Exposição individual do artista João Moniz (1949), promovida pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), através do seu Serviço de Exposições e Museografia, dando continuidade às iniciativas de apoio e divulgação aos jovens artistas e antigos bolseiros da Fundação.

Com a finalidade de apoiar a realização das obras a figurar nesta exposição, o Serviço de Belas-Artes da FCG concedeu um subsídio ao artista, ficando estabelecido, em setembro de 1984, que a exposição se realizaria no ano seguinte, Galeria de Exposições Temporárias (piso 01) da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa (Apontamento do Serviço de Exposições e Museografia, 13 set. 1984, Arquivos Gulbenkian, SEM 00314).

Tanto o administrador do pelouro das artes da FCG, Pedro Tamen, como o diretor do Serviço de Exposições e Museografia, José Sommer Ribeiro, foram acompanhando o desenvolvimento dos trabalhos mediante deslocações ocasionais a Paris, ao ateliê do artista, sendo unânimes relativamente à «grande qualidade» dos seus últimos trabalhos, o que, por conseguinte, justificaria o investimento na realização da exposição.

Na data inicialmente prevista, seria apresentado um conjunto de 68 obras: 27 pinturas vinílicas e 41 obras sobre papel (guaches e colagens).

Na sua crítica à exposição, o escritor e crítico, João Miguel Fernandes Jorge destacaria a obra do autor e a exposição trazida a público. Sintetizaria ainda a obra de João Moniz nas seguintes palavras: «A sua pintura tem, deliberadamente, uma atitude na procura de silêncio, de vazio e de sombra; tendo como fim o exercício da meditação. Os seus espaços brancos, para onde se arrastam pequenas cores, fragmentos colados, simples manchas; os espaços brancos trazem consigo a resolução de querer cortar com a aflição do mundo, de modo a que a pintura se torne experiência imaginária.» (Jorge, A Capital, 6 mar. 1985)

No âmbito desta exposição, e aproveitando a oportunidade do contacto direto com a obra dos artistas e com o seu trabalho no ateliê, a FCG reforçaria o seu acervo através da aquisição de uma obra (O Enigma, s.d., Inv. 85P1161), havendo ainda referência à doação de uma outra por parte do artista (Nota para o diretor do Centro de Arte Moderna, 29 jun. 1984, Arquivos Gulbenkian, SEM 00314).

Filipa Coimbra, 2017