Sob a alçada da Comissão Executiva da Fundação Calouste Gulbenkian para o Prémio Internacional de Desenho Joan Miró, o arquiteto e delegado português no Patronat Premi Internacional Dibuix Joan Miró, Mário de Oliveira, propôs à Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) a realização da exposição dos desenhos admitidos no XIII Prémio Internacional de Desenho Joan Miró.

Quando em 1962, se fundou o Patronat Premi Internacional Dibuix Joan Miró, pretenderam os organizadores prestar justa e significativa homenagem a um dos mais importantes pintores da vanguarda artística internacional e apoiar a divulgação do desenho, que ia adquirindo, definitivamente, um lugar de primazia artística (Prémio Joan Miró, 1974).

Este prémio de desenho, que se realizava anualmente desde 1962, constituía-se como «um dos mais importantes certames de desenho no mundo das Artes» (Prémio Joan Miró, 1974). Neste sentido, o concurso que naquele ano, como habitualmente, se realizou em Barcelona, foi seguidamente apresentado em Lisboa, onde foram exibidos cerca de 100 desenhos, de vários artistas portugueses e estrangeiros.

Conjuntamente com Lluís Bosch i Cruañas, autor dos textos de catálogo e secretário-geral do comité executivo do Patronat Premi Internacional Dibuix Joan Miró, a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu que seria conveniente fazer coincidir a data desta exposição com a inauguração da exposição «A Obra Gráfica de Joan Miró», que abriria ao público na Galeria de Exposições Temporárias da FCG em novembro de 1973.

O interesse manifestado pelas duas exposições de Miró realizadas na Fundação Calouste Gulbenkian foi imenso, com largas repercussões, quer na imprensa especializada, quer na generalista, que destaca, como é o caso do Diário Popular, os 20 mil visitantes registados durante o mês de permanência das duas mostras (Diário Popular, 9 jan. 1975).

Contudo, o artista Eduardo Batarda não atribuiu a esta exposição sobre o prémio de desenho importância e valor significativos, refutando a utilidade e o interesse do certame: «A Fundação Calouste Gulbenkian não pode perder tempo com coisas deste género (nem dinheiro, se calhar). […] se a exposição lá foi posta para (por contraste) valorizar o Miró, ele não precisa de ajudas. Que assim são golpes baixos. Não há bela sem senão. Façam por esquecer, e todos à Gulbenkian a ver o Miró.» (Batarda, Diário de Notícias, 7 dez. 1974, p. VI)

Joana Brito, 2016