Praias de Portugal

Conheça algumas das praias, do centro a sul de Portugal, descritas por escritores e ilustradas por imagens dos Irmãos Novais.
29 nov 2023 9 min
Fotografias com história

Região Centro

“Batida do grande mar, tendo á direita a bonançosa bahia de Buarcos e á esquerda os rochedos em que assenta o castelo da Santa Catharina, que defende a foz do Mondego, a villa da Figueira offerece aos banhistas incomparaveis condições.”

— Ramalho Ortigão em As praias de Portugal. Porto : Livraria Universal, 1876 (página 107)

“S. Pedro de Moel, na orla do Pinhal de Leiria. Pequena povoação exclusivamente de banhistas, abandonada no inverno, habitada durante a estação de banhos por pessoas da Marinha-Grande ou de Leiria.”

— Ramalho Ortigão em As praias de Portugal. Porto : Livraria Universal, 1876 (página 113)

“Nazaré, vila de 6918 habitantes, sede de concelho, importante centro piscatório e uma das mais belas e frequentadas praias de Portugal. Concorrem a ela, além de algumas famílias de Lisboa e outros pontos do País, os habitantes do distrito de Leiria e Ribatejo. É boa estação estival; a temperatura média não excede os 20°.”

— Silva Teles em Guia de Portugal. Extremadura, Alentejo, Algarve. Lisboa : B.N., imp. 1927 (página 641)

“A Praia da Nazaré aninha-se numa enseada em meia lua, limitada ao N. pelo áspero promontório do Sítio e ao S. pelos areais que orlam a serra da Pescaria (praia do Sul). Muito mais bela do que outras praias do País de mais nomeada (…) É preciso ir à Ericeira ou às praias «mediterrânicas» da península de Setúbal para encontrar um mar cujo azul rivalize com o seu.”

— Silva Teles em Guia de Portugal. Extremadura, Alentejo, Algarve. Lisboa : B.N., imp. 1927 (páginas 641-642)

“Situada a breve distância das Caldas da Rainha a praia da Nazareth, assim como a de S. Martinho do Porto, convida naturalmente as pessoas que fazem uso das águas sulphureas (…) A praia propriamente dita, o logar dos banhos, fica entre a villa da Pederneira, situada n’um alto e o sítio da Nazareth que se eleva em outro alto.”

— Ramalho Ortigão em As praias de Portugal. Porto : Livraria Universal, 1876 (página 99)

“A concha de S. Martinho, considerada como o acidente litoral mais pitoresco de toda a Península, é uma bacia marítima de forma regularmente elíptica (1800 por 400m), com o eixo maior orientado de NE. para SO (…) A beleza das suas condições naturais, que, no género, só tem paralelo na praia espanhola de S. Sebastião (…) fazem de S. Martinho um dos mais belos trechos do litoral português.”

— Nicolau Bettencourt em Guia de Portugal. Extremadura, Alentejo, Algarve. Lisboa : B.N., imp. 1927 (página 606)

“Santa Cruz, meia legua ao norte do Sizandro [sic], a duas léguas de Torres.”

— Ramalho Ortigão em As praias de Portugal. Porto : Livraria Universal, 1876 (página 112)

“É uma belíssima Praia, pela expensão do areal, o pitoresco dos rochedos, a tranquilidade do sítio, a largueza dos horizontes, a excelência das águas.”

— Raul Proença em Guia de Portugal. Extremadura, Alentejo, Algarve. Lisboa : B.N., imp. 1927 (página 552)

Área Metropolitana de Lisboa

“A Ericeira, vila de 2651 habitantes, do concelho de Mafra é uma linda praia de mar muito azul, onda alterosa, larga orla de arribas e o ar mais salino porventura de todas as praias portuguesas (…) E nos dias mais luminosos, a cor das águas chega a atingir o azul-turquesa.”

— Raul Lino em Guia de Portugal. Generalidades, Lisboa e arredores. Lisboa : B.N., imp. 1924 (página 553)

“A Ericeira (…) Fica a sete leguas de Lisboa e tem cêrca de 700 fogos. (…) Para o norte da cappela [de Santo António] ha uma praia de banho, para o sul ha outra. (…) A praia do sul, perfeitamente abrigada por uma cortina de rocha que a rodeia como um biombo é a mais agradavel (…)”

— Ramalho Ortigão em As praias de Portugal. Porto : Livraria Universal, 1876 (página 92)

Praia das Maçãs “(…) onde desagua o rio do mesmo nome num areal fortemente batido pelas ondas. A praia, de fundo arenoso, estende-se num comprimento de 500m. Abrigada dos ventos S. e SE., é uma esplêndida estação de Inverno. De Verão dominam os ventos N. e NE.”

— Raul Proença em Guia de Portugal. Generalidades, Lisboa e arredores. Lisboa : B.N., imp. 1924 (páginas 545-546)

“Logo na fenda em que desemboca a estrada, a Praia da Adraga, com um côncavo dourado de areia entre dois morros formidáveis. De um destaca-se uma pedra enorme caída no mar e o outro parece um monstro petrificado. O que aqui é interessante é o contraste entre as falésias cortadas a pique e a areia onde o mar banzeiro se espraia.”

— Raul Proença em Guia de Portugal. Generalidades, Lisboa e arredores. Lisboa : B.N., imp. 1924 (página 543)

“(…) Na Praia do Guincho, enseada imponente, de mar de um azul extraordinário junto às rochas escarpadas, fechada ao N pela encosta da serra (…)”

— Raul Proença em Guia de Portugal. Generalidades, Lisboa e arredores. Lisboa : B.N., imp. 1924 (página 604)

“Mont’ Estoril is an ideal place for rest and repose, especially to those who have overworked themselves, for there they will sleep better than at most other places.”

— Daniel Gelásio Dalgado em The climate of Lisbon […] : Mont’Estoril, on the Riviera of Portugal, and Cintra. London : H. K. Lewis, 1906 (página 26)

“Estamos na região dos Estoris, estações balneares e estações de Inverno, já com pretensões a paragens civilizadas e com mimos de conforto e vegetação, e cuja fiada de vivendas, hóteis, casinhas rústicas ou palácios constitui a única estância cosmopolita que temos entre nós. Começa aqui, propriamente, a Riviera portuguesa – a Enseada azul. De facto, os olhos mergulham num deslumbrante azul, e o mar toma a cada momento tonalidades incomparáveis.”

— Raul Proença em Guia de Portugal. Generalidades, Lisboa e arredores. Lisboa : B.N., imp. 1924 (página 594)

“Continuando a nossa excursão, temos em breve um belo panorama para o Monte Estoril, emoldurado numa cinta de pinheirais.”

— Raul Proença em Guia de Portugal. Generalidades, Lisboa e arredores. Lisboa : B.N., imp. 1924 (página 596)

São João do Estoril “(…) é, por ora, apenas a ante-sala das estâncias de luxo e cosmopolitismo que são já, mais ou menos, os outros Estoris. A linha da costa é interessante, com os seus aglomerados pitorescos de rochas, que lembram edifícios destruídos; mas as suas casinhas minúsculas e pretensiosas não primam pelo gosto, e foram crismadas quase todas com nomes ridículos.”

— Raul Proença em Guia de Portugal. Generalidades, Lisboa e arredores. Lisboa : B.N., imp. 1924 (página 596)

Praia da Parede “(…) outra praia, a mais frequentada da linha depois de Cascais, Estoris e Paço de Arcos”.

— Aquilino Ribeiro em Guia de Portugal. Generalidades, Lisboa e arredores. Lisboa : B.N., imp. 1924 (página 593)

Praia de Carcavelos “(…) outra pequena praia de banhos, esta já em pleno Atlântico”.

— Aquilino Ribeiro em Guia de Portugal. Generalidades, Lisboa e arredores. Lisboa : B.N., imp. 1924 (páginas 592-593)

“Sesimbra, (…) bonita praia situada numa angra exposta ao S., abrigada dos ventos de todos os quadrantes menos o do meio-dia (…) as suas condições naturais são magníficas; a extensão da praia regula por 100m e o fundo é de areia fina.”

— Raul Proença em Guia de Portugal. Generalidades, Lisboa e arredores. Lisboa : B.N., imp. 1924 (página 614)

“O Portinho da Arrábida, engastado como uma explêndida jóia entre a enorme escarpa aguda e uma enseada de águas plácida dum admirável azul mediterrâneo, dá logo ao abordar-se uma impressão de rara beleza penetrante (…) Há ali um golfozinho de líquida safira que perturba; e para Este desdobra-se a amplidão luminosa da baía, azul de águas profundas, douradas das flavas areias (…)”

— Raul Proença em Guia de Portugal. Generalidades, Lisboa e arredores. Lisboa : B.N., imp. 1924 (página 656)

Regiões Alentejo e Algarve

Sines “Isolada do mundo, perdida no imenso areal da duna, servida por estradas completamente arruinadas, sem os hotéis e os casinos exigidos pelo conforto e pela moda, ainda selvagem e um tanto áspera, não admira que esta magnífica praia não haja sido eleita como mansão do turismo (…) E todavia poucas praias do País se lhe podem pôr a par no profundo azul das águas e na largueza difusa do horizonte que os seus alcantis dominam.”

— Raul Proença em Guia de Portugal. Extremadura, Alentejo, Algarve. Lisboa : B.N., imp. 1927 (página 11)

“Alvor fica próximo da foz do rio do mesmo nome, com uma pequena praia frequentada pelos serranos de Monchique. Evidentemente, não há distracções, a água é má e as casas não se alugam mobiladas”.

— Raul Proença em Guia de Portugal. Extremadura, Alentejo, Algarve. Lisboa : B.N., imp. 1927 (página 280)

“Praia da Rocha, larga varanda aberta dum lado para o deslumbramento do oceano e do outro para o azulado vulto de Monchique (…) Se há talvez exagero em chamar-lhe a mais bela praia de Portugal, é, porém, uma das mais extensas e mais planas, a de areia mais fina e mais doirada, e, pelo desenho e colorido dos leixões e dos fraguedos, certamente a mais estranhamente decorativa.”

— Raul Proença em Guia de Portugal. Extremadura, Alentejo, Algarve. Lisboa : B.N., imp. 1927 (página 274)

Série

Fotografias com história

As fotografias dos Estúdios Mário e Horácio Novais oferecem memórias de tempos passados, em Portugal e no estrangeiro, do quotidiano e de grandes momentos históricos, paisagens, arquitetura, personalidades e muito mais.

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