, 1974-1994, 1995, p. 2)

A exposição contemplou vinte anos de trabalho, ao longo dos quais Sergi Aguilar recolheu elementos e sinais da natureza com o objetivo de estabelecer um trajeto simbólico e místico dos territórios nela existentes, reflexo de um crescente conhecimento adquirido sobre as chaves sintáticas do mundo natural. Sobre a obra exposta, e sobre a importância da transformação de elementos naturais e topográficos, Rocha de Sousa notaria: «As sucessivas organizações em papel, cartão e colagem, por vezes demarcadas por superfícies pintadas e tons terrosos, deixam transparecer, de forma minimal, o processo d[e] o autor reflectir e projectar simultaneamente, após diferentes vivências, o espaço-território, os modos como essa realidade se pode reordenar, significar, despojar e funcionalizar.» (Sousa, JL. Jornal de Letras, Artes e Ideias, 11 out. 1995, p. 33)

Museograficamente, a mostra espelhou este percurso de pesquisa, dividindo os trabalhos em diversos núcleos temáticos, intitulados: «Estudos geométricos da natureza», «Deslocações», «Os cartões», «Orientações» e «Periferias, marcas».

Carolina Gouveia Matias, 2019


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Visita(s) guiada(s)

[Sergi Aguilar. Zul, Papéis e Cartões, 1974 – 1994]

23 jun 1995
Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna – Galeria Piso 01
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00455

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convite, correspondência externa e interna e material para o catálogo. 1994 – 1995


Exposições Relacionadas

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.