Bruch: Concerto para Violino n.º 1

Orquestra Gulbenkian / Giancarlo Guerrero / Karen Gomyo

A violinista Karen Gomyo e a Orquestra Gulbenkian interpretam o Concerto para Violino n.º 1 de Max Bruch, sob a direção de Giancarlo Guerrero.
Bernardo Mariano 08 mar 2024 32 min

Compositor, maestro e pedagogo, Max Bruch gozou de grande prestígio até à I Guerra Mundial, mas depois disso e apesar da extensa obra que deixou, ficou sobretudo associado ao Concerto que hoje ouviremos.

O Concerto para Violino n.º 1 é, sem dúvida, um dos mais belos que o Romantismo musical nos deixou. Combina a orquestração romântica com o brilho do violino (sem nunca cair no show off vazio), os moldes formais claros com a fantasia e a liberdade, a energia rítmica com uma abundante veia melódica. A originalidade começa, desde logo, com o 1.º andamento, o qual, fugindo à tradição estabelecida, é um “mero” Vorspiel (Prelúdio), cuja função é conduzir – e fá-lo sem interrupção, por meio de um Si bemol mantido nos violinos – ao Adagio central, que é o verdadeiro coração expressivo da obra. Mas não sem antes nos presentear com uma introdução que vai ganhando forma (pontuada por breves cadenze do violino) e com uma exposição com dois temas principais: o primeiro vigoroso e com algo de virtuose cigano; e o segundo muito lírico e banhado por orquestração delicada. No final do desenvolvimento, a orquestra apresenta um novo tema, impetuoso. Regressa a introdução, seguida da reexposição. Um episódio orquestral em fortissimo, que depois se apazigua, sinaliza a transição para o 2.º andamento (em Mi bemol maior), uma Romanze de contínua efusão melódica, com três temas principais: duas cantilenas (a primeira, de caráter elegíaco) apresentadas no violino e um tema dado pela orquestra (depois, irão trocando de “voz” e sucedendo-se como que em “cadinho”). No final, tudo esmorece de modo tão tranquilo quanto simples.

O 3.º andamento, por fim, tem a tradicional verve rítmica e o caráter dançante associados aos Finale de concerto, aqui conferido por uma célula rítmica que preside ao tema-refrão. O primeiro episódio desagua num tema secundário, festivo e grandioso, dado pela orquestra e logo apropriado pelo violino, e que depois irá aparecendo em alternância com o tema principal. Uma “cadenza acompanhada” do violino precede a singela coda.

O Concerto estreou, na sua primeira versão, em abril de 1866, em Koblenz e, na sua segunda e definitiva versão (Joseph Joachim, a quem a obra é dedicada, colaborou nessa revisão), em janeiro de 1868, em Bremen, com Joachim como solista e Bruch na direção.


Intérpretes

  • Maestro
  • Violino

Programa

Max Bruch

Concerto para Violino e Orquestra n.º 1, em Sol menor, op. 26
– Vorspiel [Prelúdio]: Allegro moderato
– Adagio
– Finale: Allegro energico

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