Abel Manta
1888 – 1982
Nasceu em Gouveia em 12 de outubro. Formou-se em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1908-1915) onde foi aluno do pintor Carlos Reis.
Como outros artistas portugueses seus contemporâneos, viveu em Paris (1919-1925) onde frequentou o curso de gravura na casa Schulemberger e participou no “Salon” da Societé Nationale de Beaux-Arts (1921, 1922 e 1923).
Regressado a Portugal, foi docente da cadeira de Artes Decorativas no Funchal (1926), casando-se com a pintora Clementina Carneiro de Moura (1927) com quem teve o seu único filho, o arquiteto e pintor João Abel Manta (1928).
Paralelemente à sua atividade artística, foi professor na Escola de Artes Decorativas António Arroio entre 1934 e 1958, ano em que se aposentou.
Das suas exposições individuais, destaca-se a realizada na Sociedade Nacional de Belas Artes, em paralelo com Dórdio Gomes – Exposição de Janeiro: Abel Manta – Dórdio Gomes (1965).
Das diversas mostras coletivas em que participou, salientam-se as organizadas e/ou patentes na Fundação Calouste Gulbenkian: I e II Exposições de Artes Plásticas (Sociedade Nacional de Belas Arte, 1957 e Feira Internacional de Lisboa, 1961); Exhibition of contemporary art belonging to the Calouste Gulbenkian Foundation (Museu de Arte Moderna de Bagdade, 1966); Art portugais: peinture et sculpture du naturalisme à nous jours (Centro Cultural Português, Paris, 1968); Pintores figurativos em 5 coleções (Sociedade Nacional de Belas Artes, 1969); Artistas figurativos: pintura e desenho em 5 coleções (1972); A paisagem (exposição itinerante, 1972); Arte portuguesa contemporânea (exposição itinerante, Brasil, 1976); Os anos 40 na arte portuguesa (1982); Inauguração do CAM (Centro de Arte Moderna, 1983); O imaginário da cidade de Lisboa (1985); Auto-retratos da colecção (Centro de Arte Moderna, 1999; curadoria de Jorge Molder); Evocações, passagens, atmosferas, pintura do Museu Sakip Sabanci (2007); Exposição Permanente do CAM (Centro de Arte Moderna, 2009; curadoria de Jorge Molder); e Olhos nos olhos: o retrato na coleção do CAM (Centro de Arte Moderna, 2015; curadoria de Isabel Carlos).
Integrou ainda a representação portuguesa à 25.ª Bienal de Veneza (1950) e à 3.ª Bienal de São Paulo (1955).
Foi responsável pela decoração de alguns pavilhões de Portugal em exposições internacionais, nomeadamente na Exposição de Sevilha (1929), na Exposição Colonial de Paris (1931) e na Exposição Internacional de Artes e Técnicas Aplicadas à Vida Moderna, também realizada na capital de França (1937).
Realizou decorações a fresco para a Casa da Moeda, bem como os cartões dos vitrais da nave lateral da Igreja dos Jerónimos e da escadaria do Instituto Nacional de Estatística.
Em 1985, foi inaugurado o Museu Municipal de Arte Moderna Abel Manta (Gouveia), encontrando-se a sua obra representada em várias coleções públicas, entre as quais a do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu José Malhoa e Museu Nacional Grão Vasco.
Abel Manta foi distinguido com o Prémio Silva Porto (Secretariado Nacional de Informação, 1942) e com o 1.º Prémio de Pintura na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957), foi também condecorado com a Comenda da Ordem de Santiago e Espada (1979).