Faraós Superstars

Criada em parceria entre o Museu Gulbenkian e o Mucem, esta exposição, com mais de 250 obras de importantes coleções europeias, reflete sobre a figura do faraó e o lugar que este tem ocupado no nosso imaginário coletivo ao longo de 5000 anos. Uma dupla celebração está na sua origem: os 100 anos da descoberta do túmulo de Tutankhamon, por Howard Carter, e os 200 anos da decifração dos hieróglifos, por Jean-François Champollion.

A exposição «Faraós Superstars» resultou de uma parceria entre o Museu Calouste Gulbenkian (MCG) e o Musée des civilisations de l’Europe et de la Mediterranée –Mucem, sediado em Marselha, em França.  Embora tenha sofrido alterações no calendário da sua apresentação – à semelhança de todas as exposições que se preparavam durante os anos da pandemia –,  a abertura desta exposição no ano de 2022 acabou por revelar-se oportuna, uma vez que se celebravam nesse ano duas datas de fundamental importância para os egiptólogos e curiosos do fenómeno da «egiptomania»: os 100 anos da descoberta do túmulo de Tutankhamon, no Vale dos Reis, pelo egiptólogo britânico Howard Carter, e os 200 anos da descodificação dos hieróglifos, por Jean-François Champollion.

A mostra «Faraós Superstars» começou por ser apresentada no Mucem, em Marselha, entre 22 de julho e 17 de outubro de 2022, tendo sido posteriormente realizada em Lisboa, na Galeria Principal da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), entre 25 de novembro de 2022 e 6 de março de 2023.

Frédéric Mougenot, conservador do Palais des beux-arts de Lille e colaborador habitual do Mucem, afirmou, em mais do que uma ocasião, o seguinte: «Toda a ideia, (…) partiu de um simples preservativo. O nome da marca – Ramsés, uma filial da Durex – era no mínimo intrigante. De que modo e por que razão veio a dar-se a um contracetivo o nome desse soberano do Próximo Oriente morto há mais de três mil anos?» (Saraiva, Sol, 5 dez. 2022). O modo bem-humorado com que Frédéric Mougenot lança a ideia primordial da exposição encontra-se também patente na escolha do título da mostra, «Faraós Superstars», uma conjugação que o próprio assume como uma irreverência «dissonante» e «anacrónica» (Faraós Superstars, 2022, p. 18 [catálogo]) e que, contudo, exprime precisamente o espírito da conceção da mostra: uma organização que circula entre a memória da realidade historiográfica e as (re)configurações imagéticas modernas e contemporâneas; entre os valores de estabilidade e solidez que intuímos no conceito de faraó e o estatuto transitório que caracteriza o fenómeno de notoriedade e a influência do mediatismo.  Como afirma Mougenot, que dividiu a curadoria da exposição com João Carvalho Dias, diretor-adjunto e conservador do MCG aquando da mostra, «o tema da exposição é, pois, a memória que nos deixaram, ou a imagem que deles reconstruímos, esses soberanos a que chamamos “faraós” e algumas das suas esposas reais» (Ibid., p. 19).

Mais do que concentrar os seus esforços no campo de estudo da egiptologia de modo exclusivo, Mougenot procurou estudar – sendo esta exposição um dos contextos e o produto dessa investigação – o fenómeno da «egiptomania» ou a invulgar e consistente notoriedade da figura do faraó, como «a incarnação temporária da força divina que organizou o universo» (Ibid., p. 19), a figura que concilia a combinação dos poderes político e divino. Esta exposição adquire, por esse motivo, uma qualidade inaugural e inovadora no seu propósito, como afirma Guilherme d’Oliveira Martins no seu texto de introdução no catálogo da exposição: «até agora nenhuma outra exposição procurou apresentar a história dos faraós no imaginário e na cultura desde os egípcios até aos nossos dias» (Ibid., p. 6).

A estratégia para o pôr em prática revelou-se evidente, mas não pouco ambiciosa: por um lado reunir, de modo integrado, um conjunto de obras de arte e objetos de indiscutível valor historiográfico e, em simultâneo, reunir documentos e artigos diversos, de sólida e curiosa relevância, que transmitissem o inusitado fenómeno cultural e iconográfico de influência da cultura egípcia no mundo ocidental ao longo de 3 mil anos. 

Nesse sentido, foram reunidos, ao longo do espaço da Galeria Principal de Exposições da Sede da FCG e no átrio do MCG, 250 objetos – entre os quais, antiguidades egípcias, iluminuras medievais, pinturas clássicas, documentos, obras históricas, obras de arte contemporânea, mas também vídeos, artigos de consumo e de publicidade do nosso tempo – oriundos de coleções particulares e públicas de 75 emprestadores, entre as quais se encontravam representadas prestigiadas instituições museológicas, nomeadamente o British Museum (Londres), o Museu do Louvre (Paris), o Museo Egizio (Turim), o Ashmolean Museum (Oxford), o Musée d’Orsay (Paris), o Mucem – Musée des Civilisations de l’Europe et de la Méditerranée (Marselha) e, naturalmente, o MCG, cujo importante núcleo de obras egípcias adquirido por Calouste Gulbenkian, mereceu um tratamento próprio no texto de João Carvalho Dias no catálogo da mostra. Deste núcleo de 54 peças, adquiridas por Calouste Gulbenkian, foram mostradas 5, naquela que é, «Surpreendentemente, (…) a primeira exposição temporária dedicada especialmente à arte egípcia, com a presença de antiguidades, a ter lugar no Museu Gulbenkian, comenta o director adjunto» João Carvalho Dias (Salema, Público, 25 nov. 2022, p. 27).

Embora existisse uma organização cronológica consistente ao longo da exposição, a sua contextualização estava sobretudo assente numa disposição temática, repartida em três grandes núcleos, que se desdobravam em subcategorias, e que representavam em si três fases distintas de apropriações e do culto da figura do faraó: 1. «Três Mil Anos de História, Alguns Reinados Memoráveis», delineava o perfil dos faraós que foram considerados exemplares no seu tempo, dignos de serem relembrados para a posteridade. 2. «O que Resta dos Faraós? A História e as Lendas», mostrava o modo como a memória de algumas destas figuras foi recuperada e transformada quando tratada pela literatura da antiguidade e da época medieval greco-romana, facto que deu origem a mitos que sobreviveram durante séculos e que foi, até a um tempo muito recente na História, umas das poucas fontes de conhecimento sobre a civilização egípcia 3. «O Regresso dos Faraós», mostrava como o nascimento da disciplina moderna da Egiptologia passou ao fenómeno da «egiptomania», na verdade, uma configuração recente (ao contrário do que se poderia pensar) e assente nas grandes descobertas científicas – a descodificação dos hieróglifos e os avanços arqueológicos já desde o séc. XIX – e na veloz difusão adquirida pelos meios de comunicação e propaganda da época moderna e contemporânea. Este grande avanço originou um novo conhecimento científico do Antigo Egito, que permitiu simultaneamente a redescoberta de alguns faraós e a sua projeção para a categoria de «superstar».

 Ainda antes de entrar na galeria, no átrio do MCG, disposta numa linha oblíqua relativa à bilheteira, era possível observar, sobre um plinto escuro, parte de uma escultura monumental, denominada «Punho esquerdo de uma estátua colossal de Ramsés II», pertencente à coleção do British Museum. Esta obra do século XIII a. C. representa um tipo de estatuária colossal, habitualmente erigida diante das portas dos templos, e é um símbolo da essência sobrenatural do rei.  Este punho, em granito, com mais de um metro de largura e um metro de comprimento, proveniente de uma das portas do templo de Ptah em Mit-Rahina (antiga Mênfis), fazia parte da representação de Ramsés II em posição vertical, com os braços pendendo ao longo do corpo. Esta escultura, nota de entrada ou de saída da exposição (já que o percurso da mesma terminava no acesso ao átrio), transportava de imediato o visitante para a atmosfera de monumentalidade e de ostentação que fazem parte do imaginário cultural da antiguidade egípcia e apontava para a projeção de um dos mais memoráveis faraós do Egipto, com estatuto «superstar»: Ramsés II, um dos faraós exemplares e dignos de memória e que teve a particularidade de antever a importância de  instituir o próprio culto.

Já no interior da Galeria da Sede da FCG, à entrada da exposição, o visitante era confrontado com uma primeira trilogia de peças, uma espécie de declaração de intenções da exposição, na qual as obras diferem em épocas e estilos. Juntas, estas simbolizam os três grandes núcleos temáticos já mencionados: 1. Uma máscara funerária de Tutankhamon, talvez o mais famoso dos faraós, é disposta na posição central da entrada da mostra. Não se trata de uma antiguidade, mas de uma réplica de 1970 produzida em França, um objeto cerâmico moderno que brilha numa vitrina triangular cor de laranja vivo, a cor escolhida para, em contraste com o negro das paredes, ser vocabulário museográfico da exposição. 2. Do lado esquerdo, na parede, está colocada uma tapeçaria da manufatura de Gobelins do séc. XVII, um valioso têxtil que se pensa ter sido produzido para o palácio de Luís XIV, e que comprova que, na época, o conhecimento acerca da civilização egípcia se baseava apenas nos testemunhos da antiguidade clássica ocidental, gregos e romanos, e, posteriormente, na Bíblia. Na cena da tapeçaria surge representado um dos mais famosos episódios do Antigo Testamento, o confronto entre Moisés e um faraó sem nome. As figuram apresentam-se com trajes, acessórios e até penteados semelhantes aos usados pelos imperadores romanos, numa curiosa apropriação. 3. Por último, por detrás do painel de entrada, estava colocada uma antiguidade produzida em calcário, uma mesa de oferendas dedicada a 18 faraós e rainhas, do séc. XIII a.C., e que funcionava como ponto de partida para o tipo de obras e objetos apresentados no primeiro núcleo temático da exposição. Sobre esta obra, os curadores afirmam:  «Somos muito sortudos por termos aqui esta antiguidade verdadeiramente única, uma mesa de oferendas, na qual a família dos mortos ou os sacerdotes colocavam, geralmente, comida. Este conjunto de cartelas, que se encontra a toda a volta da mesa e na sua superfície, lista toda a sucessão de reis ao longo de dois mil anos. São os predecessores de Ramsés II (…) [Esta peça] prova a existência de uma memória dos reis que governaram durante séculos e séculos» (Silva, Time Out, 1 dez. 2022, p. 54)

Passada a entrada, o ambiente da exposição neste primeiro núcleo era marcado pela luminosidade moderada, própria do cuidado com a conservação de objetos de grande fragilidade, o que convidava o visitante a uma observação lenta e pormenorizada dos vários conjuntos de antiguidades, reunidas em vitrinas. Nelas podemos observar objetos do quotidiano, como punhais e vasos, peças decorativas e estatuária diversa, todos evocativos dos faraós exemplares cuja boa memória estava diretamente relacionada com «assegurar que os deuses se mantêm felizes fazendo com que o caos se mantenha afastado do Egipto» (Salema, Público, 25 nov. 2022, p. 26), através das conquistas militares, da homenagem justa aos deuses e ao seu culto, da prosperidade, da construção de monumentos e da dedicação à continuidade da monarquia precedente. Podemos também encontrar, nesta zona da exposição, fragmentos de monumentos, estatuária fúnebre e amuletos, numa curiosa relação de escala: as peças apresentadas carregam consigo, por um lado, a monumentalidade e a opulência, na dimensão e nos materiais nobres e raros com que eram produzidos, por outro a simplicidade e delicadeza, no caso de peças muito reduzidas.  Destaca-se deste núcleo, uma peça com enorme importância não só para o seu contexto temático, como também para o âmbito das relações entre Calouste Gulbenkian e a arte egípcia. A cabeça em obsidiana de Senuseret III, da XII dinastia, c. 1860 a.C., uma pedra vulcânica que existia apenas na Etiópia e na Turquia, trata-se de uma peça-chave na exposição e é, aliás, usada como imagem de marca da mesma nos seus diversos materiais de divulgação. Para além da sua qualidade e do significado «mágico» do material raro e dispendioso, esta peça assinala o início das importantes relações entre Gulbenkian e Howard Carter, que se iria tornar, a partir de 1922, o conselheiro principal para as aquisições egípcias do primeiro. Sobre esta curiosa relação, tema do texto de João Carvalho Dias no catálogo da mostra, Isabel Salema afirma no seu artigo que se trata talvez de um dos aspetos mais interessantes da exposição, embora essa temática seja tratada de modo mais incisivo no catálogo e na exposição bibliográfica, organizada pela Biblioteca de Arte no seu átrio, no âmbito de «Faraós Superstars».

Outra nota curiosa que é trazida neste núcleo e que merece menção é que, do mesmo modo que os «bons» faraós eram exaltados, também os faraós ditos «malditos» sofriam consequências na reprodução material da sua memória, sendo as suas representações suprimidas, os seus nomes rasurados e por vezes substituídos e a sua figura mutilada ou destruída materialmente. Não deixa de ser curioso que Tutankhamon, Akhenaton e Nefertiti, algumas das mais mediáticas figuras da civilização egípcia, tenham pertencido a esta categoria de monarcas malditos e que tenham sido, também por isso, virtualmente desconhecidos até ao séc. XIX.

A exposição, bem como outro tipo de reconfiguração da iconografia egípcia, seguem para outra camada. O segundo núcleo da mostra trata as reconstruções dos faraós e das suas rainhas à imagem da cultura que os recupera, a cultura greco-romana desde a antiguidade clássica até ao domínio cristão. Os meios de registo cultural e historiográfico assentam na memória e no conhecimento que chegava sobretudo através da literatura, o que contribuiu para uma progressiva passagem «da história para o mito» (Faraós Superstars, p. 184). Não se estranhará, portanto, a associação deste núcleo à categoria dos mitos e lendas, na qual se destaca, naturalmente, Cleópatra, talvez a mais emblemática monarca egípcia dos nossos tempos.

Para além das vitrinas, que continham, neste núcleo, iluminuras, pequena estatuária e livros – -

e que se encontravam já desde o primeiro núcleo dispostas nas laterais da galeria, anguladas em formas de triângulos sem base, porventura inspirados na geometria das pirâmides –, também as paredes pintadas de preto formavam um continuum estruturado, apresentando pinturas e desenhos.  No corredor que se formava ao comprido e a meio da galeria, encontrava-se, sobretudo, escultura, disposta em plintos. Nesta zona da exposição, a relação entre os media era mais literal. A figura de Cleópatra, por exemplo, surgia destacada em vários momentos: no centro do corredor, numa escultura em bronze da autoria de Henri Ducommun du Locle, do séc. XIX, na parede lateral, numa pintura do séc. XVI, de autor desconhecido, denominada «A Morte de Cleópatra» e num esboço de Domingos António de Sequeira do Museu Nacional de Arte Antiga, do séc. XVIII, ou numa vitrina, num busto do final da Época Ptolemaica.

No catálogo, podemos ler: «Neste núcleo, as obras tornam-se menos numerosas, o que reflete o relativo desaparecimento dos faraós dos círculos eruditos do Ocidente e do Oriente entre o final da Antiguidade e o século XIX, uma longa pausa de mais de mil e trezentos anos» (Ibid., p. 184).

O terceiro e último núcleo da exposição debruçava-se sobre a redescoberta dos faraós, as duas datas-chave – os 100 anos da descoberta do túmulo de Tutankhamon e os 200 anos da descodificação dos hieróglifos – que assinalam o início da Egiptologia moderna e a projeção dos faraós a toda a escala e em diversas vertentes de reapropriação. A abertura do conhecimento, conjugado com o desenvolvimento da tecnologia, estava refletida também no espaço da exposição, que se revela mais amplo e mais luminoso.

A exposição transforma-se, esvazia-se dos objetos egiptológicos, para lhes sucederem outros que representam os faraós nas mais diversas formas, como símbolo de identidade racial, nacional, comercial, social, cultural e histórica: vídeos e excertos de filmes, obras de arte contemporânea portuguesa e internacional, como a «Cleópatra» de Joana Vasconcelos, uma vespa em tecido, a pintura sobre papel de Nefertiti de Stuart de Carvalhais, ou os bustos também de Nefertiti de Fred Wilson, denominados «Grey Area» numa clara referência a questões raciais; a série «Temples» de Olivier Cablat, que merece destaque particular no catálogo da mostra e que reflete sobre a (re)utilização de vocabulário gráfico antigo na arquitetura atual;  fotografia e documentos, como as imagens dos automóveis Ramsés, os álbuns de viagens da rainha D. Amélia e de Calouste Gulbenkian ao Egipto; bens de consumo, objetos do quotidiano e de propaganda diversos que fazem referência ao nacionalismo egípcio de Nasser e ao mundo contemporâneo, como t-shirts temáticas, equipamento de equipas de futebol egípcias, capas de revistas diversas com reportagens arqueológicas, celebridades, faraós reinterpretados e estrelas pop, cartazes de cinema, capas de discos, uma motocicleta, um spray de cabelo, loções faciais, isqueiros, uma máquina de costura Nefertiti, a primeira a ser produzida no Egito, entre muitos outros.

É nesta profusão de elementos que podemos, à primeira vista, considerar superficial, que reside o centro nevrálgico da exposição. É a partir do preservativo que Mougenot se lança na reflexão sobre o faraó como influencer. Esta não é uma exposição sobre a civilização egípcia, esta é uma exposição sobre a reapropriação de conceitos histórico-culturais a todos os níveis, mais ou menos desejáveis. A figura do faraó é um bem transacionável, transmutável, massificado, funciona como uma marca eficaz e transversal, tanto no mundo mais erudito como no mais popular.

A exposição foi acompanhada de um catálogo que reunia notas de introdução de Guilherme d’Oliveira Martins, administrador da FCG, e de António Filipe Pimentel, diretor do MCG. Frédéric Mougenot escreveu uma introdução prolongada e assinou, ao longo do catálogo, textos diversos sobre os diferentes núcleos e subnúcleos da mostra. Seguem-se à sua introdução seis ensaios de diferentes temáticas, da antiguidade à contemporaneidade: Fayza Haikal escreve sobre a ligação dos egípcios de hoje com a civilização dos faraós; Bernard Mathieu debruça-se sobre o conhecimento que os egípcios tinham da sua história; Michael Chaveau aborda a presença dos faraós na literatura greco-romana; Simon Connor explora o impacto das imagens e da sua destruição na construção da história da monarquia egípcia; Jean-Marcel Humbert disserta sobre o fenómeno da «egiptomania» e João Carvalho Dias, co curador da exposição e diretor adjunto do Museu Calouste Gulbenkian, revela a relação que Calouste Gulbenkian estabeleceu com Howard Carter e que se tornou fundamental para a constituição do núcleo de arte egípcia da coleção Gulbenkian. A restante publicação dividia-se, à semelhança da exposição, em três núcleos. Para além de contar com as reproduções das obras da exposição, a publicação integra também uma secção de referências cronológicas relacionadas com o Antigo Egipto e uma lista de todos os 340 faraós da História. Contém ainda uma lista de obras, bibliografia de cada ensaio e biografias dos dois curadores e autores dos ensaios.

No âmbito da mostra, foi também organizado pelo MCG, em parceria com o Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, um colóquio internacional, Tutankhamun and Carter: Assessing the Impact of a Major Archaeological Find, com inscrição gratuita, que teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian nos dias 16 e 17 de fevereiro de 2023. Este encontro contou com transmissão online.  

A exposição contou também com um vídeo de Sarah Nagaty, produzido especificamente para a mostra em Lisboa, intitulado Egito: A Longínqua Terra Próxima. Ao longo de 8 minutos, a investigadora e curadora explora o Egito contemporâneo de onde é natural, comparando-o com o Egipto Antigo. Este vídeo encontra-se, desde a inauguração da exposição até à data, disponível para visualização no site do MCG.

Além do habitual programa de visitas, as atividades paralelas relativas a esta exposição incluíram workshops e oficinas de férias. Promoveu-se um curso online, «Nascer e morrer no antigo Egipto», com Inês Torres, e produziu-se um ciclo de cinema, «Nas Terras dos Faraós. Representações do Antigo Egipto no Cinema», desenvolvido em colaboração com a Cinemateca Portuguesa.  A exposição bibliográfica, organizada pela Biblioteca de Arte, já foi mencionada neste texto.

Promoveram-se outras iniciativas dirigidas a públicos específicos, como para as famílias, para quem se criou o jogo A Cartela do Faraó, que permitiu explorar a exposição de um modo divertido e criativo e, ainda, um programa de acessibilidade visual, que contemplava várias estações táteis localizadas ao longo da exposição. Os textos sobre as obras são disponibilizados online em formato ampliado. Os vídeos pedagógicos incluídos na exposição, bem como as visitas orientadas, tiveram interpretação em Língua Gestual Portuguesa.

A exposição teve uma inscrição mediática considerável, registando-se um total de 124 menções na imprensa durante o tempo da exposição. Destacam-se, nesse sentido, os já mencionados artigos de José Cabrita Saraiva, no Sol, «Túmulos e Folclore»; de Isabel Salema, no Público, «Gulbenkian, Faraós e Tutankhamon: eis o ano mágico de 1922» e de Raquel Dias da Silva, na Time Out, «Egiptomania». Destacam-se ainda, embora não citados, os seguintes artigos: «Do Antigo Egipto a Ícones Pop», de Susana Lopes Faustino, na Visão, «Big Show Faraós», de Christiana Martins, no Expresso, e «O eterno fascínio do Antigo Egito», de Inês N. Lourenço, no Diário de Notícias.

A exposição contou com 67 135 visitantes.

 


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Coleção Gulbenkian

Baixo-relevo do sacerdote Ameneminet

Anónimo

Baixo-relevo do sacerdote Ameneminet, c. 1300 a.C. / Inv. 205

Busto couraçado de Alexandre com escudo e elmo ático em vista de frente para a direita (anv.); Atena  de pé (rev.)

Anónimo

Busto couraçado de Alexandre com escudo e elmo ático em vista de frente para a direita (anv.); Atena de pé (rev.), Séc. III / Inv. 2431

Busto couraçado de Alexandre, de frente, com diadema e escudo circular

Anónimo

Busto couraçado de Alexandre, de frente, com diadema e escudo circular, Séc III / Inv. 2430

Cabeça do rei  Amen-hotep III

Anónimo

Cabeça do rei Amen-hotep III, Império Novo, XVIII dinastia, c.1402-1364 a.C. / Inv. 139

Cabeça do rei Senuseret III

Anónimo

Cabeça do rei Senuseret III, . / Inv. 138

Estela do escriba Iri

Anónimo

Estela do escriba Iri, Império Novo, XVIII dinastia, c. 1300 a.C. / Inv. 160

Torso do rei Padibastet

Anónimo

Torso do rei Padibastet, Inv. 52

Cabeça diademada de Alexandre o Grande com chifre de carneiro (anv.); Alexandre o Grande sentado e nu sobre uma pilha de armas e de peças de armadura (rev.)

Desconhecido

Cabeça diademada de Alexandre o Grande com chifre de carneiro (anv.); Alexandre o Grande sentado e nu sobre uma pilha de armas e de peças de armadura (rev.), Séc. III / Inv. 2426

Livro de Horas

Dois seguidores do Mestre de Adelaide de Saboia

Livro de Horas, c. 1460-1470 / Inv. LA135

Flavii Iosephi Opera

Flavius Josephus (Séc. I d.C.)

Flavii Iosephi Opera, Inv. LA251

Les aventures de Télémaque, fils d'Ulysse par M. de Fénelon. Imprimé par ordre du roi pour l'éducation de Monseigneur le Dauphin

François Fénelon , pseudonimo de François de Salignac de la Mothe-Fénelon (1651-1715)

Les aventures de Télémaque, fils d'Ulysse par M. de Fénelon. Imprimé par ordre du roi pour l'éducation de Monseigneur le Dauphin, 1783 / Inv. LA44A/B

Tuhfat al-Ahrar

Jami

Tuhfat al-Ahrar, 1554-1555 / Inv. LA184

Cleopatra

Luís Jardim Portela (1931-2003)

Cleopatra, 1963 / Inv. DP3329


Eventos Paralelos


Publicações


Fotografias


Multimédia


Documentação


Periódicos

NiT

Lisboa, 25 nov 2022


Páginas Web


Fontes Arquivísticas

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa

Conjunto de documentos relativos à exposição. Contém pressbook, memórias descritivas, material fotográfico e audiovisual, materiais gráficos, entre outros. 2022 – 2023

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 443977

Coleção fotográfica, cor: aspetos (FCG, Lisboa)

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