Júlio Moreira, 1930-2024

A Fundação Calouste Gulbenkian lamenta a morte do engenheiro agrónomo e arquiteto paisagista Júlio Moreira, cujo espólio foi doado à Biblioteca de Arte e Arquivos em 2011.
16 jan 2024

Nascido em Lisboa em 1930, foi autor de vários projetos de arquitetura inovadores, com destaque para o do cemitério de Carnide – primeiro cemitério-jardim construído em Lisboa (1995) –, e para a reconversão da lixeira da Boba (Amadora, 2002-2004).

Júlio Moreira foi o responsável pela mostra “Landscape Design” (1973), integrada na II Exposição de Design Português, que constituiu a primeira grande manifestação de consciência ecológica realizada em Portugal, e de que resultou o livro “O Mundo é a nossa Casa”, em coautoria com António Sena da Silva, Cristina Reis e Margarida D’Orey. Os exemplares deste livro foram apreendidos e queimados, por terem sido considerados subversivos pelo governo de Marcelo Caetano.

A sua atividade profissional estendeu-se à criação de projetos de arquitetura paisagista e de ordenamento, tanto a título individual como integrando equipas mais alargadas. Entre esses projetos contam-se intervenções em espaços industriais (as áreas envolventes do bairro operário “A Tabaqueira”, 1966), colaborações em planos sobre espaços de interesse patrimonial (o plano de reconversão do Mosteiro de Alcobaça, 1995), e projetos em torno de espaços reservados, como cemitérios (Carnide, 1985 e Lumiar, 1999). Paralelamente, Júlio Moreira desenvolveu as carreiras de crítico (com debate em torno da consciência ambiental e da intervenção cultural) e de escritor, tendo publicado oito romances.

Veja a entrevista realizada em 2021 sobre a sua obra.

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