Exposição itinerante dedicada à fotografia de Nuno Calvet (1932), organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) através do seu Serviço de Exposições e Museografia, em colaboração com a Cooperativa Árvore. Depois da passagem pela Galeria da Cooperativa Árvore, no Porto, a mostra foi apresentada no piso 01 da Galeria de Exposições Temporárias da sede da FCG, contando com um total de 58 fotografias a cores, ampliações realizadas a partir de diapositivos de pequeno formato (35 cm, exceto duas), «sem cortes, reenquadramentos, montagens, sobreposições ou quaisquer outras manipulações técnicas» (Nuno Calvet. Caminhos, 1986), correspondentes às séries Litoral, Falésia, Campo, Serra, Rocha e Barredo (Porto).

O respeito pelo original e a intervenção mínima nestes trabalhos eram destacados no catálogo da exposição: «Todas as provas fotográficas expostas foram executadas pelo autor com o propósito e o cuidado de obter uma reprodução tão exacta quanto possível dos valores cromáticos dos originais, sem interposição de quaisquer filtragens intencionalmente destinadas a procurar tonalidades introduzidas laboratorialmente com eventuais desígnios pretensamente estéticos.» (Ibid.)

Também no catálogo da exposição era destacado o novo rumo das pesquisas visuais destas obras fotográficas, nas palavras dedicadas pelo amigo Alexandre O’Neill: «Revejo Nuno como quem o vê pela primeira vez. […] Agora está metido com outras texturas, outros caminhos. De pedra, vê-se, depois das longamente namoradas formas minerais e vegetais. Que é da terra e suas cores castanha, verde, dourada?» (O’Neill, Nuno Calvet. Caminhos, 1986)

Ainda no âmbito desta exposição, e após a proposta de doação do fotógrafo da totalidade das obras que aí figuraram, a FCG decidiu comprar essas obras, não só para reforçar o núcleo fotográfico do seu acervo, mas ainda com o intuito de cobrir as despesas do artista com a realização das ampliações (cf. Processo de Aquisição. Nuno Calvet, Arquivos Gulbenkian, CAM 00808).

Filipa Coimbra, 2017