Luís Cristino da Silva

1896 – 1976

Arquiteto, Professor
Luís Cristino da Silva foi um dos arquitetos da primeira geração do Movimento Moderno em Portugal, tendo a sua obra ficado conotada com os princípios estéticos do Estado Novo para a arquitetura.

Luís Cristino da Silva, nasceu em Lisboa, filho e neto de pintores: o avô foi o pintor João Cristino da Silva (1820-1877), um dos nomes maiores do movimento romântico em Portugal, e o pai foi o pintor e professor João Ribeiro Cristino (1858-1948) autor da obra Estética citadina, publicada entre 1911 e 1914, no Dário de notícias.

Em 1919, diplomou-se em arquitetura pela Escola de Belas Artes de Lisboa. Depois de uma curta passagem por Roma, estabeleceu-se em Paris em 1920, graças a uma bolsa de estudos para se aperfeiçoar profissional e artisticamente na École des Beaux Arts, tendo frequentado o ateliê do então muito reputado arquiteto Victor Laloux, por onde também tinha passado o arquiteto Miguel Ventura Terra.

Regressou a Portugal no final de 1924, expondo na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, o resultado da sua passagem por Roma e Paris, enquanto “ex-pensionista Valmôr no extrangeiro”.

No ano seguinte projetou o edifício do Cineteatro Capitólio (Lisboa, 1925-1931), caracterizado como uma referência arquitetónica do primeiro modernismo português e o primeiro edifício a explorar as potencialidades estéticas do betão.

Em 1929, foi o autor do projeto do Liceu Nacional Diogo de Gouveia (Beja, 1929-1934). Em 1930, Cristino da Silva apresentou na Exposição dos Independentes, na Sociedade Nacional de Belas Artes, um projeto que previa o prolongamento da Avenida da Liberdade, que vai reformular sucessivamente, até 1971.

A década de 1940 foi muito profícua para Cristino da Silva, orientando a sua produção arquitetónica para edifícios de carácter oficial, como o Pavilhão de Honra e de Lisboa na Exposição do Mundo Português (1940); o conjunto da Praça do Areeiro (1941-1960); as filiais da Caixa Geral de Depósitos na Guarda, Castelo Branco e Leiria (1938-1943); o traçado da Avenida António Augusto de Aguiar (1943). Com a morte do de Cottinelli Telmo, em 1948, Cristino assumiu a direção das novas edificações da Universidade de Coimbra (1949-1966).

Entre os seus projetos não construídos contam-se, para além do prolongamento da Avenida da Liberdade, o do Museu de Arte Contemporânea (1943) e do Palácio do Ultramar (1951-1960) que se incluíam na sua proposta para o arranjo urbanístico da Zona Marginal de Belém (1953-1961).

Paralelamente à sua atividade como arquiteto, Luís Cristino da Silva foi professor de Arquitetura na Escola de Belas Artes de Lisboa a partir de 1933, até ao final da sua carreira.

Recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Nacional de Belas Artes (1943), o Prémio Valmor e o Prémio Municipal de Arquitetura (1944), o Prémio Nacional de Arte do Secretariado Nacional de Informação (1961).

Foi Comendador da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (1941), da Ordem da Instrução Pública (1957) e Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (1961).


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03 set 2024

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