A instalação L'Orage procura o espectador, no sentido em que lhe pede uma materialização da memória. Dá os objetos numa dada disposição, numa dada ordem, com uma determinada bitola, e espera pelo fio, pela história do espectador.

O vídeo procura o rasto das coisas nas pessoas e o movimento que estas desenham no espaço em que circulam. Bitola não trata da forma como Francisco Tropa habita o espaço, mas da maneira como a obra do artista é habitada. Explora-se a relação que o espectador estabelece com a obra: a forma como nela circula, como a olha, como a toca, como se suspende ou se escapa dela. O próprio filme como observatório: as pessoas na ruína construída pela arte.