Sinfonia n.º 2 de Sibelius

Orquestra Gulbenkian

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Estreada em 1902, no despontar do século XX, a Sinfonia n.º 2 de Jean Sibelius é uma das obras mais famosas do compositor finlandês, num período de afirmação identitária da Finlândia perante o domínio russo. Em janeiro de 2018, a Orquestra Gulbenkian interpretou a obra sob a direção de Hannu Lintu.

O início do séc. XX foi particularmente enriquecedor para Sibelius, possibilitando uma digressão pela Europa com a Orquestra Filarmónica de Helsínquia, que culminou com os concertos na exposição de Paris e com passagens na Alemanha e em Itália. Foi na cidade italiana de Rapallo que, durante o inverno de 1901, Sibelius começou a compor a Sinfonia n.º 2, inspirando-se em parte em leituras da Divina Comédia de Dante e na história de Don Giovanni, o que influenciaria, por exemplo, alguns temas e motivos melódicos do segundo andamento da obra. De regresso à Finlândia, dedicou o seu tempo a finalizar esta sinfonia que ficaria concluída no início de 1902. Foi estreada pela Orquestra Filarmónica de Helsínquia, sob a direção musical de Sibelius, a 8 de março do mesmo ano. A Sinfonia n.º 2 teve uma boa receção por parte do público, num período em que os finlandeses, à época integrados no Império Russo, aderiam a discursos e práticas expressivas de âmbito nacionalista e patriótico. Por isso, uma das leituras possíveis desta sinfonia prende-se com a dimensão de afirmação identitária do povo finlandês perante o domínio russo. A Sinfonia n.º 2 foi revista e apresentada posteriormente, em 1903, em Estocolmo, sob a direção de Armas Järnefelt. A Sinfonia n.º 2 está dividida em quatro andamentos. No primeiro andamento Sibelius utiliza diferentes materiais temáticos e ambientes musicais, desde a melodia de inspiração popular ao quadro sonoro quase pastoral, com um padrão de notas repetidas. O andamento seguinte inicia-se com os tímpanos seguidos do pizzicato nas cordas, que depois acompanham uma melodia no fagote, numa alusão ao misterioso convidado de Don Giovanni. O terceiro andamento, um scherzo, surge com um ritmo mais marcado, frenético e intenso, com um certo temperamento nervoso que parece, no seu todo, preparar algo grandioso, conduzindo diretamente ao andamento final. O caráter heroico do Finale marca uma quase proclamação, numa aproximação à tradição sinfónica romântica de inspiração germânica.

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