Adam Maor: Halim
Orquestra Gulbenkian / Hannu Lintu / Antoine Françoise / Gilles Grimaître
Halim é um duplo tributo, musical e pessoal. Halim El-Dabh (1921-2017), um esquecido pioneiro musical, foi uma figura multifacetada, autor de uma das primeiras peças de música eletrónica (1944) que se envolveu com fervor revolucionário nas grandes causas do seu tempo. Etnomusicólogo autodidata do interior do Egito, deixou o seu país em busca de melhor fortuna nos Estados Unidos, no Brasil e na Etiópia. Tatiana Honegger (1948-2020), uma amiga das artes e ativista comprometida com os direitos humanos, nasceu no Cairo e radicou-se na Suíça. Trocamos correspondência desde o tempo em que estive na prisão em Israel, por objeção de consciência ao exército, e estabelecemos uma amizade preciosa quando cheguei a Genebra para estudar no conservatório. A influência destas duas figuras, com destinos excecionais, paira sobre esta peça feita de sombras, de ressonâncias lúdicas, de ecos.
Intérpretes
- Maestro
- Piano
- Piano
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Orquestra Gulbenkian
Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de sessenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de cerca de sessenta instrumentistas, que pode ser expandido de acordo com as exigências de cada programa. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório, do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas podem também ser interpretadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório, em Lisboa, em cujo âmbito colabora com os maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos nacionais, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas. No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio. O finlandês Hannu Lintu é o Maestro Titular da Orquestra Gulbenkian, sucedendo a Lorenzo Viotti.
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Hannu Lintu
Maestro Titular
O maestro finlandês Hannu Lintu é o atual Maestro Titular da Orquestra Gulbenkian. Em paralelo, prossegue o seu trajeto como Maestro Principal da Ópera e Ballet Nacionais da Finlândia. Reafirmando a sua mestria nos domínios sinfónico e operático, estas responsabilidades são o corolário dos grandes sucessos obtidos em concertos com a Orquestra Gulbenkian, bem como na liderança de produções com a Ópera e Ballet Nacionais da Finlândia, incluindo Salome de R. Strauss, Turandot de Puccini e Billy Budd de Britten.
Ao longo da temporada 2023-24, Lintu dirigirá, na Finlândia, a ópera O Crepúsculo dos Deuses, completando o ciclo O Anel do Nibelungo, de Wagner, bem como produções de Dialogues des Carmelites de Poulenc e Don Giovanni de Mozart. Outros destaques incluem estreias à frente da Filarmónica de Berlim, da Sinfónica NHK e da SWR Symphonieorchester, e novas colaborações com a Sinfónica de Boston, a Sinfónica de Chicago, a Orchestre de la Suisse Romande, a Orquestra do Minnesota, a Sinfónica Nacional da RAI e o Festival Internacional George Enescu.
Nos últimos anos, Hannu Lintu dirigiu, entre outras orquestras, a Filarmónica de Nova Iorque, a Sinfónica da Rádio da Baviera, a Orquestra Nacional da Radio France, a Sinfónica da Rádio Sueca, a Deutsches Symphonie-Orchester Berlin, a Sinfónica da BBC, a Radio Filharmonisch Orkest, a Sinfónica de Atlanta, a Sinfónica de St. Louis, a Orquestra do Konzerthaus de Berlim, a Orquestra de Câmara de Lausanne e a Sinfónica de Montreal, bem como solistas como Gil Shaham, Kirill Gerstein, Daniil Trifonov ou Sergei Babayan.
Hannu Lintu gravou para as editoras Ondine, Bis, Naxos, Avie e Hyperion. A sua diversificada discografia abarca gravações de obras orquestrais de Magnus Lindberg, os cinco Concertos para Piano de Beethoven, com Stephen Hough, e as Sinfonias n.º 1 a n.º 4 de Lutosławski, todas com a Orquestra Sinfónica da Rádio Finlandesa. Recebeu vários prémios, incluindo dois ICMA para os Concertos para Violino de Béla Bartók, com Christian Tetzlaff, e para a gravação de obras de Sibelius, com Anne Sofie von Otter. Estas duas gravações, bem como Kaivos, de E. Rautavaara e os Concertos para Violino de Sibelius e de T. Adès, com Augustin Hadelich e a Royal Liverpool Orchestra, foram nomeados para os prémios Gramophone e Grammy.
Hannu Lintu estudou violoncelo e piano na Academia Sibelius, em Helsínquia, instituição onde mais tarde se formou em direção de orquestra com Jorma Panula. Estudou também com Myung-Whun Chung na Accademia Musicale Chigiana, em Siena. Em 1994 venceu o Concurso Nórdico de Direção de Orquestra, em Bergen.
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Antoine Françoise
Piano
Pianista e compositor de ascendência franco-suíça, Antoine Françoise nasceu em 1987 e estudou no Conservatório de Neuchâtel, na Suíça, e no Royal College of Music, em Londres, com Paul Coker, Yonty Solomon, Ashley Wass e Andrew Ball. O saxofonista Laurent Estoppey foi também uma figura importante na definição do seu percurso enquanto músico.
Fascinado pela música de câmara, desenvolve a sua atividade nos domínios da música contemporânea e experimental. Membro fundador do Mercury Quartet e do duo de piano “Françoise-Green”, prossegue atualmente uma carreira internacional com o Quarteto Nikel e com o duo de piano “Antoine, Françoise, Gilles & Grimaitre” . É também pianista dos agrupamentos Contrechamps e Nouvel Ensemble Contemporain (NEC), Foi diretor artístico do NEC entre 2016 e 2023 e programador do festival Les Amplitudes.
Antoine Françoise colabora regularmente com compositores e artistas de todos os tipos e géneros musicais, bem como com criadores das áreas do bailado e do teatro. Apresentou-se com as principais orquestras londrinas e foi o pianista principal da London Contemporary Orchestra (incluindo uma longa colaboração com Jonny Greenwood, guitarrista dos Radiohead, no palco e em música para filmes). Trabalhou com a coreógrafa suíça Maud Blandel, tendo assinado a música (composição, arranjos e interpretação) de Diverti Menti, o seu mais recente espetáculo coreográfico. Escreveu e interpretou a música de SO/MA, uma nova peça de teatro de Floriane Commeleran. Outras colaborações incluem Louis Jucker, Sara Ostertag e Marco Berrettini. É professor de piano e de música de câmara na Universidade das Artes de Berna.
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Gilles Grimaître
Piano
Gilles Grimaître é pianista, compositor, performer e curador no domínio da criação contemporânea, desenvolvendo o seu trabalho a partir da Suíça. Apresenta-se regularmente como solista e como músico de câmara e em colaboração com agrupamentos como o Ensemble Contemporain, o Ensemble Modern, o Nouvel Ensemble Contemporain, a Basel Sinfonietta, a Camerata Bern, a Orquestra do Tonhalle de Zurique e o Ensemble Proton.
Com o percussionista Julien Mégroz, fundou o Hyper Duo, ponto de partida para a exploração dos contrastes estilísticos e para a procura de novas formas de performance, em colaboração íntima com outros artistas, nomeadamente com percursos extramusicais. Em 2021, a Everest Records lançou o primeiro álbum do duo. Compõe também para sintetizadores analógicos e samplers. Esta exploração criativa estende-se ao seu trabalho com o Hyper Duo e com a banda de rock experimental Hyper La Chaise.
Gilles Grimaître estudou piano com Pierre Sublet, órgão com Pascale Van Coppenolle e composição com Xavier Dayer na Hochschule der Künste Bern. Em 2013-14, foi bolseiro na International Ensemble Modern Academy, em Frankfurt/Main. Em 2013 recebeu um 1.º prémio no Concurso Nicati, em Berna, pela interpretação de música contemporânea. Em 2022 foi premiado com uma residência Pro Helvetia na Sul da Índia para estudar Konnakkol (música carnática). Desde 2023, é Professor associado na Hochschule Luzern.
Programa
Adam Maor
Halim, concerto para dois pianos e orquestra (Encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian)