Júlio Moreira

1930 – 2024

Arquiteto paisagista, Designer
Licenciado em Agronomia e em Arquitetura paisagista. Desenvolveu projetos de arquitetura um pouco por todo o país, sobretudo após a criação da sua firma, “Paisagem – Gabinete de Estudos de Planeamento, Lda” (1974-2012), e foi o autor da exposição "Landscape Design", integrada na 2.ª Exposição de Design Português (1973), que constituiu a primeira grande manifestação de consciência ecológica em Portugal. Paralelamente, dedicou-se à escrita, tendo publicado oito romances.

Júlio Moreira nasceu em Lisboa em 1930, cidade onde viveu e trabalhou.

Licenciou-se em Engenharia Agrária pelo Instituto Superior de Agronomia, e em Arquitetura Paisagista pelo Centro de Estudos de Arquitetura Paisagista.

Iniciou a sua carreira na firma Hoffmann La Roche, em Portugal, tendo trabalhado em alguns países da Europa e da América do Sul.

A partir de 1974, dedicou-se exclusivamente à elaboração de projetos de arquitetura paisagista e planos de ordenamento, fundando nesse mesmo ano o ateliê de arquitetura paisagista “Paisagem – Gabinete de Estudos de Planeamento, Lda”. Com a sua participação na 2.ª Exposição de Design Português, o ateliê organizou a exposição Landscape Design, considerada a primeira manifestação consistente duma consciência ecológica em Portugal, e no âmbito da qual escreveu o livro O mundo é a nossa casa, com desenhos de Cristina Reis. Este livro foi apreendido e destruído por ordem de Marcelo Caetano, à época chefe do governo.

A sua atividade profissional estendeu-se à produção de projetos de arquitetura paisagista e de ordenamento, tanto a título individual como integrando equipas mais alargadas, entre esses projetos contam-se intervenções em espaços industriais (as áreas envolventes do bairro operário “A Tabaqueira”, 1966), colaborações em planos sobre espaços de interesse patrimonial (o plano de reconversão do Mosteiro de Alcobaça, 1995), e projetos em torno de espaços reservados, como cemitérios (Carnide, 1985 e Lumiar, 1999).

Paralelamente, Júlio Moreira desenvolveu as carreiras de crítico (com debate em torno da consciência ambiental e da intervenção cultural) e de romancista.

Em 2012, encerrou a firma “Paisagem Lda” e confiou o respetivo espólio à Fundação Calouste Gulbenkian. Este espólio pertence ao acervo da Biblioteca de Arte e Arquivos Gulbenkian, estando atualmente em fase de tratamento documental.


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21 jan 2022

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