Mário Novais
1899 – 1967
Mário João Novais nasceu em Lisboa, numa família de fotógrafos, os Novaes, detentores de várias casas comerciais na cidade: Photographia Bastos, Photographia Novaes, J. Novais & Pozal, A Photographia Contemporânea, Photographia Eduardo Novaes, Photographia Vasques.
Iniciou a sua atividade profissional nos anos de 1920 na Photographia Vasques, ao Chiado, após ter trabalhado com o seu tio Eduardo Novais na Photographia Bastos. Ainda nessa década estabeleceu-se como fotógrafo independente, com laboratório próprio na travessa de São Pedro de Alcântara e na rua Nova do Loureiro, e em 1933 criou o seu próprio estúdio na Avenida da Liberdade – Estúdio Mário Novais.
Foi o início de 50 anos de atividade do estúdio, que registou as principais manifestações artísticas, culturais e políticas do país nesse período.
Como fotógrafo-autor participou em exposições individuais, caso do Salão da Voga (Sociedade Nacional de Belas Artes, 1928) e coletivas, ao lado dos artistas da época: foi um dos participantes do I Salão dos Independentes (Sociedade Nacional de Belas Artes, 1930) e da I Exposição Geral de Artes Plásticas (Sociedade Nacional de Belas Artes, 1946), entre outras.
Novais dedicou-se ao retrato, à foto reportagem, à fotografia publicitária e comercial, trabalhando para empresas como o Estúdio Técnico de Publicidade, a Agência de Publicidade Artística, a Vacuum, a Casa Jalco, a Casa Quintão, a Loja das Meias, a Companhia Abel Pereira da Fonseca e a Fábrica da Borracha Luso-Belga.
Mário Novais registou também eventos culturais e artísticos realizados Portugal e no estrangeiro, promovidas pelo regime, integrando as equipas de projetos de feiras e exposições nacionais e internacionais (Paris 1937; Nova Iorque e São Francisco 1939; Lisboa 1940; Lausanne 1959; Bruxelas 1958, Feira Internacional de Lisboa, 1963).
Com Alvão, J. Martins, Bobone, Horácio Novais, entre outros, participou no álbum fotográfico Portugal 1934, publicado pelo Secretariado de Propaganda Nacional (SPN), obra precursora na utilização da fotografia como instrumento de propaganda do Estado Novo.
Foi autor de fotografias para livros de historiadores da arte, ao lado dos quais trabalhou, como Mário Tavares Chicó, Reinaldo dos Santos, Luís Reis Santos, Robert Chester Smith, Santos Simões, George Kubler e José Augusto França.
Novais foi também fotógrafo de acervos de museus, como foi o caso da Fundação Calouste Gulbenkian realizando a inventariação fotográfica do seu acervo, e na ilustração de publicações e catálogos de exposições.
A partir dos anos de 1940 contou com a colaboração dos assistentes Abílio Barata (1945) e Mário Soares (1947).
Com a morte de Mário Novais, o Estúdio passou para a posse da viúva, que o cedeu com todo o seu espólio aos dois colaboradores.
A atividade do estúdio manteve-se durante mais 15 anos, até junho de 1982.