Fruto da iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), esta foi a primeira exposição em Portugal da artista moçambicana Maia (Maria Celeste Maia Bentley) (1941).

A mostra consistiu na apresentação de obras produzidas ao longo de três anos, em três cidades distintas: São Paulo, Washington e Praga. Na opinião da pintora, «embora aparentemente não se notem estas influências geográficas nos meus trabalhos, uma vez que as minhas imagens raramente são influenciadas por paisagens, urbanas ou não, é possível sentir-se nestes quadros humores e características americanas, checas e talvez brasileiras. O meu tema constante são as pessoas» (Maia: Maria Celeste Bentley, 1980, p. 6).

Em análise ao trabalho exibido nesta exposição, Fernando de Azevedo observaria que a artista «não se quer retratista, mas a atitude suspensa que procura obter dos seus modelos aproxima-se em muito da razão do retrato em pintura, com a análise paciente tanto formal como psicológica» (Colóquio/Artes, n.º 44, mar. 1980, p. 69).

Na sequência deste evento, e como forma de agradecimento pela iniciativa da FCG em expor as suas pinturas, Maia ofereceu a esta instituição um dos seus quadros, Just Anticipation (Carta de Maia para José de Azeredo Perdigão, 3 mar. 1980, Arquivos Gulbenkian, SEM 00195).

Por convite de Fernando Pernes, a exposição viria a ser apresentada no Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto. Esta remontagem contou também com o apoio da FCG, tendo sido igualmente bem recebida pela crítica (Arquivos Gulbenkian, SEM 00195).

Joana Brito, 2015