Álvaro Bordalo
1909 – 1986
Álvaro Bordalo Boto iniciou a sua atividade como bibliófilo no Porto, cidade onde nasceu e onde viveu uma parte da vida. Ao longo dos anos formou uma coleção de livros, revistas, jornais literários e manuscritos cujo âmbito temático e cronológico abrange a praticamente toda a produção literária portuguesa do século XX.
Em 1949 publicou, em suplemento da revista Portvcale, a Gazeta do Bibliófilo, que o tornou conhecido e respeitado no meio da bibliofilia em Portugal.
Profundo conhecedor da literatura portuguesa, foi editor de Teixeira de Pascoais e reuniu as obras de José Régio, Miguel Torga e Camões, por exemplo, mas a sua preferência foram os autores do período modernista, em especial Fernando Pessoa, tendo adquirido no leilão do espólio de Luís de Montalvor cerca de seiscentos volumes de e sobre o autor de A mensagem.
Para além de colecionar publicações, Álvaro Bordalo publicou folhetos, entrevistou autores – como Pascoais – e realizou fichas bibliográficas.
Em 1983, decidiu deixar a biblioteca que tinha reunido à Fundação Calouste Gulbenkian, para onde foi transferida em 1986, encontrando-se hoje integrada no acervo da Biblioteca de Arte.