Centenário de Alberto de Souza, 1880 – 1980

Exposição evocativa do artista Alberto de Souza (1880-1961). Selecionadas pelo filho do aguarelista, o arquiteto Alberto de Souza Oliveira, algumas das 96 obras apresentadas foram premiadas com o «Grand Prix» da Exposição Colonial de Paris em 1928.
Commemorative exhibition of watercolourist Alberto de Souza (1880-1961) held in the Temporary Exhibitions Gallery of the Calouste Gulbenkian Foundation and featuring 96 works, selected by the son of the artist, architect Alberto de Souza Oliveira. The show included prizewinning artworks from the Grand Prix of Paris's Colonial Exhibition in 1928.

Exposição evocativa do centenário do nascimento do aguarelista Alberto de Souza (1880-1961), organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) a partir de uma seleção feita pelo filho do pintor, o arquiteto Alberto de Souza Oliveira. A planificação da exposição foi partilhada pelo Serviço de Exposições e Museografia e pelo Serviço de Museu da FCG. Apresentada na Galeria de Exposições Temporárias do Museu Calouste Gulbenkian, a mostra contou com um total de 96 obras, na sua maioria aguarelas cedidas para o efeito por alguns museus portugueses – como o Museu Nacional de Soares dos Reis, o Museu Militar, o Museu Grão Vasco, o Museu Machado de Castro, o Museu de Aveiro e o Museu dos CTT – e por numerosos colecionadores particulares.

As obras selecionadas foram apresentadas segundo núcleos temáticos que caracterizavam a sua obra: arquitetura religiosa, civil e militar portuguesa, cenas relacionadas com as tradições populares portuguesas, paisagens, retratos e naturezas-mortas. Na opinião dos diretores dos serviços da FCG, à relevância da obra de Alberto de Souza acrescia o potencial diálogo com as obras da Coleção do Fundador expostas nas salas do Museu Calouste Gulbenkian: «Ocorre-nos referenciar a oportunidade e adequação do local da exposição deste aguarelista português pelo encontro com obras do mesmo género de pintores representados na Colecção Calouste Gulbenkian, como Dürer, Van Dyck, Turner, Sargent e outros, do século XVI ao século XX.» (Centenário de Alberto Souza, 1880-1980, 1981)

Os organizadores consideravam ainda que a exposição prestava importantes contributos noutras áreas, nomeadamente «para o estudo da Arqueologia, da Arte e da Etnografia, da História do nosso País» (Ibid.).

O catálogo da exposição, profusamente ilustrado com algumas reproduções das obras em exibição, contou com um excerto de um texto da autoria de Júlio Dantas, para quem Alberto de Souza ilustrou algumas obras, onde se afirmavam as qualidades e características da obra do pintor: «Alberto Sousa, artista singular, cuja forte personalidade se define pelo vigor do colorido, pela solidez magistral do desenho, pela maneira especial com que joga com os volumes, porque brinca com a luz, porque valoriza o pormenor arqueológico.» (Centenário de Alberto Souza 1880-1980, 1981)

José-Augusto França, apesar de defender que se tratava de uma «justa exposição», entendia «que o virtuosismo de Alberto Souza não tinha acompanhado a desenvoltura de outros artistas seus contemporâneos»: «Na verdade, vendo esta justa exposição, dir-se-ia que Alberto de Sousa, eclecticamente interessante, situa-se, particularmente, abaixo dos seus colegas, da geração anterior […] e é como ilustrador-documentalista do trajo português ou de obras de historiografia popular que melhor utilidade artística teve Alberto de Sousa.» (França, Colóquio/Artes, jun. 1981, p. 59)

Pelo contrário, Manuela de Azevedo, na sua coluna de artes plásticas do Diário de Notícias, defenderia a qualidade artística da obra de Alberto de Souza: «Quando daqui a algumas décadas o tempo der perspectivas desapaixonadas às modas ou suas escolas de ontem, as aguarelas de Alberto de Souza (1880-1961) alcançarão um significado que o antinaturalismo pode às vezes querer limitar-lhe.» (Azevedo, Diário de Notícias, 27 abr. 1981)

Algumas das aguarelas representadas na mostra correspondiam às obras premiadas com o Grand Prix da Exposição Colonial de Paris de 1928, testemunhos da presença portuguesa em Marrocos.

Filipa Coimbra, 2017


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00212

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convite, orçamentos, empréstimos, lista de obras, seguros, correspondência recebida e expedida, fotografias das obras e recortes de imprensa. 1980 – 1982

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0470-D01342

30 provas, p.b.: aspetos e inauguração (FCG, Lisboa) 1981


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