Geografia da Cor

Comemorações para a inauguração do Centre Georges Pompidou

Exposição itinerante organizada pelo Centre Georges Pompidou no âmbito das comemorações da inauguração desta instituição, em 1977. Registando uma enorme adesão do público, a mostra contou com a apresentação de estudos sobre a cor, levados a cabo pelo colorista Jean-Philippe Lenclos.
Travelling exhibition presenting colour studies by colourist Jean-Philippe Lenclos organised by the Centre Georges Pompidou as one of a series of events associated with the institution's opening in 1977. The show was held in Lisbon in the Temporary Exhibitions Gallery of the Calouste Gulbenkian Foundation.

Na Galeria de Exposições Temporárias do Museu Calouste Gulbenkian esteve patente a exposição organizada pelo Centre Georges Pompidou intitulada «Geografia da Cor», a que o arquiteto de interiores e designer Ubald Klug (1931) conferiu uma conceção modular favorável à apresentação das pesquisas do colorista Jean-Philippe de Lenclos (1938) sobre os problemas da cor na arquitetura.

A exposição, que contou com o patrocínio da Embaixada de França, da Comissão Nacional do Conselho Internacional dos Museus (ICOM) e da Fundação Calouste Gulbenkian, ao abrigo do Acordo de Cooperação Cultural e com a colaboração da Secretaria de Estado da Cultura, foi concebida no âmbito das comemorações da criação do Centre Georges Pompidou (Paris), inaugurado em 31 de janeiro de 1977.

Neste sentido, a Fundação Calouste Gulbenkian (FGC) acolheu em Lisboa e no Porto uma representação de individualidades e colaboradores do Centre National d’Art et de Culture Georges Pompidou, assim como duas exposições realizadas em simultâneo, «Geografia da Cor» e «Six Regards. O Centro Georges Pompidou visto por seis fotógrafos», que obtiveram grande aceitação junto do público e da crítica. Tais iniciativas contaram com a presença da viúva de Georges Pompidou, Claude Jacqueline Pompidou, que se deslocou a Lisboa com o intuito de participar nas inaugurações, a 11 de janeiro de 1978.

«Geografia da Cor» mostrou o estudo sobre a cor desenvolvido pelo colorista francês Jean-Philippe de Lenclos, através de exemplos concretos. Investigador e teorizador com vasta bibliografia sobre a problemática do colorismo na arquitetura, publicada em revistas da especialidade, Lenclos define assim os princípios que orientam a sua investigação: «Tudo quanto nos rodeia é cor. Nós próprios somos cor. Quando o homem cria o seu quadro de vida confronta-se sempre, a um dado momento, com a escolha das cores: sem método, sem conhecimento preciso, os resultados não podem deixar de ser aleatórios. A dificuldade dos problemas está em relação com a complexidade e a amplitude dos programas que se nos apresentam hoje: elaborar a “paleta” de uma nova cidade, conceber ambiente cromático de equipamentos monumentais, decidir sobre cambiantes e gamas coloridas de produtos distribuídos pelo mundo inteiro. São estes os problemas que se põem ao universo da produção arquitectónica e industrial. Responder a estes problemas, definir estas escolhas, constitui o motivo exacto da minha pesquisa e o papel do mister de colorista.» (Colóquio/Artes, n.º 36, mar. 1978, p. 74)

O caminho percorrido por Jean-Philippe de Lenclos estabelece as bases de uma conceção planificada, de uma utilização racional das cores no meio ambiente (meio ambiente arquitetural e meio ambiente criado pelos produtos industriais), e resulta numa análise sistemática e objetiva dos sítios e das cores na arquitetura regional, particularmente em França.

Para a exposição em Lisboa, Lenclos apresentou um estudo comparado das cores dominantes utilizadas na arquitetura de quatro regiões francesas (a Provença e a Bretanha, o Norte e as províncias do Loire), completado pelo estudo cromático de duas cidades no estrangeiro (Tóquio e Yazd, respetivamente no Japão e no Irão).

Depois da sua apresentação no Museu Calouste Gulbenkian, a exposição esteve patente na Casa do Infante, no Porto, onde alcançou igualmente uma grande adesão do público.

Joana Brito, 2016

The Temporary Exhibitions Gallery at the Calouste Gulbenkian Museum hosted an exhibition organised by the Centre Georges Pompidou called Geografia da Cor[Geography of Colour], which interior architect and designer Ubald Klug (1931) provided with a modular design favourable to showing the studies by colourist Jean-Philippe de Lenclos (1938) on the problems of colour in architecture.
The exhibition, which was sponsored by the French Embassy, the National Committee of the International Council of Museums (ICOM) and the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG) under the Cultural Cooperation Agreement and with the cooperation of the Secretary of State for Culture, was granted as part of the commemorations of the creation of the Centre Georges Pompidou (Paris), which opened on 31 January 1977.
The Calouste Gulbenkian Foundation (FCG) hosted a group of individuals and associates representing the Centre National d'Art et de Culture Georges Pompidou, as well as two exhibitions held at the same time, Geografia da Cor [Geography of Colour] and Six Regards - o Centro Georges Pompidou visto por seis fotógrafos [Six Regards - the Georges Pompidou Centre seen by six photographers], which were well received by the public and critics.
Georges Pompidou's widow, Claude Jacqueline Pompidou (1912-2007), travelled to Lisbon specifically to be present at these initiatives at the FCG when the events opened on 11 January 1978.
Geografia da Cor showed a study on colour developed by French colourist Jean-Philippe de Lenclos by way of concrete examples. A researcher and theoretician with an enormous bibliography on the issue of chromatic setting colourism in architecture published in specialist journals, Jean-Philippe de Lenclos defines the principles that guide his work as follows:
Everything that surrounds us is colour. We ourselves are colour. When man creates his picture of life, at a certain point he is always confronted with a choice of colours: without a method, without precise knowledge, the results can only be random. The difficulty of the problems is related to the complexity and breadth of the projects with which we are faced today: creating the 'palette' of a new town, designing chromatic setting for monuments, deciding about hues and ranges of colours for products distributed around the world. These are the problems that face the world of architectural and industrial production. Responding to these problems, defining these choices, is the precise reason for my research and the role of the profession of colourist (Colóquio. Artes, nº. 36, Mar. 1978, p.74).
The road travelled by Jean-Philippe de Lenclos establishes the foundations for a planned design, a rational use of colours in the environment (architectural environment and the environment created by industrial products) and results in a systematic and objective analysis of the sites and colours of regional architecture, particularly in France.
For the exhibition in Lisbon, Jean-Philippe de Lenclos presented a comparative study of the dominant colours used in architecture in four French regions (Provence and Brittany, the North and the provinces of the Loire), completed by a colour study of two foreign cities (Tokyo in Japan and Yazd in Iran).
After it was held at the Calouste Gulbenkian Museum, the exhibition also opened at the Casa do Infante in Porto, where it was visited by a large number of people.

Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Programa cultural

Comemorações da criação do Centre Georges Pompidou

11 jan 1977 – 25 jan 1977
Fundação Calouste Gulbenkian
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Visita oficial. Manuela Eanes (à esq.), Claude Jacqueline Pompidou (ao centro) e José de Azeredo Perdigão (à dir.)
Visita oficial. Manuela Eanes (à esq.), Claude Jacqueline Pompidou e José de Azeredo Perdigão (ao centro) e Maria Barroso (à dir.)
Exposição «Geografia da Cor»
Ubald Klug e José de Azeredo Perdigão (ao centro) e Maria Teresa Gomes Ferreira (à dir.)
Madalena de Azeredo Perdigão, Maria Teresa Gomes Ferreira e José de Azeredo Perdigão (à esq.)

Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/028-D00170

71 provas, p.b.: conferências e visita oficial de Claude Jacqueline Pompidou (FCG, Lisboa) 1978 – 1978

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0432-D01259

5 provas, p.b.: aspetos (Casa do Infante, Porto) 1978

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00115

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convites, textos do catálogo, correspondência variada, orçamentos, planificação de atividades associadas à exposição e recortes de imprensa. 1978 – 1978

Arquivos Gulbenkian (Museu Calouste Gulbenkian), Lisboa / MCG 03062

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convites, documento sobre a Biblioteca Pública de Informação do CGP, boletim de imprensa do CGP, dépliant da Biblioteca Pública de Informação, desdobrável do CGP e da exposição, catálogo de fotografias, comunicações, seminários, lista de personalidades francesas presentes nos eventos, ata da reunião de estudo de preparação dos seminários, informativo do ICOM para a FCG propondo a exposição e outras iniciativas e solicitando o espaço da FCG para realização do evento e documentação preparatória dos eventos, brochura sobre a Biblioteca Pública de Informação Georges Pompidou, correspondência interna e lista de contactos, relação de venda de folhetos da exposição, correspondência sobre deslocação da exposição para o Porto (Casa do Infante) e ordens de pagamento. 1979 – 1980


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