![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT164_163262_1600x400.jpg)
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT164_2-1.jpg)
Lisboa
“As cidades nascem e morrem todos os dias, transfiguram-se sem perder a essência. Porventura terá Lisboa mudado assim tanto que a não reconheçamos?”
José Rodrigues Miguéis, Lisboa cidade triste e alegre (1959).
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT164_163262_1600x400.jpg)
“Logo a abrir, apareces-me pousada sobre o Tejo como uma cidade de navegar. Não me admiro sempre que me sinto em alturas de abranger o mundo, … vejo-te em cidade-nave, barca com ruas e jardins por dentro, e até a brisa que corre me sabe a sal”.
José Cardoso Pires, Lisboa livro de bordo (1998).
“Outras vezes, – não sem temor, pois a fama de tais becos não era tranquilizadora e ele chegava a sonhar, por ali, provocações e aventuras de folhetim – vadiava naquela Alfama que, desconhecida, lhe parecia labiríntica e tanto mais surpreendente”.
José Régio, As monstruosidades vulgares (1961).
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT164_22399.jpg)
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT003_125964.jpg)
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT003_77230_2.jpg)
“Para entendimento da minha descrição acrescentarei que Lisboa está encaixada entre colinas, por vezes bastante altas, por onde sobem casas brancas dos bairros de habitação mais elevados, à direita e à esquerda das ruas rectilíneas da cidade nova…“
Thomas Mann, As confissões de Felix Krull (1895).
“(…) O eléctrico, amarelinho, por dentro um verniz de mel e oiro incandescente na penumbra matinal, desce rangendo e guinchando nas calhas. Antigamente até tinha redes nas janelas, grossas, para a gente não se debruçar”.
José Rodrigues Miguéis, A escola do paraíso (1960).
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT164_159.jpg)
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT164_160732.jpg)
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT164_76968.jpg)
“Descendo pela Rua da Voz do Operário, o automóvel para agora em frente de outro majestoso templo – a igreja de S. Vicente de Fora – onde há muito que admirar. A fachada, em estilo Renascença do século XVII, é simplesmente magnífica, com os seus nichos abrigando as imagens de Santo António, São Domingos, São Sebastião, São Vicente, São Norberto e São Bruno. Uma ampla escadaria conduz à igreja propriamente dita.”
Fernando Pessoa, Lisboa: o que o turista deve ver (1925).
“(…) Foi então descendo ao acaso o Moinho de Vento, e ao passar por S. Pedro de Alcântara, penetrou sob as árvores e foi encostar-se às grades. A cidade cavava-se em baixo, no vale escuro, picado dos pontos de luz das janelas iluminadas, e, na escuridão os telhados, os edifícios, faziam um empastamento de sombras mais densas… Que grande, Lisboa!”
Eça de Queirós, A capital (1877, publicado em 1925).
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT164_1128.jpg)
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT164_160363.jpg)
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT164_160767.jpg)
“Lisboa é perfeitamente uma terra phantastica. No globo terraqueo não ha nada que se pareça com ella. (…) Lisboa é um parenthesis na grande vida do universo. É uma cousa á parte, que nem no passado, nem no presente, e parece-me que nem no futuro terá rival”.
Gervásio Lobato, A comédia de Lisboa (1877).
“Desembocámos na Praça dos Restauradores, onde vinha dar volta, contornando o obelisco, a fila quase ininterrupta de equipagens que naquela tarde de touros batiam o asfalto, subindo e descendo a Avenida”.
Aquilino Ribeiro, Lápides partidas (1945?)
“Ou, de manhã, ir até ao Jardim da Estrela, sentar-se num daqueles bancos sob qualquer tília sussurrante; e ali ficar sem pensar em nada, a ver as crianças brincar e as flores abertas”.
José Régio, As monstruosidades vulgares (1960).
“Em Lisboa a vida é lenta. Tem raras palpitações dum peito desmaiado”.
Eça de Queirós, Lisboa. In Prosas bárbaras (1867).
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT164_55779.jpg)
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT003_55795.jpg)
![](https://cdn.gulbenkian.pt/biblioteca-arte/wp-content/uploads/sites/14/2020/04/CFT164_24445.jpg)
Fotografias com história
Muitas memórias podem surgir ao ver estas fotografias dos estúdios Mário e Horácio Novais que registaram o quotidiano, a arquitetura e fizeram trabalhos para publicidade.
Saiba mais