Manessier

Exposição resultante da parceria entre a Association Française d'Action Artistique, a Galerie de France e a Fundação Calouste Gulbenkian, apresentando em Portugal a obra do pintor francês Alfred Manessier (1911-1993). Com uma grande afluência do público, a exposição reuniu 70 obras, entre óleo, aguarela, tapeçaria e litografia.
Fruit of a collaboration between the Association Française d'Action Artistique, the Galerie de France and the Calouste Gulbenkian Foundation, this exhibition presented the work of French painter Alfred Manessier (1911-1993). The show, which featured 70 artworks including oil paintings, watercolours, tapestries and lithographs, had a large public attendance.

Numa iniciativa levada a cabo pela Association Française d’Action Artistique e pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), e na sequência de contactos com a Embaixada de França em Portugal, esta exposição do artista francês Alfred Manessier (1911-1993) foi apresentada em outubro de 1973, reunindo um vasto conjunto de obras, entre óleo, aguarela, tapeçaria e litografia.

Parafraseando Gilbert Bron (conselheiro cultural da Embaixada de França em Portugal) na proposta do projeto da exposição que remeteu ao Serviço de Belas-Artes da FCG, Alfred Manessier foi um dos grandes artistas contemporâneos ligados à Escola de Paris, classificado como um pintor do abstracionismo puro e autor de numerosos vitrais para igrejas, que justificam o ideário místico de algumas das suas composições.

Durante as negociações que precederam a exposição, José Sommer Ribeiro e Artur Nobre de Gusmão, responsáveis, respetivamente, pelos Serviços de Exposições e Museografia e de Belas-Artes da FCG, terão elaborado o seguinte apontamento, endereçado ao presidente da FCG: «Não sendo já Manessier expoente de novas e actualíssimas transformações de rumos da arte contemporânea, nem por isso deixa de ser de muito interesse o projecto que nos é proposto, pois uma boa exposição de Manessier como esta promete ser sem dúvida contribuição digna de realce para a formação e para a informação que são de pedir a certames de carácter singular.» (Apontamento do Serviço de Exposições e Museografia, 21 jul. 1972, Arquivos Gulbenkian, SEM00035)

Acresce que Manessier havia já figurado em exposições anteriores da FCG, nomeadamente em «Um Século de Pintura Francesa, 1850-1950» (1965) e «Arte Francesa depois de 1950» (1971), o que sublinhava a importância e o interesse do artista no meio cultural português.

A exposição reuniu 70 obras, 32 das quais pertencentes ao acervo da Galerie de France (Paris), parceira institucional na produção do certame, ou à sua diretora Myriam Prévot, a qual, conjuntamente com o comissário, Gaston Diehl, acompanhou o casal Manessier a Lisboa, participando na organização e montagem da mostra.

O catálogo da exposição integra não só um prefácio de Gaston Diehl, como também resumos de artigos sobre o artista, a sua biografia e reproduções das suas obras.

As atividades que vieram complementar a mostra integraram uma conferência do comissário da exposição, intitulada «Manessier ou le courage de rester peintre», duas visitas guiadas, uma dirigida pelo historiador Adriano de Gusmão e a outra pelo arquiteto Mário de Oliveira, e ainda duas sessões em que foram projetados filmes sobre a produção artística de Manessier.

Tanto a exposição como as atividades associadas registaram grande afluência de público, sabendo-se que ao fim de três semanas de exibição as visitas já perfaziam os 8000 ingressos (Carta de José Sommer Ribeiro para Manessier, 6 nov. 1973, Arquivos Gulbenkian, SEM 00035).

Finda a exposição na FCG, a mostra seguiu até à cidade do Porto, onde esteve patente no Museu Nacional de Soares dos Reis. No Porto, a exposição contou com o apoio à produção e montagem do pessoal técnico da FCG, e, à semelhança do que acontecera em Lisboa, incluiu duas visitas orientadas pelos críticos de arte Fernando Pernes e Egídio Álvaro.

A parceria da Fundação Calouste Gulbenkian com a Association Française d’Action Artistique e a Galerie de France representou um acontecimento cultural com uma enorme projeção nacional e internacional, como o atesta a lista de personalidades francesas e portuguesas reunidas na comissão de honra da exposição, discriminada no catálogo.

Neste contexto, a Galerie de France ofereceu à FCG uma aguarela de Alfred Manessier, que veio a integrar o acervo da coleção moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.

Joana Brito, 2016


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Coleção Gulbenkian

sem título

Alfred Manessier (1911-1993)

sem título, 1959 / Inv. DE55

sem título

Alfred Manessier (1911-1993)

sem título, 1959 / Inv. DE55


Eventos Paralelos

Visita(s) guiada(s)

[Manessier]

15 nov 1973 – 16 nov 1973
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
Conferência / Palestra

Manessier ou le Courage de Rester Peintre

16 out 1973
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 2
Lisboa, Portugal
Ciclo de cinema

[Manessier]

nov 1973
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

[Manessier]

dez 1973 – 16 nov 1973
Museu Nacional Soares dos Reis
Porto, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Conferência «Manessier ou le Courage de Rester Peintre». Gilbert Bron, Conselheiro Cultural da Embaixada de França em Portugal, apresenta o conferencista Gaston Diehl
Conferência «Manessier ou le Courage de Rester Peintre». Gaston Diehl
Madalena de Azeredo Perdigão (à esq.), José de Azeredo Perdigão e Alfred Manessier (ao centro) e José Sommer Ribeiro (à dir.)
Alfred Manessier (ao centro)

Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Belas-Artes), Lisboa / SBA 13759

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém despacho e orçamento para as visitas guiadas associadas à exposição. 1973 – 1973

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Belas-Artes), Lisboa / SBA 15387

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém recortes de imprensa, orçamentos e correspondência variada. 1972 – 1973

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00035

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convites, correspondência variada, orçamentos e seguros de obras, lista de obras, documentos da transportadora e recortes de imprensa. 1972 – 1974

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Belas-Artes), Lisboa / SBA 13748

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém resumo da conferência «Manessier ou le courage de rester peintre», dirigida por Gaston Diehl no contexto da exposição. 1973

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00709

Pasta com convites e programas de diversos eventos organizados pelo Serviço de Belas-Artes. 1973 – 1991

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0035-D00116

11 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1973

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D01918

4 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1973

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D01919

2 provas, p.b.: conferência de Gaston Diehl (FCG, Lisboa) 1973

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0035-D00120

11 provas, p.b.: aspetos (Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto) 1973


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