Lino António
1898 – 1974
Estudou pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, mas licenciou-se na Escola Superior de Belas Artes dos Porto, onde foi discípulo de Marques de Oliveira.
Bolseiro do Instituto da Alta Cultura. Expôs regularmente a partir de 1918, individualmente e em grupo.
Das suas mostras coletivas, merecem referência as realizadas na Sociedade Nacional de Belas Artes (1925, 1926, 1930, 1931), a sua participação na Exposição Ibero-Americana de Sevilha (1929; medalha de honra), na Exposição Colonial de Paris (1931; medalha de honra), na Exposição de Arte Moderna (Secretariado da Propaganda Nacional/Secretariado Nacional da Informação, 1935, 1942 e 1944) e na Bienal de São Paulo (1965).
Salienta-se ainda uma das exposições retrospetivas realizadas em sua homenagem, Lino António (Banco de Portugal, Leiria, 1998-99). Na Fundação Calouste Gulbenkian, as suas obras integraram as exposições Os anos 40 na arte portuguesa (1982), Linhas do tempo. As coleções Gulbenkian. Caminhos contemporâneos (2016-2017; curadoria de Penelope Curtis, João Carvalho Dias, Patrícia Rosas Prior) e, no Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, a mostra Art portugais: peinture et sculpture du naturalisme à nous jours (Centro Cultural Português, Paris, 1968).
Encontra-se representado em várias coleções públicas, tais como: Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian; Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado e Museu Soares dos Reis (Porto).
Das encomendas públicas e trabalhos de artes decorativas que concretizou merecem referência: os painéis para a sala do Presidente da Assembleia da República (Lisboa, 1938); os frescos do altar-mor e do coro da Igreja de Nossa Senhora de Fátima (Lisboa, 1938); os vitrais da Casa do Douro (Régua, 1945); os vitrais para a Capela do Colégio das Escravas do Sagrado Coração de Jesus (Lisboa, 1946); os frescos e vitrais para o Salão Nobre da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira (1949); o fresco para a capela-mor da Igreja de Santo Eugénio do Bairro da Encarnação (Lisboa, 1951); o painel de cerâmica policromada para o átrio principal do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (1952); a Via Sacra (12 painéis) para o pórtico do Santuário de Nossa Senhora de Fátima (1955); o painel de cerâmica policromada para a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (1955); o painel e friso cerâmico para o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (Lisboa, 1958); a tapeçaria Olisipo para o Hotel Ritz (Lisboa, 1959); os vitrais do pórtico da Aula Magna (Lisboa, 1961) e os frescos para o átrio principal da Biblioteca Nacional de Portugal (Lisboa, 1966).
Desenvolveu também ilustrações para revistas literárias e artísticas e para vários livros, entre os quais Amadis (1938), La jeunesse portugaise à l’école (1939) e Vida de Jesus (1943).
Foi professor e diretor da Escola de Artes Decorativas António Arroio (1940-1968).
Distinguido com o Prémio Rocha Cabral (1943).