Rachmaninov: Concerto para Piano n.º 2

Orquestra Gulbenkian / Nuno Coelho / Nikolai Lugansky

O pianista Nikolai Lugansky e a Orquestra Gulbenkian interpretam o emocionante Concerto para Piano n.º 2 de Sergei Rachmaninov, sob a direção do maestro Nuno Coelho.
Rui Cabral Lopes 24 mai 2024 36 min

Sergei Rachmaninov iniciou os esboços do seu Concerto para Piano e Orquestra n.º 2, em Dó menor, op. 18, no outono de 1900, após o prolongado período de inatividade criativa que se seguiu à malograda estreia da sua Sinfonia n.º 1, em Ré menor, op. 13, ocorrida em São Petersburgo, a 28 de março de 1897. Talvez como forma de combater o desalento e a tristeza, o músico voltou-se para o seu instrumento de eleição, o piano, nele concentrando novas ideias e conjugando-as com as forças orquestrais. A composição paulatina prolongou-se até abril de 1901, tendo a primeira audição pública do Concerto n.º 2 tido lugar no mês de novembro seguinte, com a Sociedade Filarmónica de Moscovo e o compositor ao piano, sob a direção de Alexander Siloti.

A expectativa impõe-se desde os primeiros compassos do andamento introdutório, Moderato, com a sucessão de majestosos acordes do solista, em crescendo, alternando com nota-pedal na dominante. Por sua vez, as cordas introduzem o primeiro tema da exposição, sobre a teia elaborada de harpejos do piano. O solista intensifica o trabalho virtuosístico, antes do aparecimento do segundo tema, também nas cordas, com perfil breve e nostálgico. Rapidamente o solista intervém, com fragmentos do primeiro tema, agora fundidos na filigrana orquestral, num quadro de beleza ímpar. Surge ainda um terceiro tema, breve arabesco entoado pelas madeiras e retomado, na recapitulação, pelo solista.

No segundo andamento, Adagio sostenuto, o músico reflete toda a sua reconhecida veia expressiva, plasmada nos motivos da flauta e do clarinete, emoldurados pelas harmonias harpejadas do solista. A secção central do andamento, Più animato, faz apelo a um virtuosismo de cariz lisztiano, baseado em segmentos escalares e ornamentação diversa. Existem afinidades entre os primeiros compassos do último andamento, Allegro scherzando, e o terceiro tema do Moderato inicial, o que releva do princípio cíclico herdado do compatriota Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893). Não ficam por aqui, de resto, as afinidades entre os dois compositores, como se constata pela textura densamente harmonizada, em tutti orquestral, dos derradeiros compassos do andamento.


Intérpretes

  • Maestro
  • Piano

Programa

Sergei Rachmaninov

Concerto para Piano e Orquestra n.º 2, em Dó menor, op. 18
– Moderato
– Adagio sostenuto
– Allegro scherzando

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