Natureza encenada – Zoo de Zoos
“Natureza encenada: Zoo de Zoos” propõe a oportunidade para refletir sobre o papel dos parques e jardins zoológicos no contexto das cidades contemporâneas, com um foco especial para o Jardim Zoológico de Lisboa, o mais antigo da Península Ibérica, construído em 1884 – no Parque de S. Sebastião, no espaço que hoje ocupa a Fundação Calouste Gulbenkian – e mais tarde transferido para a Quinta das Laranjeiras (1905), a Sete Rios, contando então com o projeto do arquiteto Raul Lino, entre 1935 e 1972.
Através de um paralelo cronológico contínuo entre passado-presente-futuro – que se tornará o fio condutor que junta todos os elementos da exposição virtual – pretende-se compreender como esta tipologia arquitetónica específica evolui neste século, e responder às questões centrais: Haverá ainda uma razão para manter zoos em 2020? Quais são as novas valências e necessidades da encenação da natureza num ambiente urbano?
Esta ferramenta cronológica desempenha um papel fundamental na criação de uma narrativa que liga o passado (o projeto original do arquiteto), o presente (as tendências atuais e as perspetivas de diversas figuras chave envolvidas) e o futuro (as possibilidades de regeneração para os tempos vindouros). Durante a exposição, o público flutuará constantemente entre estas três esferas do tempo de forma a observar diferentes aspetos do mesmo espaço arquitetural.
O projeto “Natureza encenada – Zoo de zoos”, uma exposição virtual com equipa curatorial constituída por Enrico Porfido e Claudia Sani – país(vi)agem com Arian Lehner e Theresa Margraf – Mies.TV, pretende atingir três objetivos principais através do display visual:
- Passado / Valorizar da arquitectura de Raul Lino, com uma seleção dos seus desenhos para o Jardim Zoológico de Lisboa, cujo projeto integra o Espólio do arquiteto no acervo documental da Biblioteca de Arte.
- Presente / Compreender o status quo e as diversas visões de pessoas relacionadas com o Jardim Zoológico através de uma série de entrevistas preparadas para gerar o debate e a reflexão.
- Futuro / Desenhar cenários futuros a partir da análise das entrevistas.
Esta é uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian enquanto membro da Future Architecture Platform, projeto cofinanciado pela União Europeia no Programa Europa Criativa. Vai decorrer entre 1 de abril e 30 de setembro.
Os criativos selecionados do Open Call 2020 são:
país(vi)agem
pais(vi)agem é um grupo de investigação independente, nascido da ideia de Enrico Porfido e Claudia Sani, com o objetivo de investigar a relação entre o turismo e a paisagem.
Arquiteto, com doutoramento em Arquitetura e Planeamento Urbano pela Universidade de Ferrara. Tem realizado investigação e desenvolvido trabalho em Itália, Albânia, Noruega e Portugal (em Lisboa, no PROAP, ateliê de arquitetura paisagista), Brasil e Espanha. A sua pesquisa incide sobre a relação entre turismo e paisagem, investigando o efeito deste fenómeno nas paisagens urbanas e costeiras.
Arquiteta paisagista, vive e trabalha atualmente em Paris, na Urban Act, onde lida com questões de ecologia urbana e regeneração social.
Mies.TV
Mies.TV é uma rede de jovens arquitetos e entusiastas pela arquitetura, baseada em Viena, que partilham as suas estórias através de vídeos – com equipas na Áustria, Reino Unido, França, México, Alemanha, Países Baixos e Eslováquia. As entrevistas e documentários que realizam são partilhados em acesso livre na internet, assim como em salas de cinema enquanto eventos sociais, com o objetivo de chegar a públicos diferentes e fomentar diferentes visões da arquitetura.
Arquiteto, fez a sua formação na University of Applied Arts com Kazuyo Sejima da SANAA (em Viena) e trabalhou em diversos ateliês como o MVRDV (em Roterdão) e OMA (Hong Kong). É o diretor da Mies. TV, de que foi um dos fundadores.
Arquiteta e pertence à equipa da Mies.TV.