Unsuk Chin: Subito con forza

Orquestra Gulbenkian / Nuno Coelho

A Orquestra Gulbenkian interpreta a obra "Subito con forza" da compositora coreana Unsuk Chin, sob a direção do maestro Nuno Coelho.
Bernardo Mariano 26 abr 2024 5 min

Uma das mais eminentes compositoras do nosso tempo, Unsuk Chin será das raras (senão, a única) personalidades a deter em simultâneo três dos mais importantes prémios musicais: o Grawemeyer (2004), o Léonie Sonning (2021) e o Ernst von Siemens (2024) – além do Sibelius (2017), do Schönberg (2005) e do Bach/Hamburgo (2019).

De entre a sua produção orquestral (que inclui, por exemplo, seis concertos com instrumento solista), Subito con forza, escrita por encomenda da BBC Radio3, da Filarmonia de Colónia e do Concertgebouw de Amesterdão para os 250 anos do nascimento de Beethoven (em 2020) é das mais recentes. Desde então, escreveu Alaraph – Rito do batimento cardíaco, estreada a 30 de agosto do ano passado, em Basileia.

A estreia de Subito con forza deu-se em plena pandemia, no Concertgebouw, pela Orquestra residente, dirigida por Klaus Mäkelä. A obra está instrumentada para o efetivo orquestral mais comum entre as nove sinfonias de Beethoven: madeiras a 2, pares de trompas e trompetes, timbales e cordas – efetivo que ocorre nas sinfonias nos. 1, 2, 7 e 8. A grande diferença, em Chin, verifica-se na secção de percussão, que requer dois instrumentistas adicionais, para um set muito alargado de instrumentos. Já nas cordas, o efetivo de uma orquestra por volta de 1800 (32 músicos) é declarado o “mínimo” pela compositora, que declara como “ideal” 50 executantes.

Em Subito con forza, Chin tomou por “ponto cardeal” a festividade que motivou a encomenda, elaborando uma breve homenagem a Beethoven, na qual a celebração passa por uma evocação de gestos orquestrais (apetece dizer, por vezes, “rasgos sonoros”) típicos do compositor, os quais tanto podem ser (muito) breves citações (quais flashes, como logo o acorde inicial, que provém da Abertura Coriolano), como simples alusões, logo tomadas/apropriadas pela linguagem de Chin: podem ser acordes (distribuídos numa intencional textura orquestral) ou padrões rítmicos reconhecíveis (não falta, claro, o da 5.ª Sinfonia) ou processos sequenciais ou cavados contrastes dinâmicos. Ou seja, há uma revisitação do mundo sonoro e do instinto dramático (feito da sucessão de repouso-tensão-explosão) de Beethoven, reinterpretado pelo virtuosismo técnico e inventividade tímbrica da escrita orquestral de Chin.


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Unsuk Chin

Subito con forza

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