• Inglaterra, 1833
  • Óleo sobre tela
  • Inv. 2362

Quillebeuf, Foz do Sena

Joseph Mallord William Turner

Representa-se na tela a povoação de Quillebeuf, no estuário do Sena, local que Turner visitou no decurso da década de 1820. O quadro viria a ser apresentado pela primeira vez na Royal Academy, em 1833, com uma nota no catálogo da exposição a alertar para os perigos de navegação decorrentes da subida brusca da maré e para o irromper súbito de uma enorme onda, fenómeno conhecido entre a população da região por Mascaret ou Barre.

Existe na obra uma conjugação particular de fatores que se revela determinante para a compreensão da metodologia de trabalho de Turner, onde se inscrevem observação naturalista, memória e recriação sensitiva da realidade. Partindo desses pressupostos, o artista utiliza o voo de um bando de gaivotas que se ergue no céu em espiral como elemento determinante para o equilíbrio disciplinado da composição, desenvolvida numa multiplicação ininterrupta de círculos.

Embora conservando um caráter topográfico e incorporando na narrativa pictórica um indiscutível potencial dramático – estão assinalados, para além da vigia que se afunda, à direita, a trilogia trágica farol, igreja, cemitério –, Turner procede a um exercício emotivo de luz e cor, reconhecendo-se na obra a tendência para a eliminação progressiva das formas, dissolvidas na atmosfera húmida da representação.

Proveniência

Coleção Thomas Pitt Miller, Esq. Adquirida por Calouste Gulbenkian por intermédio de M. Knoedler, Christie's, Londres, 26 de abril de 1946 (n.º 110).

A. 88 cm; L. 120 cm

Butlin e Joll 1984

Martin Butlin e Evelyn Joll, The Paintings of J. M. W. Turner (edilão revista). New Haven, Connecticut: Yale University, 1984, vol. I, p. 203, n.º 353.

Londres 1999

Ian Warrell, Turner on the Seine, catálogo da exposição. Londres: Tate Gallery, 1999, p. 137, 139, 274,  n.º 122.

Lisboa 2003

O Mar e A Luz. Aguarelas de Turner na Colecção da Tate, catálogo da exposição. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2003, pp. 84-85, n.º 38.

Sampaio 2009

Luísa Sampaio, Pintura no Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa/Milão: Museu Calouste Gulbenkian/Skira, 2009, pp. 162-163, cat. 70.

Lisboa 2011

Museu Calouste Gulbenkian. Lisboa: Museu Calouste Gulbenkian, 2011, p. 177, cat. 156.

Atualização em 15 junho 2022

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