Lisbon

Lisbon in the words of writers and poets.

 

Some pictures of the city illustrated by some extracts of books of José Rodrigues Miguéis, José Régio, Eça de Queirós, Thomas Mann, José Cardoso Pires, Fernando Pessoa, Aquilino Ribeiro and Gervásio Lobato.

 

“As cidades nascem e morrem todos os dias, transfiguram-se sem perder a essência. Porventura terá Lisboa mudado assim tanto que a não reconheçamos?” 

José Rodrigues Miguéis, Lisboa cidade triste e alegre (1959). 

© Estúdio Horácio Novais

“Logo a abrir, apareces-me pousada sobre o Tejo como uma cidade de navegar. Não me admiro sempre que me sinto em alturas de abranger o mundo, … vejo-te em cidade-nave, barca com ruas e jardins por dentro, e até a brisa que corre me sabe a sal”. 

José Cardoso Pires, Lisboa livro de bordo (1998). 

 

“Outras vezes, – não sem temor, pois a fama de tais becos não era tranquilizadora e ele chegava a sonhar, por ali, provocações e aventuras de folhetim – vadiava naquela Alfama que, desconhecida, lhe parecia labiríntica e tanto mais surpreendente”. 

José Régio, As monstruosidades vulgares (1961). 

Alfama © Estúdio Horácio Novais
Alfama © Estúdio Mário Novais
Tram © Estúdio Mário Novais

“Para entendimento da minha descrição acrescentarei que Lisboa está encaixada entre colinas, por vezes bastante altas, por onde sobem casas brancas dos bairros de habitação mais elevados, à direita e à esquerda das ruas rectilíneas da cidade nova… 

Thomas Mann, As confissões de Felix Krull (1895). 

 

“(…) O eléctrico, amarelinho, por dentro um verniz de mel e oiro incandescente na penumbra matinal, desce rangendo e guinchando nas calhas. Antigamente até tinha redes nas janelas, grossas, para a gente não se debruçar”.  

José Rodrigues Miguéis, A escola do paraíso (1960). 

Tram © Estúdio Horácio Novais
Mosteiro de São Vicente de Fora © Estúdio Horácio Novais
Jardim da Estrela © Estúdio Horácio Novais

“Descendo pela Rua da Voz do Operário, o automóvel para agora em frente de outro majestoso templo – a igreja de S. Vicente de Fora – onde há muito que admirar. A fachada, em estilo Renascença do século XVII, é simplesmente magnífica, com os seus nichos abrigando as imagens de Santo António, São Domingos, São Sebastião, São Vicente, São Norberto e São Bruno. Uma ampla escadaria conduz à igreja propriamente dita.”  

Fernando Pessoa, Lisboa: o que o turista deve ver (1925). 

 

“(…) Foi então descendo ao acaso o Moinho de Vento, e ao passar por S. Pedro de Alcântara, penetrou sob as árvores e foi encostar-se às grades. A cidade cavava-se em baixo, no vale escuro, picado dos pontos de luz das janelas iluminadas, e, na escuridão os telhados, os edifícios, faziam um empastamento de sombras mais densas… Que grande, Lisboa!”

Eça de Queirós, A capital (1877, publicado em 1925). 

Jardim de São Pedro de Alcântara © Estúdio Horácio Novais
Praça do Comércio © Estúdio Horácio Novais
Rossio (Praça D. Pedro IV) © Estúdio Horácio Novais

“Lisboa é perfeitamente uma terra phantastica. No globo terraqueo não ha nada que se pareça com ella. (…) Lisboa é um parenthesis na grande vida do universo. É uma cousa á parte, que nem no passado, nem no presente, e parece-me que nem no futuro terá rival”. 

Gervásio Lobato, A comédia de Lisboa (1877). 

 

“Desembocámos na Praça dos Restauradores, onde vinha dar volta, contornando o obelisco, a fila quase ininterrupta de equipagens que naquela tarde de touros batiam o asfalto, subindo e descendo a Avenida”. 

Aquilino Ribeiro, Lápides partidas (1945?)

 

“Ou, de manhã, ir até ao Jardim da Estrela, sentar-se num daqueles bancos sob qualquer tília sussurrante; e ali ficar sem pensar em nada, a ver as crianças brincar e as flores abertas”. 

José Régio, As monstruosidades vulgares (1960). 

 

“Em Lisboa a vida é lenta. Tem raras palpitações dum peito desmaiado”. 

Eça de Queirós, Lisboa. In Prosas bárbaras (1867). 

Praça dos Restauradores © Estúdio Horácio Novais
Praça dos Restauradores © Estúdio Mário Novais
Lisbon © Estúdio Horácio Novais

Photos with history

Many memories can arise when viewing the photographs from the studios of Mário and Horácio Novais
who recorded the daily life, the architecture and works for advertising.

Find out more
Updated on 19 august 2020

Cookies settings

Cookies Selection

This website uses cookies to improve your browsing experience, security, and its website performance. We may also use cookies to share information on social media and to display messages and advertisements personalised to your interests, both on our website and in others.